Is It Love? Kevin - Lado Sombrio

26

       Quando não senti o impacto que eu esperava, olhei para cima. Vi que os elementais estavam confusos e tensos.

        _ O que foi? _ perguntei.

        No fundo eu esperava que alguém no clã pudesse me salvar. Dessa vez eu de fato seria o bom garoto que todos pensavam. Seria como o meu pai em atitude, tanto quanto era na aparência.

        _ Traga-a aqui. Agora! _ ordenou o juiz.

        Não demorou para que o portal fosse aberto e em pouco tempo, estavam arrastando Sofia.

         _ Solte-a! Sou eu que estão julgando. _ me desesperei.

        _ Cale-se, réu! Só fale quando for solicitado. _ o juiz disse. _ O que você estava tentando fazer, garota?

        _ Transformar aquela humana em vampira. Isso salvaria a vida dela. _ Sofia explicou.

         _ Você conhece as regras? Não é permitido transformar sem a anuência da pessoa! _ o promotor disse.

         _ Eu sei. Mas se ela está viva, não há crime do Kevin. Só o meu.

         Entendi o que ela tentou fazer e não soube nem como reagir.

        _ Por quê? _ perguntei.

        _ Lealdade. _ ela respondeu. _ É o estilo do clã Bartholy.

        Nem mesmo ela tentando brincar para amenizar o clima, fez eu ficar menos tenso. Eu queria ajuda, mas não prejudicando alguém no meu lugar.

        _ Vá embora. Não quero que faça isso. _ pedi.

        _ Tarde de mais. _ ela respondeu. _ Já fiz.

        Seus pulsos também foram rodeados por algemas de luz. E ela foi empurrada para o meu lado.

        _ Boa tentativa. Mas o seu erro não apaga o dele. Vamos usá-los de exemplo, para que ninguém quebre o acordo de paz.

        _ Não podem fazer isso. Sigam as regras e me punam no lugar dele. Deixe-o ir! _ Sofia implorou.

        _ Estamos seguindo as regras. Vocês dois quebraram o acordo e devem pagar por isso.

         Me senti ainda mais culpado, por ter arrastado Sofia nisso.

         _ Tudo bem. Onde você for eu vou! _ ela disse.

         _ Por quê? _ tive que perguntar.

         _ É o nosso destino!

         Era a comprovação de que ela tinha sentimentos românticos por mim. E mesmo naquela situação absurda, o afago no meu ego me deixou feliz. Eu sempre gostei de ser amado, paparicado, mimado.

         _ Ah, que lindo! _ o juiz debochou. _ Agora morram juntos. Ou vão apelar ao vovô?

          _ Não vai julgar justamente? _ Sofia perguntou.

          _ A situação é clara para todos. Não há necessidade. Eu os declaro culpados.

           Ele bateu o martelo e eu encarei Sofia. Que parecia tranquila e conformada. Enquanto eu estava surtando por ver os guardas se aproximarem dela. Se íamos morrer, então tudo bem quebrar as regras, não é? Um Bartholy não deve morrer sem lutar.

          _ Afaste-se dela! _ ordenei usando meu dom.

           _ Hora, vejam só! Demonstrando sua insubordinação.