Capítulo 24

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Fabrício 🎱

Abri meus olhos e encarei o teto branco do hospital. Olhei para o lado e vi o Bruno dormir na poltrona.

Respirei fundo e tentei me sentar na cama, mas falhei. Meu braço ainda estava doendo por conta do tiro que levei e desisti de me sentar.

É foda você ver sua vida passar diante dos seus olhos. Eu achei que não iria sobreviver quando me vi sozinho, deitado no chão. Não conseguia falar com ninguém, porque os caras tinham quebrado o rádio.

Hugo e Yara foram uns anjos. Não negaram ajuda e fizeram de tudo para que eu pudesse viver. Devo minha vida a eles agora, sei disso, minha dívida é grande com os dois.

Escutei batidas na porta e olhei na direção. Logo vi a mulher mais linda do mundo e sorri de lado.

Sara: Oi. Posso entrar? - olhou para o Bruno deitado na poltrona e depois me olhou.

Fabrício: Deve, pô. - sorriu. Vi ela entrar e fechar a porta. - Como você tá? - se aproximou de mim e beijou minha testa.

Sara: Bem, melhor agora que estou te vendo assim.. bem. - alisou minha bochecha e olhou em meus olhos. - Tive medo de perder você. Eu senti uma coisa ruim e sabia que era com você.

Fabrício: Eu tô bem, pô. - coloquei minha mão encima da dela. - Desculpa por não te ter dado notícias. Ia te avisar que não dava pra te pegar na faculdade, mas o seu pai... - ela negou com a cabeça.

Sara: Deixa isso pra lá. Passou. - me olhou doce. - O que importa agora é você se recuperar. Estava falando com o Ricardo, o seu médico, e ele disse que você terá alta amanhã ou até hoje mesmo.

Fabrício: Ricardo? Tá tão íntimo dele assim? - ela revirou os olhos e ri pelo nariz. - Desculpa, parei.

Sara: Ele é um conhecido do meu pai, quer dizer, o pai dele era conhecido do meu pai. - deu de ombros. - Só sei da existência dela por conta disso.

Fabrício: Tá, não precisa explicar nada. - levantou uma sobrancelha. - Que foi?

Sara: Nada. - sorriu doce e beijou o canto da minha boca. - Meu irmão disse que vem de ver mais tarde. Agora ele e o meu pai estão... resolvendo algum assunto, não quiseram falar o que era.

Engoli o seco. Acho que sei bem do que se trata. Tubarão.

Bruno: Caralho. - murmurou e nós olhamos pra ele. - Como dói minhas costas. - resmungou e abriu os olhos nos encarando. - E aí, loira.

Sara: Oi, Bruno. - disse e se afastou de mim. Franzi o cenho olhando pra ela. Depois lembrei que ninguém ainda sabia de nós dois. - Dormida ruim?

Bruno: Péssima. - me olhou. - Espero que me recompense por isso.

Fabrício: Ih, caralho, te pedi pra ficar aqui não, você que se ofereceu.

Bruno: Antes eu do que a minha mãe. - respirou fundo e se levantou. - Acho que vou tomar um café. - anunciou e antes de sair, me encarou. - Eu faria isso por você sempre, sabe disso.

Fabrício: Também faria, irmão, você pedindo ou não. - acenou com a cabeça.

Bruno andou até a porta e abriu saindo do quarto. Sara me olhou confusa e eu ri.

Sara: Vocês mudam muito rápido de humor e depois nós mulheres que somos bipolares. - ri de lado.

Fabrício: Lógico que vocês são mais que nós. - ela negou com a cabeça.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora