Capítulo 60

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Giulia 🌸

Escutei um barulho de porta se abrindo e abri um olho. O quarto estava meio escuro, iluminado apenas por um pequeno abajur em formato de coração que havia no canto da parede.

Ele se moveu para a esquerda, mas parece que havia esquecido que ali havia uma cômoda. Bateu seu corpo em cheio.

Luan: Puta que pariu, caralho. - murmurou.

Abri outro olho e suspirei fundo, observando ele ir direto para o banheiro. Olhei a hora no celular, duas da manhã.

Me virei para o outro lado da cama e fechei os olhos.

Luan não era muito de chegar tarde da noite no meio da semana. Na verdade, hoje foi a primeira vez de muitas que ele havia feito isso. O motivo? Também é desconhecido para mim.

Não avisou onde estava, com quem ou o que ia chegar tarde. E eu também não perguntei absolutamente nada. Ele sabe que tem uma mulher em casa, deveria ter pelo menos, uma consideração mínima e ter avisado algo.

Não era muito de me importar com isso, sei do trabalho dele na boca e agora que o meu tio Tiego está pensando em se aposentar, está deixando tudo nas mãos dele e do Arthur. Ok, isso não é segredo para ninguém. Mas custava mandar mensagem dizendo que não iria jantar em casa?

A mesa ficou posta horas a espera dele. Eu fiquei horas sem comer esperando ele.

Tentei afastar esses pensamentos e tentei dormir, mas não consegui.

E quando a cama afundou do meu lado, um cheiro de perfume doce pairou no ar.

Não pira, Giulia, inspira.

Não conhecia aquele cheio. Não era da mãe dele, muito menos meu e também, claramente, não era dele.

Engoli o seco.

Luan não falou absolutamente nada. E é óbvio que eu também fiquei calada, precisava dormir porque tenho faculdade cedo amanhã. Então, continuei de olhos fechados e quando percebi, já havia adormecido.

•••••••••••••••

Acordei antes do alarme. Luan ainda roncava e como consequência por ter me feito esperar horas por ele, não o acordei. Fui direito para o banheiro e tomei meu banho rápido. Sai, fui para o closet, vesti uma calça jeans clara e uma blusinha preta lisa, passei apenas um protetor solar no rosto e calcei meu tênis. Coloquei minhas jóias e peguei minha mochila, saindo do quarto.

Desci rápido as escadas, peguei a chave do carro e sai de casa. Destravei o carro entrando.

Sim, eu tinha um carro. Na verdade, eu ganhei. Luan e Lucas, meu sogro, haviam me dado ano passado. Custei muito a aceitar, mas no fim, a Mari me convenceu a ficar dizendo que ia ser ótimo para ir e voltar a faculdade, ou ir a qualquer outro lugar e sem depender de ninguém.

Meus sogros tinham se tornado meus segundos pais. Os dois sempre apoiaram meu namoro com o Luan e ficaram felizes quando decidimos morar juntos. Amo os dois demais!

Minha mãe e minha avó também me apoiaram. As duas disseram que queriam ver minha felicidade e como já sou de maior e elas tem plena confiança no Luan, a decisão final era totalmente minha. E eu quis isso, era um passo enorme, mas sentia estar pronta.

Liguei o carro e desci o morro. Meu café da manhã tomava na faculdade, lá tinha uma lanchonete dentro e é divina a comida. Estava cursando nutrição em uma faculdade particular, bancada pelo meu paizinho do coração (só que não).

Já que depois que ele casou pela terceira vez (sim! Terceira vez. Daqui a pouco o Fábio Jr ganha um concorrente). E esqueceu que tinha uma filha, minha mãe juntamente com o meu tio Diogo e titio Tiego ligou para ele pedindo com todo amor e carinho do mundo para que pagasse minha faculdade. E eu nem disse nada, não ia me matar de trabalhar para estudar, muito menos sobrecarregar a minha mãe, sendo que o homem lá tem todo o dinheiro para isso. É claro que ele não recusou, né.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora