Capítulo 14

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Fabrício 🎱

Hugo: Ei, cara. - falou e me virei para encarar ele. - O que tá rolando entre você e a minha irmã? - engoli o seco.

Fabrício: Nada demais. - limpei a garganta. - Porque? Ela falou algo?

Hugo: Não. - semicerrou os olhos. - Escutei uns barulhos no quarto dela e pensei ter escutado seu nome. - neguei com a cabeça.

Fabrício: Tá viajando.

Hugo: É, pode ser. - disse seco. Ele suspirou e se sentou em uma cadeira.

Continuei arrumando a mercadoria que havia chegado e respirei fundo.

Eu e a Sara ainda não tínhamos contado nada para ninguém. Tava indo bem, ela gosta de mim e eu também gosto dela. E não tô nessa pra brincadeira, eu quero ela e ponto.

Mas ainda me sinto inseguro. E se o pai dela não aprovar? Claro que vou lutar por ela, mas uma hora cansa. Eu tô disposto a fazer tudo pela minha loira e sei também que ela quer isso, deixou claro na noite em que nos beijamos.

Fabrício: Nenhuma pista ainda do tal Henrique? - perguntei distraído.

Hugo tem se envolvido muito nessa história e o motivo, eu não sei. O DG achou bem estranho também, mas disse que era pela a amizade com o Ygor. Mas sei não, ele parece tá nessa pela Yara.

Também sei que a amizade dele com as meninas é forte pra caralho e porra, é de se admirar. Só que lá no fundo, eu acredito que tenha mais coisa.

Hugo: Não, cara. - respondeu. - Isso tá me deixando impaciente. - olhei pra ele. - Só quero que a Yara se livre desse pesadelo. Esse cara solto é um perigo para ela.

Fabrício: O irmão dela tá fazendo a segurança dela, não tá? - ele assentiu. - Então, pô, porque tá tão preocupado assim? Ninguém vai encostar nela.

Hugo: Eu vi, Fabrício, o jeito que o cara olhou pra ela com raiva, eu escutei o que ele disse. Eu estava com ela. - me encarou. - E ele não estava brincando.

Fabrício: Seu tio colocou todos os vapotes pra fazer a vigia do morro, ninguém entra e ninguém sai sem a autorização de alguém de confiança, esse cara não entra lá tão cedo. Relaxa, Hugo. - suspirou fundo. - É só isso, ou tá rolando algo entre vocês? - ele deu de ombros.

Hugo: Não sei. A Yara é foda pra caralho, conseguiu tudo aquilo que sempre quis e isso é de se admirar. Só que... - ele deitou na cabeça. - não sou o homem ideial pra ela. - franzi a testa. - Ela merece alguém maduro, que valorize ela, dê amor.

Fabrício: E porque você não é a pessoa certa? Tu é um menino bom, pô. Todas te adoram.

Hugo: Acho que ela só me vê assim, como um menino. Ela é mais velha, a mentalidade já é outra.

Fabrício: Tu tá estranho. - me olhou sem entender. - Cabisbaixo, impaciente, nervoso, esse não é o Hugo que conheço. - puxei uma cadeira e me sentei ao lado dele. - Tem outro bagulho acontecendo? - me encarou sério.

Hugo: Acho que meu pai não quer que eu assuma o morro.

Sabia que tinha outra coisa.

Fabrício: E por qual motivo tu acha isso? - deu de ombros.

Hugo: Ele ainda me acha novo... o que é bem irônico, já que o meu tio quer a todo custo que o Arthur assuma o morro.

Fabrício: Seu tio só não quer a filha dele no comando. - Hugo me olhou e assentiu de leve. - Por isso tá empurrando o filho.

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