Capítulo 26

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Hugo ⛓️

Terminei de enfileirar as armas na ordem certa e por tamanho certo, como meu pai pediu, e fechei o armário.

Andei pelo corredor e parei em frente da sala do meu pai, ao escutar algumas vozes, a porta estava meio aberta e parei perto.

DG: Tem certeza mesmo que é esse filho da puta? - perguntou.

FW: Qual é, DG, tu já me fez essa pergunta umas mil vezes. Claro que tenho certeza, vi com meus próprios olhos. - respondeu.

DG: Mais essa agora. - escutei um suspiro alto. - O que esse arrombado quer com a gente?

FW: Eu não sei. - fez uma pausa. - Talvez seja vingança.

DG: Vingança? De que? Eu nunca fiz nada pra esse idiota do Jacaré.

Jacaré? Nunca nem ouvi falar desse mano.

FW: Tu não tava aqui no tempo, mas depois que o Guiné saiu do comando, o Jacaré queria tanto ser o chefe. Sabe? Guiné e ele eram próximos pra caralho e já que o sub do Guiné tinha morrido, naquela invasão que viesse fizeram, ele achou que seria o substituto. Mas aí chegou o Tito e anunciou você como dono. O cara ficou puto e depois tentou ir pra cima de tu querendo que você nomeasse ele como sub, só pra te trair pelas costas e devolver o morro para o Guiné, que na época, tava foragido com a Bruna e a Priscilla.

Antigo dono.. o pai da Sara? Puta merda! Ele sequestrou a minha mãe e a minha tia? Caralho.

Meu pai nunca contou isso para nós, não disse nem mesmo o vulgo do pai da minha irmã para nós. Pai não, né, genitor. Pelo que sei, o cara era um seboso, filho da puta do caralho.

DG: Filho da puta! - escutei um barulho. Ele tinha batido a mão na mesa com força. - Esperou todos esses anos pra vingar aquele esgoto em forma de gente? É pra quem não tem o que fazer mesmo!

FW: Eu não sei se é isso, se ele quer vingança pelo Guiné, mas vai saber? Esses caras tem merda ao invés de cérebro.

DG: Temos que ficar de olhos bem abertos, não quero que aconteça a mesma coisa de vinte anos atrás, que alguém seja sequestrado. E quero alguém 24 horas com a Sara, ela não pode, em hipótese nenhuma, ficar sozinha. Não entrando o Jacaré ainda estiver vivo.

FW: Você tá certo. Ela deve ser um dos principais alvos dele. Se o meu filho não tivesse ferido, teria indicado ele pra cuidar dela, até porque... você sabe, os dois estão juntos.

DG: É, é sei. - respirou fundo. - Vou cuidar disso, pensar em alguém. Hugo não pode ser e não vou arriscar colocar nenhum da Maré. Alguém... que seja de confiança.

FW: Tira o Bruno dessa.

DG: Qual é, Fabrício?

FW: Não, porra! O Bruno não. Tenho certeza que você irá arranjar outro. Assim como você não quer arriscar perder os seus, também não quero perder os meus. - olhei pela brecha da porta e vi meu pai se encostar na cadeira. - Eu tô indo nessa, se precisar, grita.

Ele se virou para sair da sala e me escondi rápido no corredor. FW saiu pelo outro lado e quando o campo estava limpo, entrei na sala do meu pai. Ele levantou o olhar pra mim sem entender.

Hugo: Terminei meu trabalho. - falei. Ele assentiu.

DG: Aconteceu mais alguma coisa?

Hugo: Eu que perguntou ao senhor. - levantou uma sobrancelha.

DG: Escutou a conversa? - semicerrou os olhos.

Hugo: Um pedaço. - me sentei na cadeira a sua frente. - Esse tal de Guiné.. é o pai da Sara? - ele cruzou as mãos e se inclinou para a frente.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora