Capítulo 35

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Taísa ✨

Bebi um gole do café com a minha mãe e a minha irmã me encarando. Cada movimento que fazia, elas me acompanhavam. Engoli o seco não entendendo muito bem o que elas estavam fazendo.

Taísa: Porque.. está aqui? - olhei para a Talita. - Você não tem faculdade?

Talita: Yara conseguiu um atestado para mim e mandei para os professores alegando que estou doente. - fingiu uma tosse.

Semicerrei os olhos.

Taísa: Falsificando atestado, Talita? Isso não é crime.

Talita: Quer falar mesmo de crime logo você, irmãzinha? - revirei os olhos. Perdi o jogo.

Me encostei na cadeira querendo desviar a atenção delas para mim. Não ia ser fácil, mas tinha que tentar.

Minha mãe estava fazendo vista grossa comigo, não me deixa ficar muito tempo sozinha com medo que eu faça alguma besteira (não sei o porquê faria isso), meu pai também está bem preocupado e os meus irmãos.

Arthur e o papai estão mais na boca ultimamente, quase não pisam o pé aqui. Então a minha mamãe junto com a Talita, está cuidando de mim por ordens dele. O que não achei tão ruim, é bom esse cuidado, mas está me sufocando um pouco.

A angústia no meu peito ainda não passou, mas finjo que estou bem para não deixar elas mais preocupadas do que já estão. Elas e o Ygor.

O cara tá pior do que a minha mãe, mandando mensagem a todo instante perguntando de estou bem ou se estou precisando de algo. Acho fofo essa preocupação dele, de querer sempre me ver bem. Mas não aguento mais.

Taísa: Mãe, eu preciso sair. - me levantei.

Ela levantou junto comigo.

Bruna: Para onde? Com quem? Agora? Porque? - perguntou tudo de uma vez e a encarei.

Suspirei e a abracei. Ela ficou surpresa com o ato, mas retribuiu o gesto.

Taísa: Mãe, a senhora não precisa se preocupar tanto assim comigo, estou bem. - me separei dela e encarei seus olhos. - Eu sei me cuidar, sei me defender, a senhora sabe. - suspirou. - Me sinto grata por tudo que estão fazendo por mim, por estarem cuidando, mas estou me sentindo sufocada. Não posso sair, nem mesmo para ir a casa das minhas primas.. mãe, isso não é saudável.

Bruna: Eu sei, meu amor. Seu pai disse que era para termos cuidado com você por estar frágil, mas acho que ele é quem está precisando de cuidado mais do que qualquer um aqui. - confirmei com a cabeça. - Me desculpa. Só fiquei paranóica por você estar sentindo a mesma coisa que eu, sei como é ruim e como isso te deixa mal.

Taísa: Mas não posso parar minha vida e a vida de vocês por conta disso. - intercalei meu olhar entre ela e a Talita. - Preciso mesmo ver algumas pessoas.

Bruna: Tudo bem, filha. Vai, você precisa mesmo.

Taísa: Espero que façam o mesmo. Vai ver a tia Manu, mãe, o papai. - ela assentiu. Olhei para a Talita, que só observava nós. - E você, Talita, vai atrás do Bruno.

Talita: Eu? - revirei os olhos.

Taísa: Sim, né. Vocês só se encontram se ele vier aqui, ou melhor, na pracinha. Tá na hora de você tomar alguma atitude e ir ver o seu homem. - sorriu.

Talita: É, talvez eu vá fazer uma surpresa a ele. Tem algo que eu quero mesmo lhe entregar. - se levantou. - Você é ótima de ideias, irmãzinha. - beijou minha bochecha e me abraçou. - Beijo, mãe. - beijou sua bochecha também e subiu as escadas rápido.

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