11- Não Pensa

835 56 24
                                    

Não sei se era o álcool, não sei se era o ciúme, só sei que me joguei naquela emoção e nós nos agarramos ali, na cozinha, com força, como se minha vida dependesse disso, como se eu precisasse daquilo pra respirar, nós nos agarramos, nos beijamos, contra a parede, contra a pia, contra a geladeira.

Eu queria sentir o que aquela mulher no bar havia sentido em seu braços, queria me sentir possuída por aquele beijo que havia sido tão bonito e que estava, em mim, sendo tão gostoso... mais gostoso do que os últimos beijos que havia dado, inclusive me referindo ao meu ex.

– Tem certeza do que você ta fazendo? – Me perguntou ela.

Deve ter sido algum momento de lucidez de sua parte, mas eu não podia parar, não podia pensar, eu precisava sentir, precisava me sentir desejada daquela maneira, então eu tinha que continuar, e pedi:

– Não pensa, não me deixa pensar.

Nos arrastamos, agarradas, até a sala, onde tirei minha blusa e meu sutiã. Débora beijava meu pescoço, meu colo, meu peito, e meu corpo parecia que ia pegar fogo de tão quente e ardente... eu sentia a ardência, sentia o que há muito tempo não sentia, e ela sabia o que tava fazendo.

Deitamos no sofá, uma por cima da outra, sem palavras, sem nada, apenas fogo e desejo. Será que eu poderia chamar aquilo de paixão? Será que era isso o que estava sentindo? Sinceramente eu não sabia o que estava sentindo emocionalmente falando, só sabia que meu corpo ardia e latejava, implorando cada vez por mais.

Sua mão entrou pela minha calça, já desprendida, e ela me tocou, e eu senti como se fosse explodir, mas não queria que parasse, eu queria mais e mais, queria cada vez mais. Seus dedos me acariciaram enquanto todo o meu corpo pinicava e se arrepiava em um prazer tão singular e tão profundo que mal sei descrever.

Débora se ergueu, tirou sua blusa enquanto eu tirava minha calça e voltamos a nos beijar. Eu a deitei, tirei sua calça e me sentei sobre ela. Seus olhos em mim me davam ainda mais tesão enquanto meu corpo se movimentava sensualmente sobre ela. Eu podia sentir, no contato, todo o meu corpo se arrepiar.

Suas mãos em minhas pernas, meu quadril, me puxando, me firmando, me unindo ao dela, era uma delícia. Eu sorria como se tivesse encontrado o que precisava em meio a uma respiração ofegante e descompassada. Tudo estava sendo de uma magia tão grande que me sentia como se fosse enlouquecer.

É tão gostoso quando o físico se mistura ao psicológico e são tão poucas as pessoas que conseguem proporcionar essa junção que até desanima em conhecer pessoas novas. Qualquer parte do meu corpo que Débora tocasse me causava uma sensação absurda de prazer e, até aquele momento, não havia tido penetração, o que, pra quem gosta, faz crescer uma expectativa gostosa e forte.

Me inclinei sobre ela, nos beijamos com desejo enquanto sentia sua mão percorrer por meu corpo com o talento de quem dedilha as cordas de um violão. Débora segurou meu cabelo pela nuca, beijou meu pescoço como se beijasse minha boca, o lambeu, pressionando sua língua contra a minha pele e me causando um arrepio profundo.

Ela me virou, ficando por cima de mim, e continuou a me beijar, descendo do meu pescoço pelo meu corpo, saboreando cada centímetro de pele, e me fazendo me contorcer enquanto eu queria mais e mais. Débora tirou minha calcinha enquanto seus olhos me diziam que sua mente estava fixa em mim, e eu podia ver nela o prazer que estava sentindo com tudo que estávamos fazendo.

Seu desejo por mim me dava ainda mais prazer, pois vê-la me degustar, me saborear, era tão delicioso que me arrepiava inteira, por isso, quando voltou a beijar meu corpo, era como se me sentisse pegando fogo, principalmente porque continuou a descer, o que aumentou minha expectativa... eu queria senti-la, eu queria aquele beijo em mim.

Finalmente sua boca me alcançou, entre as minhas pernas, me fazendo surtar, como eu queria. O movimento de seus lábios, junto com o de sua língua, me fazia ir as estrelas e me contorcer, até que foi inevitável, até que o ápice me alcançou, inesperadamente e mais rápido do que nunca, e eu gozei, mas não paramos por ali.

Ainda em estase, Débora se deitou sobre mim e eu senti seu dedo me penetrar, fazendo movimentos internos que eu nunca senti em minha vida. Ela sabia me dedilhar, como um instrumento musical, com precisão e não de forma desenfreada, porque, volto a dizer, ela sabia o que estava fazendo.

Entre beijos e carícias, novamente cheguei ao ápice, com ela ali sobre mim. Eu a abracei e a apertei contra meu corpo, enquanto meus olhos se reviravam e minha alma saía do meu corpo, numa sequência de prazer inimaginável. Nós nos olhamos, ofegantes, mas ainda possuídas pelo desejo e não paramos, porque não tinha como parar, eu simplesmente queria mais.

As horas se passaram como se minutos fossem, porque essa era a sensação, como se o tempo estivesse parado, como se não houvesse amanhã, como se nada mais importasse. Seria isso paixão? Seria tudo isso por culpa de uma paixão que eu nem sabia que existia? O que tava acontecendo?

Já na cama, depois de passarmos, juntas, pelo chuveiro, nuas e exaustas, gozei mais uma vez, mas agora com menos explosão. Ela se deitou ao meu lado, com meio corpo sobre mim, ambas ofegantes e com os rostos um de frente para o outro. Nós nos olhávamos incrédulas... eu pelo menos me sentia assim, incrédula e absorvida, completamente, por tudo que aconteceu.

– Você ta bem? – Me perguntou ela.

Eu sorri, achei graça, pois não tinha como não estar e, quase sussurrando, disse:

– To ótima. – Pensei um pouco e perguntei de volta. – E você, tudo bem?

– To ótima. – Me respondeu sorrindo. – O que foi que aconteceu?

– Não pensa nisso agora, deixa essa conversa pra amanhã. – Sorri. – Pode ser?

– Pode sim.

– Agora eu só quero dormir assim, sentindo você junto de mim. Você fica aqui comigo essa noite? – Sorri.

– Sempre. – Sorriu e me beijou, com carinho e...enfim... dormimos.


Quer saber como termina? Esse livro já está inteiramente disponível pela Amazon, o link ta na minha Bio ;)

Curte, comenta e compartilha

Cap novo toda quarta

Me segue no insta: kakanunes_85

LGBT - Ao Meu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora