Capítulo 16

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Taísa ✨

Fechei a porta de casa e suspirei fundo segurando as lágrimas. Prendi a respiração e comecei a andar em direção a saída do morro.

Arthur: Taísa. - escutei sua voz e acelerei o passo. - Porra, Taísa, espera. - parei de andar e ele ficou em minha frente. - Qual é, você não pode fazer isso.

Taísa: Fazer o que? - perguntei lentamente. - Foi ele quem tomou essa decisão, eu só pude aceitar, afinal não é isso que os filhos fazem? Aceitar as ordens dos pais? - ele negou com a cabeça.

Arthur: Isso não é hora pra deboche, Taísa, põe a cabeça no lugar e os pés no chão! Você não pode fazer isso... nosso pai ele não tava bem... - o interrompi.

Taísa: Não estou com deboches e não quero saber se o seu pai estava ou não com a cabeça quente, ele tomou uma decisão e não vou voltar atrás. Saí e não irei voltar mais! - falei firme.

Apesar de estar muito magoada com tudo que aconteceu e estar me sentindo mal por ter dito algumas coisas sem pensar, eu não iria voltar atrás. Nunca fui muito de fazer isso e não será agora que vou.

Tubarão tinha tomado uma decisão, mesmo sendo na hora da raiva, eu entendi que foi aquilo que ele quis e não tinha mais como falar o contrário.

Arthur: Você não pode fazer isso.. a nossa mãe ficou mal pra caralho com isso tudo, você não viu?

Taísa: Vi, e foi por conta dela que fiz isso, para ela ter paz. Que mulher quer ver a filha e o marido brigando sempre? Todos sabem e principalmente o Tiego, que nós dois não iremos chegar a uma conclusão apaziguada nunca. Ele pensa muito diferente de mim.

Arthur: O seu problema é querer sempre sair como certa, não aceitar nunca a opinião alheia. - neguei com a cabeça.

Taísa: E o seu problema é achar que ele está certo em tudo. - ele cruzou os braços. - Eu não quero ser a dona da razão, nunca quis, mas sempre fui sincera e vivo minha vida de acordo com meus princípios.

Arthur: Isso não tem nada a ver. Ele só quer seu respeito, porra.

Taísa: Respeito? - ri. - O seu pai não é esse ser humano bonzinho não, ele até pode ter sido para você, mas não para mim. Lembro das vezes em que ele não ia na escola comigo, não ia em apresentações minhas da minha turma e quando cresci se tornou ainda mais ausente. A minha mãe, a Bruna, ela sim é mulher de verdade e merece ser respeitada. Esteve sempre comigo, me apoiando e me levantando a cada queda. Ela sim tem meu respeito.

Arthur ficou me encarando por algum tempo e quando estava prestes a falar algo, escutei a voz da Talita.

Talita: Taísa. - olhei para trás e vi ela descendo o morro com o Felipe e o Ygor. - A mamãe... ela tá preocupada com você.. - falou ofegante. - E pediu.. divórcio. - engoli o seco.

Taísa: Onde ela está?

Talita: Na casa da tia Manu. Ela pediu para eu que viesse atrás de você. - assenti de leve.

Minha vontade era ir correndo para a casa da tia Manuela e dizer a minha mãe que estava tudo bem, tranquilizar ela e falar que, mesmo eu estando triste, tudo iria ficar bem. Mas não queria correr o risco de encontrar meu pai.

Taísa: Avisa a ela que estou bem e que vou para a casa do meu padrinho. Vou voltar amanhã cedo para pegar algumas coisas minhas e... arranjar um lugar pra mim.

Felipe: Taísa. - se aproximou. - Seu pai não falou sério, pô. Foi coisa de momento, vamos voltar, conversar como adultos. - encarei ele.

Donos dos MorrosOnde histórias criam vida. Descubra agora