Capítulo 43

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Ygor ☠️

Desci rapidamente as escadas e fechei o zíper da minha jaqueta. Deixei meu celular em cima da mesinha de centro e fiz o sinal da cruz antes de sair de casa. Abri a porta da minha casa, vendo uma van estacionada ali em frente e outra bem em frente a casa do Tubarão.

Meu pai saiu de dentro da van e tirou uma mochila.

JK: Ei, sua mãe pediu para que fosse a casa do Tiego, ela quer falar um bagulho contigo. - me avisou.

Ygor: Ela vai ficar lá? - assentiu.

JK: Achou melhor porque a Bruna e a Priscilla estão lá, além da Manuela, da Marina, Dávila, Elisa.. todas as mulheres e ela não queria ficar sozinha. - jogou a mochila no chão. - E eu achei até melhor, sua mãe tá muito calada ultimamente. - se agachou, abriu a bolsa e tirou alguns mini comunicadores de dentro.

Ygor: O senhor tá bem? - meu pai continuou mexendo na bolsa, fingindo que não havia me escutado. - Pai? - o chamei.

Meu coroa, lentamente, levantou a cabeça para mim e engoli o seco.

JK: Sim, estou. - respondeu.

Mas não, ele não estava bem. Meu pai sempre foi um cara durão mesmo naqueles momentos frágeis e que a gente sabia que ele não estava bem só de olhar. A minha mãe também e eu entendia perfeitamente eles, não estava sendo fácil.

Me manter de pé durante esses dias foi terrível. Desde o dia em que as meninas foram pegas, eu não dormi direito imaginando como elas estavam e o que estavam passando. Meu coração doía, minha cabeça, mente e corpo estavam cansados de tudo isso.

Pensar na Taísa era demais. Caralho, era a mulher da minha vida está nas mãos de vagabundos e não sabia o que estavam fazendo. Ela está grávida!

Minha irmã também e a Sara estavam nessa e tenho muito medo do que pode acontecer e de como vamos encontrá-las. Não sei se vou aguentar ver a Taísa mal.

Meu pai desviou o olhar do meu e senti uma mão no ombro. Olhei para o lado vendo o meu tio Lucas junto do Luan equipados. Meu pai não queria o tio Lucas envolvido nisso, mas tu acha que o cara escutou?

Lucas: Vamos tirar elas de lá bem. - disse, como se tivesse lido meus pensamentos. Eu assenti, mesmo não sendo essas palavras que queria escutar. - Precisa de ajuda, Karlos?

JK: Não. - resmungou. - Quero que volte pra casa, isso sim. - meu tio levantou uma sobrancelha e o Luan revirou os olhos.

Luan: Qual é, tio? Até a minha mãe liberou a gente e o senhor fica resmungando? Deixa de ser velho, porra, teu irmão já é crescido. - segurei o riso na parte do "velho".

Meu pai se levantou e encarou bem o Luan.

JK: Tu me chamou de que, criança? - cruzou os braços. - Costura a boca desse menino, Lucas, talvez assim ele pare de falar merda.

Luan: Pai, abre a cabeça desse senhor e enfia a idéia de que os tempos são outros e que você já é grandinho.

Lucas: Para, Luan, caralho. Não provoca mais o  velhote, ele já passou da idade de estar se estressando. - disse, com um sorriso nos lábios.

Meu primo riu e o meu pai fechou mais ainda a cara.

JK: Vão pra puta que pariu vocês dois, caralho. Vão encher o saco de outros, filhos da puta. - murmurou e entrou na van.

Ygor: Eu vou passar na goma do Tubarão antes de ir. - me virei para eles. - Minha mãe que pediu.

Luan: Ah, eu vou também dar um beijo na minha mãe. - se aproximou de mim.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora