𝑬𝒎𝒑𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂𝒅𝒐 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐

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─ Tributos, montem

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Tributos, montem. Tributos, montem.─ Uma voz masculina traz a dupla de volta à realidade quando vários tributos passam por eles para alcançar a carruagem.

─ Permita-me acompanhá-la, senhora.─ Finnick oferece, apresentando seu braço estendido para que Dahlia passe a mão por ele. Ela obedece alegremente, enrolando o braço em volta do bíceps nu dele e permitindo que ele a leve embora. Nenhum dos dois percebe os olhares conhecedores dos Tributos ao redor deles, muito envolvidos um com o outro para se importar.

─ Bem ─Dahlia suspira quando eles chegam à carruagem do Distrito Cinco e encontram Alaric esperando ao lado dela. ─ Vejo você do outro lado.

─ Acho que sim.─Finnick diz tristemente, não muito feliz por Dahlia estar saindo de seu lado quando ele acabou de recuperá-la.

Dahlia percebe o rosto triste dele e estende a mão para acariciar sua bochecha com um sorriso forçado.

─ Ei, podemos conversar mais depois do desfile.─Acenando com a cabeça em silêncio, Finnick ordena internamente que sua mente se recomponha. Enquanto isso, Dahlia troca um olhar malicioso com Alaric, que sutilmente balança a cabeça em sinal de concordância. Percebendo a dica, Dahlia puxa Finnick para um abraço repentino, que ele retribui quase que imediatamente.

─ Nos encontre no telhado hoje à noite.─ Ela sussurra discretamente no ouvido dele, usando o abraço para encobrir suas ações e tentando desesperadamente não se concentrar no peito exposto de Finnick.

Embora suas sobrancelhas estejam franzidas em confusão quando eles se afastam, Finnick inclina o queixo para indicar que entendeu as palavras dela. Com um sorriso discreto, Dahlia dá um beijo rápido em sua bochecha e faz um gesto para que Alaric monte a carruagem primeiro. Mas, antes que ela possa entrar atrás dele, sua mão é agarrada com delicadeza.

─ Lia, espere.─ Finnick exclama baixinho, olhando para ela com olhos arregalados e esperançosos.─ Eu queria lhe dar uma coisa.─De um bolso escondido sob o tecido de sua roupa, ele tira nervosamente o acessório de cabelo de dahlia negra que ela usava no dia em que os dois se conheceram.

Era seu bem mais precioso, o objeto que o mantinha firme durante as longas viagens ao Capitólio. Se ele pudesse levá-la com ele, teria sido seu símbolo para os Jogos. Mas ele se contentaria com o fato de Dahlia usá-lo durante o desfile.

Com um suspiro de surpresa, Dahlia dá um passo à frente e admira a flor cuidadosamente aninhada na mão de Finnick.

─ Você a guardou?.

─ Claro que sim.─Finnick insiste, olhando para ela com olhos determinados. Como se ele sequer pensasse em se livrar dela. Embora ainda estivesse amassado e enrugado, as imperfeições eram o que o tornava especial para ele. Porque Dahlia não é um ser perfeito, mas ela é perfeita para ele.─ Achei que seria apropriado que você o usasse mais uma vez. Uma flor para a minha flor.─ Os olhos de Dahlia brilham com uma emoção ilegível, brilhando mais do que os cacos em seu vestido.─ Posso? ─A garota fica mais do que feliz em aceitar, virando-se de costas para o homem para que ele possa prender a flor em seu penteado elegante.─ De volta para onde ela pertence.

─ Você sabe que ela sempre pertencerá a você.─Dahlia protesta suavemente, olhando para ele com um sorriso etéreo. Mas ela não está falando sobre a flor.

─ Estou torcendo por você, Blossom.─ afirma Finnick, repetindo as palavras que disse a ela há tantos anos, enquanto a ajuda a entrar na carruagem.

Com um sorriso carinhoso, Dahlia responde com a mesma resposta que deu a ele quando se separaram antes de seu primeiro desfile:

─ Obrigada pelas palavras de incentivo, Odair.─Inclinando-se, Finnick dá um beijo de leve no topo da mão de Dahlia, sem nunca quebrar o contato visual. Depois, com uma piscadela rápida, ele se afasta e desaparece em sua própria carruagem. O sorriso não sai do rosto de Dahlia, suas covinhas normalmente escondidas ficam à mostra. Alaric a encara com um olhar desconfiado até que ela finalmente sai de seu torpor e o nota.─ O quê?.

─ Posso ser velho, mas não sou cego, flor.─Alaric diz com severidade, lançando-lhe um olhar pontiagudo enquanto ela desvia o olhar timidamente.

─ Eu não sei do que você está falando.─ Dahlia nega, virando-se para frente enquanto a carruagem começa a rolar.

─ Não posso negar isso por muito mais tempo.─Alaric murmura em voz baixa, fazendo com que o rosto de Dahlia caia em desespero. Alaric estava certo. Eles não tinham muito tempo antes do início dos Jogos, e ninguém poderia prever o que aconteceria quando os canhões explodissem. Dahlia e Finnick estão correndo contra o tempo agora. Será que eles realmente estariam levando seus verdadeiros sentimentos para o túmulo?.

Dahlia consegue endurecer sua expressão no momento em que eles emergem na luz do dia ofuscante e são submetidos ao rugido da multidão. As flores caem sobre eles como gotas de chuva, pétalas escuras tremulando no rosto de Dahlia enquanto sua máscara é colocada no lugar. As batidas dos tambores ecoam pelo chão e atravessam os corpos dos Tributos em tremores. O sol bate nos cacos de vidro que decoram os trajes de Dahlia e Alaric, atraindo naturalmente os olhares do Capitólio. Eles entoam seu temido apelido como um grito de guerra, aplaudindo-a enquanto ela passa por eles.

Ao contrário de sua primeira Parada de Homenagem, em que o objetivo final era fazer com que as pessoas gostassem dela, Dahlia não se esforçou muito para chamar a atenção. Ela deixou que sua reputação falasse por si só e manteve seu rosto rígido como uma estátua. Alaric estava fazendo o mesmo ao lado dela, observando a multidão com uma expressão impassível. Uma dupla feroz envolta em escuridão, mas que brilhava com poder.

À medida que os aplausos da plateia ficavam impossivelmente mais altos e todos os olhares se voltavam para as carruagens dos distritos mais distantes, os olhos de Dahlia se arregalavam em aborrecimento. A Garota em Chamas estava obviamente fazendo jus ao seu nome. Os espectadores começam a cantar o nome de Katniss quando a carruagem de Dahlia e Alaric passa em frente ao pódio de Snow. Ela o encara com um olhar mortal, enquanto ele apenas franze uma sobrancelha sem se incomodar. Esse homem arruinou a vida dela sozinho e, ainda assim, ele a vê como pouco mais do que um grão de sujeira em seu sapato. A simples visão dele fez com que ela apertasse o maxilar com raiva.

─ Está tudo bem, flor.─ Alaric murmura suavemente para ela, garantindo que ninguém possa ouvir ou entender suas palavras suaves.─Já acabou. Você se saiu bem.

Soltando um suspiro de alívio que ela não sabia que estava segurando, seus ombros se aliviam da posição tensa. Mesmo quando ele não faz nada, Snow ainda consegue deixá-la em um estado de fúria.

─ Estou tão feliz que isso tenha acabado.─Ela resmunga quando a carruagem para no grande hangar mais uma vez. Sem perder tempo, ela sai da carruagem e salta para o chão, com os calcanhares batendo no piso sólido.

Johanna se aproxima dela com uma careta de irritação quando a carruagem do Distrito Doze chega.

─ Aquela garota Everdeen está me irritando.

─ Não é preciso muito para fazer isso, Jo.─Dahlia aponta, fazendo Johanna fazer uma careta em concordância.─ Mas eu tenho que concordar. Toda essa bobagem de Massacre Quaternário é para nos livrarmos dela. Nós somos apenas o dano colateral.

As duas garotas não deixam que seus olhos se desviem de Katniss e Peeta quando se aproximam de Haymitch. Elas conversam um pouco com Seeder e Chaff antes de irem para os elevadores. De repente, Johanna se anima e sibila no ouvido de Dahlia:

─ Ooh. Vou me juntar a eles. Eles não podem fugir de mim se ficarem presos em um elevador.

Dahlia dá uma risadinha com a ânsia de Johanna em irritar os mais novos Vencedores.

─ Ok, Jo.─Então, ela baixa a voz para sussurrar: ─ Vejo você hoje à noite. ─Com um aceno apressado e um lampejo de verde, a entusiasta do machado desaparece no elevador com os Vencedores do Distrito Doze assim que as portas se fecham.

─ Era a Johanna? ─Finnick pergunta enquanto se junta a ela, ambos olhando na direção em que Johanna saltou. Dahlia cantarola em confirmação, ainda sorrindo para a tortura que Johanna estará infligindo ao jovem casal.─ Pobres crianças.

𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊 𝐃𝐀𝐇𝐋𝐈𝐀, 𝐟𝐢𝐧𝐧𝐢𝐜𝐤 𝐨𝐝𝐚𝐢𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora