Capítulo 39

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Arthur 💀

Minhas mãos suavam mais a cada passo que dava. Olhava para os lados a procura do meu pai, mas não via.

Ygor estava a minha frente posicionado, Luan atrás e mais ao lado estava o JK. DG e a equipe dele estavam a caminho.

Felipe: Vocês precisam ficar atentos. - sua voz saiu do rádio e pegamos. - Eles são muitos e estão por toda parte do morro. Na entrada, nos becos e os caralho a quatro. Os vapores da frente estão controlando, mas não vão aguentar por muito tempo.

JK: Vocês já sabem o que fazer. - nos olhou. - Protejam-se. - fez um sinal com a mão para nós irmos para lados opostos. - Que Deus estaja conosco. - foi a última coisa que escutei ele falar, antes de nos separarmos.

Entrei no beco a minha esquerda e seguirei firme a arma. Só estava mais calmo porque as mulheres da minha família já estavam protegidas e seguras em casa.

Pingos de chuva caíam do céu e o dia que parecia claro e quente, ficou escuro e frio. Meu coração estava acelerado e suava frio.

Uma sensação estranha se instalou em meio peito, mas não liguei. Continuei seguindo em frente o meu caminho, até chegar em um ponto alto de uma laje. Me agachei vendo alguns homens de preto de costas para mim. Mirei bem na cabeça deles e atirei de uma vez. Eram três e não sobrou nenhum.

Os tiros foram se intensificando e sempre que apareciam caras que claramente não eram do morro, ia atirando.

Felipe: Arthur? - peguei meu rádio de comunicação, colocando mais perto de mim.

Arthur: Fala.

Felipe: O Hugo, você viu? DG já chegou com os reforços e está perguntando por eles.

Arthur: Não sei dele não, tio. Mas soube que ele veio para cá com a Sara.

Felipe: Valeu. - desligou.

Coloquei o rádio de volta na cintura e segurei firme a arma.

A sensação estranha no meu peito ainda não havia passado. Os pingos da chuva foram ficando mais intensos e não tive como continuar ali em cima. Estava totalmente encharcado de água e desci lentamente.

Me escondi em um beco e peguei meu rádio, tentando me comunicar com alguém.

Arthur: Ygor? - tentei a linha dele. - Ygor, porra, fala! - gruni.

Ygor: Oi, porra. - respondeu ofegante. - Onde você está?

Arthur: No beco perto da boca principal. Acharam o Hugo?

Ygor: Luan achou ele. Porra, o moleque tá todo machucado, levaram ele para o hospital. - puta merda! Passei a mão no cabelo. - Desce pra cá.

Arthur: Onde você está?

Ygor: No beco 56, perto da pracinha. Vem logo, caralho!

Arthur: Tô descendo. - desliguei o rádio.

Coloquei mais munição na arma e arrumei meu colete. Posicionei a arma mirando para frente, peguei um atalho e fui descendo as escadas o mais rápido que conseguia. Entrei em alguns beco e engoli o seco ao ver várias pessoas caídas.

Suspirei fundo. Beco 52. Estava perto de onde o Ygor estava. Quando dei mais um passo a frente, um tiro quase me acerta. Recuei para trás ofegante. Me encostei atrás de uma lata de lixo e levantei um pouco da minha cabeça para observar quantos caras tinha na minha frente. Eram dois, um estava de frente para mim, outro de costas olhando para o lado opostos.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora