Eu não consigo acreditar no que eu acabei de viver, eu só quero sumir, eu só quero desligar minha mente. Esse barulho de sirene que não sai dos meus ouvidos.
Chego no principal hospital de Manhattan acompanhado de um paramédico e alguns policiais. Um médico aparece guiando a maca até uma ala vazia.- Eu vou precisar fazer exames nele, se possível, peço pra que os senhores aguardem um pouco antes de qualquer pergunta -diz o médico segurando a cortina antes de fechar
- Tudo bem mas seja rápido - diz o policial virando as costas e saindo.
- Jake seu nome não é? - Perguntou o médico.
- Sim.
- Vou precisar fazer alguns exames pra saber se vc não tem nenhuma ferida interna.
Eu só quero sumir, não ligo pra exames, eu só preciso desligar minha mente!!
- Fique tranquilo Jake, sei que vc passou por um momento traumático mas preciso que vc confie em mim, não vou te machucar.
O Médico então começa a palpar minha barriga atrás de alguma rigidez causada por uma hemorragia, afere minha pressão entre outros procedimentos.
- Você sofreu alguns arranhões, vou fazer o curativo e liberar a entrada dos policiais, tudo bem assim?
- Eu só quero dormir - digo com as lágrimas quase caindo
- Vai ser rápido, vou falar pra eles que você precisa descansar.
Então o médico sai fechando a cortina e me deixando naquela ala fria e branca. Eu não me sinto seguro em lugar nenhum, como uma coisa que só acontece em filmes pode ter acontecido comigo? O que eu fiz pra merecer isso?
Um policial negro, alto e forte abre a cortina entrando na ala me fazendo levar um susto.- Tudo bem garoto, não vou te machucar, só preciso que vc responda algumas perguntas - Disse o policial ficando em pé na frente da cama.
- Vamos lá. Primeiro gostaria de saber onde estão seus responsáveis, já que vc tem 17 anos.
- Meus pais morreram senhor, eu moro na casa do meu tio Eduardo.
- Seus pais morreram do que?
Aquela cena aterrorizante volta na minha memória com tanta nitidez que parece que eu sinto o cheiro daquele dia.
*Flash back on*
- Vocês comprometeram toda a organização, como vocês acham que vai ficar nossa imagem?
- Por favor - disse minha mãe ajoelhada do lado do meu pai - eu...Eu sinto muito, não queria causar problemas.
- NÃO QUERIA CAUSAR PROBLEMAS? VOCÊ AINDA TEM A CARA DE PAU EM FALAR ISSO?
- Por favor Sabrina, se acalme - diz meu pai tentando apaziguar a situação.
- Como você quer que eu fique calma depois da burrada que vocês fizeram? Pra vocês terem uma ideia, eu tive que mudar a organização de lugar, JÁ QUE VOCÊS NÃO FIZERAM O MÍNIMO ESFORÇO PRA SEREM DISCRETOS - A mulher diz se aproximando dos meus pais com a arma na mão.
- Por favor, tenha piedade Sabrina - Minha mãe fala chorando.
- Eu não posso comprometer mais a organização, o que vocês fizeram nos deixaram totalmente vulneráveis. Sendo assim, eu vou precisar passar vocês dois dessa, pra uma melhor...
- NÃO POR FAVOR, O JAKE TEM APENAS 13 ANOS, ELE NÃO PODE FICAR SOZINHO - Diz meu pai aumentando a voz desesperadamente
- Ele vai saber se virar, ele é forte - diz a mulher em um tom de deboche
- Filho perdoe a mamãe e o papai, tudo que fizemos foi pro seu bem. Espero que um dia você entenda.
- MAEEE, PAIII POR FAVOR FIQUEM COMIGO - Digo chorando.
POW POW. Foi o que eu ouvi antes dos corpos dos meus pais caírem de costas com um furo na testa.
*Flashback off*
- Entendi - diz o policial virando a folha da prancheta - Depois disso você foi pra casa do seu tio, lugar um pouco distante de onde você morava, certo?
- Isso, ele me ajudou no pior momento - falo e sinto as lágrimas inundando meus olhos
*Flashback on*
- Espero que você se sinta confortável aqui - Diz meu tio entrando em casa - Como eu não tava preparado pra essa situação, ainda não consegui deixar tudo do jeito que você precisa mas com o tempo eu vou ajustar essas coisas.
Meu tio se ajoelha na minha frente e passa os dedos no meu rosto, enxugando minhas lágrimas.
- Só você sabe o que você viu mas conte comigo pra qualquer coisa. Quando quiser me encontrar, se precisar de um abraço, se estiver com medo do bicho papão, é só me chamar. Não hesite em correr até mim em qualquer situação!
Só consigo abraçar meu tio, deixando as lágrimas tomarem conta do meu rosto.
*Flashback off*
- Okay, então você morou com o seu tio durante esses quatro anos. Como era a relação de vocês dois?
- Ele sempre foi muito acolhedor comigo, sempre fez de tudo pra me deixar confortável.
- Vocês falavam sobre a situação que você havia passado naquele dia?
- Não, com o tempo eu tentei esquecer aquela cena, não queria lembrar dos meus pais sendo mortos.
- Compreendo - diz o policial virando outra folha - Agora vamos falar sobre o que aconteceu, você foi sequestrado e mantido em um galpão durante cinco dias. O que aconteceu lá dentro?
*Flashback on*
- ME SOLTA, SOCORRO - Digo gritando com um saco na cabeça enquanto um homem me joga dentro de um carro.
- CALA A BOCA MOLEQUE, ANTES QUE EU QUEBRE VOCÊ NA PORRADA.
- SOCORROOOO!!!
- EU MANDEI CALAR A PORRA DA BOCA - Diz o homem me dando um soco no rosto.
Só consigo escutar o barulho do carro arrancando pela avenida. Depois disso só lembro de ter acordado, amarrado na cadeira naquele lugar vazio e com pouca iluminação.
- Arght... Minha cabeça.
- Que bom que acordou, espero que o príncipe não esteja se sentindo tão mal - Diz um cara com a voz grossa.
- Quem é você? O que você quer?
- De você? Eu não quero nada - Diz o homem vindo em minha direção com uma arma na mão - Eu tenho que entregar você em ótimo estado pra chefe, mesmo sendo difícil não tirar uma casquinha de um garoto tão bonitinho.
- Por favor, não faz nada comigo.
- Não, eu não vou fazer e essa é a sua sorte, se eu tivesse te visto antes, teria pego pra mim - Diz o homem passando a arma na minha cara enquanto ri.
Ouço barulho de salto vindo em minha direção. Uma mulher sai do escuro vindo em minha direção. Eu não consigo acreditar, É ELA!!!
[ CONTINUA]
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Meu Psicólogo
RomanceJake, um jovem atormentado por um trauma recente, decide enfrentar seus demônios internos ao procurar a ajuda de um psicólogo Dr. Thomas. À medida que as sessões avançam, uma conexão especial se desenvolve entre eles, indo além do profissionalismo...