Giulia 🌸
Escutei um barulho de porta se abrindo e abri um olho. O quarto estava meio escuro, iluminado apenas por um pequeno abajur em formato de coração que havia no canto da parede.
Ele se moveu para a esquerda, mas parece que havia esquecido que ali havia uma cômoda. Bateu seu corpo em cheio.
Luan: Puta que pariu, caralho. - murmurou.
Abri outro olho e suspirei fundo, observando ele ir direto para o banheiro. Olhei a hora no celular, duas da manhã.
Me virei para o outro lado da cama e fechei os olhos.
Luan não era muito de chegar tarde da noite no meio da semana. Na verdade, hoje foi a primeira vez de muitas que ele havia feito isso. O motivo? Também é desconhecido para mim.
Não avisou onde estava, com quem ou o que ia chegar tarde. E eu também não perguntei absolutamente nada. Ele sabe que tem uma mulher em casa, deveria ter pelo menos, uma consideração mínima e ter avisado algo.
Não era muito de me importar com isso, sei do trabalho dele na boca e agora que o meu tio Tiego está pensando em se aposentar, está deixando tudo nas mãos dele e do Arthur. Ok, isso não é segredo para ninguém. Mas custava mandar mensagem dizendo que não iria jantar em casa?
A mesa ficou posta horas a espera dele. Eu fiquei horas sem comer esperando ele.
Tentei afastar esses pensamentos e tentei dormir, mas não consegui.
E quando a cama afundou do meu lado, um cheiro de perfume doce pairou no ar.
Não pira, Giulia, inspira.
Não conhecia aquele cheio. Não era da mãe dele, muito menos meu e também, claramente, não era dele.
Engoli o seco.
Luan não falou absolutamente nada. E é óbvio que eu também fiquei calada, precisava dormir porque tenho faculdade cedo amanhã. Então, continuei de olhos fechados e quando percebi, já havia adormecido.
•••••••••••••••
Acordei antes do alarme. Luan ainda roncava e como consequência por ter me feito esperar horas por ele, não o acordei. Fui direito para o banheiro e tomei meu banho rápido. Sai, fui para o closet, vesti uma calça jeans clara e uma blusinha preta lisa, passei apenas um protetor solar no rosto e calcei meu tênis. Coloquei minhas jóias e peguei minha mochila, saindo do quarto.
Desci rápido as escadas, peguei a chave do carro e sai de casa. Destravei o carro entrando.
Sim, eu tinha um carro. Na verdade, eu ganhei. Luan e Lucas, meu sogro, haviam me dado ano passado. Custei muito a aceitar, mas no fim, a Mari me convenceu a ficar dizendo que ia ser ótimo para ir e voltar a faculdade, ou ir a qualquer outro lugar e sem depender de ninguém.
Meus sogros tinham se tornado meus segundos pais. Os dois sempre apoiaram meu namoro com o Luan e ficaram felizes quando decidimos morar juntos. Amo os dois demais!
Minha mãe e minha avó também me apoiaram. As duas disseram que queriam ver minha felicidade e como já sou de maior e elas tem plena confiança no Luan, a decisão final era totalmente minha. E eu quis isso, era um passo enorme, mas sentia estar pronta.
Liguei o carro e desci o morro. Meu café da manhã tomava na faculdade, lá tinha uma lanchonete dentro e é divina a comida. Estava cursando nutrição em uma faculdade particular, bancada pelo meu paizinho do coração (só que não).
Já que depois que ele casou pela terceira vez (sim! Terceira vez. Daqui a pouco o Fábio Jr ganha um concorrente). E esqueceu que tinha uma filha, minha mãe juntamente com o meu tio Diogo e titio Tiego ligou para ele pedindo com todo amor e carinho do mundo para que pagasse minha faculdade. E eu nem disse nada, não ia me matar de trabalhar para estudar, muito menos sobrecarregar a minha mãe, sendo que o homem lá tem todo o dinheiro para isso. É claro que ele não recusou, né.
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Donos dos Morros
Lãng mạnSeus pais viveram grandes emoções e passaram por situações bastante conturbadas, mas conseguiram sair firmes e fortes. Os Donos dos Morros irão também passar por aventuras, conflitos familiares, amorosos e até internos. Será que eles irão ter força...