❝ Dahlia Blossom. Não se deixe enganar pelo nome. Ela é mais conhecida como a Dahlia Negra. E ela não ganhou esse apelido por sorrir e parecer bonita.❞
❝ Ela sabe mesmo como se apresentar para a câmera.❞
❝ Porque ela sabe como jogar o jogo. Sempre s...
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O Distrito Cinco não era um Distrito de Carreira, apesar de sua riqueza significativa em comparação com outros distritos. Seu Vitorioso mais proeminente, Alaric Silvers, só havia vencido o 32º Jogos Vorazes graças às suas surpreendentes habilidades com a espada. O distrito não teve muito sucesso desde então, e Alaric ficava mais cansado a cada ano que seus tributos não retornavam. Sua mente era assombrada pelos rostos de crianças inocentes que haviam sido enviadas para morrer. Seus gritos ressoam em seus ouvidos quando são mortas para o entretenimento do Capitólio. Seu corpo arde com os olhares das famílias em luto. Todas aquelas crianças que ele não conseguiu salvar... Ele não sabe por quanto tempo mais conseguirá continuar.
Enquanto Alaric acorda suado e ofegante por causa dos pesadelos que atormentam seu sono, Dahlia Blossom olha para o teto do quarto que compartilha. Como todas as crianças que vivem nos distritos de Panem, ela teme um dia acima de todos os outros. O Dia da Colheita. Ela se esforça ao máximo para ignorar a data que se aproxima, mas viver com uma irmã em idade de colheita não alivia suas preocupações. O nome de Lavender só aparece na tigela uma vez e, embora as chances de ela ser colhida fossem baixas, ainda havia uma chance muito real de sua irmãzinha ser enviada para a arena.
Rosie, a Blossom mais nova, se aconchegou ao lado de Dahlia, felizmente alheia às preocupações de sua irmã mais velha. Ela dormia profundamente, com a inocência mantida pelo fato de saber que ainda lhe restavam alguns anos para atingir a maioridade. Dahlia e Lavender, por outro lado, mal tinham dormido. As três crianças da família Blossom ocupavam o quarto maior, que continha duas camas de solteiro. Rosie frequentemente usava Dahlia como seu ursinho de pelúcia pessoal, pois as duas dividiam uma cama. Quando ela estava em casa, a mãe geralmente podia ser encontrada desmaiada no quarto menor. Ela trabalhava em turnos extremamente longos na represa hidrelétrica para sustentar a família, confiando a Dahlia a tarefa de cuidar da casa e das crianças. As manhãs do Dia da Colheita eram as únicas ocasiões em que Joule Blossom realmente passava tempo com seus filhos.
A porta do quarto range ao se abrir, alertando Dahlia e Lavender sobre a presença da mãe. As duas fecham os olhos rapidamente para fingir que estão dormindo. Joule sorri para as meninas que são sua motivação na vida, sua razão para continuar. Aproximando-se primeiro da mais velha, ela passa os dedos pelo cabelo de Dahlia, de forma suave.
─ Está na hora de acordar, minha flor.
─ Bom dia, mamãe.─ Dahlia murmura enquanto finge acordar do sono, seus olhos se abrem com um bocejo muito convincente.
Joule franze uma sobrancelha com conhecimento de causa para a filha.
─Você não precisa fingir para mim. Sei que você não consegue dormir antes de... Bem, você sabe.─ Eles sabiam exatamente o que era hoje, mas ninguém queria dizer. ─ Presumo que sua irmã seja a mesma. Estou certa, Lavender?.
─ Sim, mamãe.─ Lavender responde, abandonando imediatamente a encenação e ficando de pé em sua cama. Joule se aproxima da garota e deposita um beijo delicado em sua testa. ─ Rosie tem sorte. Ela ainda tem dois anos antes de ser elegível.
