❝ Dahlia Blossom. Não se deixe enganar pelo nome. Ela é mais conhecida como a Dahlia Negra. E ela não ganhou esse apelido por sorrir e parecer bonita.❞
❝ Ela sabe mesmo como se apresentar para a câmera.❞
❝ Porque ela sabe como jogar o jogo. Sempre s...
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Pela segunda noite consecutiva, o sono evita Dahlia como se fosse uma praga. Desta vez, é por um motivo diferente. A cama parece grande demais, vazia demais, e o quarto parece formal demais, sofisticado demais. Ela não pode mentir, é uma área confortável, mas não é um ambiente confortável. Não há nenhuma Lavander roncando em seu ouvido, nenhuma Rosie agarrada ao seu lado. Ela nunca pensou que poderia sentir falta de algo tão simples como dividir um quarto com suas irmãs. É difícil saber que elas não estão lá com ela. É ainda mais difícil saber que ela talvez nunca mais as veja.
Todos os seus demônios saem à noite, encontrando diversão em se aproveitar de seus piores medos e rindo enquanto ela luta para combatê-los. Tudo parece muito mais aterrorizante quando você está presa sozinha com seus pensamentos. Como ela pode esperar voltar para sua família se não consegue vencer nem mesmo as batalhas dentro de sua cabeça?.
Depois de horas se revirando, passando de uma temperatura para outra, ela desiste. A área de jantar já está preparada com uma variedade de alimentos, a maioria dos quais Dahlia não reconhece. Ninguém mais parece estar acordado quando ela cai cansada em uma cadeira à mesa. A preguiça de pegar frutas que ela nunca provou antes a distrai das três cadeiras vazias. Em casa, elas seriam ocupadas por duas garotas bocejantes, sem nenhum momento de paz. Sempre havia uma conversa sem sentido, sempre havia uma conversa a ser feita. Dahlia achava tudo muito calmo.
─ Você tem permissão para comer mais do que apenas frutas.─ Uma voz grave tira Dahlia de seu torpor triste. Alaric paira na porta com as pálpebras caídas, mal vestido para o dia.
─ Você tem permissão para entrar na sala.─ Dahlia responde, colocando uma fruta vermelha na boca. Alaric é pego de surpresa por um momento antes de acenar com a cabeça relutantemente e caminhar para a frente.─ Por que você está acordado tão cedo?.
Alaric se senta em frente a ela na mesa.
─ Memórias. De meus jogos.─ Ele suspira, despejando o líquido escuro e fumegante em uma caneca.─ Você pode tirar o Vitorioso do jogo, mas não pode tirar o jogo do Vitorioso.─ Tomando um longo gole de sua xícara, Alaric suspira para si mesmo.─ Por que você está acordado?.
─ Minha cama é muito grande.─ Ela responde, fazendo Alaric soltar uma pequena risada. Ela percebe que parece uma reclamação estranha, mas Dahlia não precisava de uma vida de luxo para ser feliz. Sua casa e sua família eram perfeitas do jeito que eram.─ Parecia que eu estava deitada em uma nuvem e que a qualquer momento eu cairia através dela. Sinto falta das molas que cravam em minhas costelas para me lembrar que a cama ainda está lá.
Alaric acena com a cabeça em sinal de compreensão.
─ Você nunca se acostuma com isso. Tudo é diferente no Capitólio. Eles gostam de estragar os tributos, deixando-os ter um gostinho do que os espera se saírem. É como pendurar uma guloseima na frente de um cachorro, só para arrancá-la depois que ele cai na armadilha.─ Ele fala como um fantasma ainda preso na casa em que morreu, condenado a assombrá-la para sempre e nunca seguir em frente.