Capítulo 38

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Yara 🌟

Tirei a chave da minha bolsa para abrir a porta da minha casa. Senti uma gota de água pingar em mim. Olhei para o céu, estava cinza, o tempo havia se fechado rapidamente, estranho.

Senti uma mão grossa em meu braço e tentei me soltar, mas a pessoa.. mais específico, o homem, me prendeu mais ainda em seu corpo. De repente, um perfume conhecido chegou ao meu olfato. Arregalei meus olhos.

Yara: Henrique. - sussurrei.

O homem soltou uma risada conhecida.

Henrique: Sabia que ainda se lembrava da minha pegada, gatinha. - sussurou em meu ouvido e paralisei.

Meu Deus, como este homem encontrou aqui? Pelo que me lembro, meu tio deu a ordem de não deixarem ele subir aqui no morro. Caralho!

Hugo: Parado, porra! - escutei seu grito.

Henrique: Mas que merda..  - se virou para frente, me levando junto.

Encarei o Hugo, que estava com uma arma apontada para o Henrique. Engoli o seco quando o Henrique colocou meu corpo na frente do seu, me fazendo de escudo.

Hugo: Solta ela, caralho.

Henrique: Filho da puta! Tá sempre na cola dela agora, arrombado? - falou com raiva.

Hugo: Eu disse para soltar ela, porra! - Henrique riu.

O Hugo parecia calmo, mas sabia que estava mais atordoado do que eu. Não conseguia me mover, Henrique era muito forte e me sufocava com seus braços enormes em volta do meu pescoço. Ele não estava apertando, mas me sentia sem ar.

Henrique: Não deveria falar assim comigo, sabe? Poderia aliviar sua barra se me deixasse ir com ela.

Hugo: Nunca! - gritou. - Nós nunca recuamos. - ele deu de ombros.

Henrique me puxou para mais perto, como se fosse possível, e em um movimento rápido, tirou um objeto pontudo que brilhava, engoli o seco ao ver que era uma faca. Henrique tirou um pouco seu braço do meu pescoço e senti o objeto frio entrar em contado com a minha pele.

Pela expressão do Hugo, minha cara estava de puro pânico. Senti minhas mãos suar, minha garganta ficou seca.

Henrique: E agora, garoto? Vai fazer o que? Hum? Atira! - gritou. - Atira, porra!

Yara: Hugo.. - minha voz saiu como um sussurou. Sentia a faca encostar no meu pescoço e tentei afastar um pouco o braço do Henrique. - Deixa.. ele.. me levar.

Hugo: Não, Ya, não! - falou nervoso.

Henrique: Atira em mim, porra! - gritou mais alto e fechei os olhos com força. - Atira antes que... - parou de falar e de relance, vi ele sorrir. - Tarde demais.

Hugo olhou para o céu e tremi ao escutar os fogos.

Não, não, não!

Invasão não.

Hugo voltou a nos encarar e dessa vez, parecia muito mais nervoso.

Henrique: Eu vou me lembrar da sua covardia.. aliás, da sua sabedoria em não fazer nada. Talvez eu deixe você sair vivo. - provocou.

Senti mais pingos de água molhar a minha pele e me arrepiei inteira quando uma brisa leve e gélida, passou por nós.

Henrique tirou um braço no meu colo e desceu para a cintura, me segurando firme. A faca ainda estava no meu pescoço quando ele começou a andar de costas. Hugo ainda estava com a arma apontada para nós, quando vi alguns homens por trás dele.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora