36 - I m p r u d e n t e

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Harry Styles - Lights up

Todas as luzes

Não conseguiriam apagar a escuridão

Invadindo meu coração

Riley Donovan

— suma com o maldito barman Jacob. — rujo furioso, falhando ao tentar ser discreto.

"Deixa comigo, chefe."

Jacob me sinaliza prontamente e não preciso procurar no aglomerado de pessoas para saber que ele já está se preparando para matar o barman que drogou Chery.

Caminho o mais rápido que consigo em meio aos corpos dançantes, seguindo na direção que vi o maldito Enrico ir a procura dela. Passo por um punhado de pessoas em direção aos banheiro e o vejo na penumbra. Está a poucos passos de distância de uma Chery jogada desleixadamente no chão, ao lado de uma porta de emergência. Me aproximo pouco antes que ele tenha a oportunidade de alcançá-la.

Prendo-o em uma gravata apertada.

Ele se debate tentando se livrar, mas não há como, foi pego de surpresa. Aproveito da pouca iluminação e me aproximo mais da saída de emergência, um vão que vai para o largo corredor dos banheiros. Ele luta conforme eu o aperto e alguns minutos depois, desmaia. Solto seu corpo contra a parede, do outro lado da porta não muito distante de uma Chery grogue tentando entender o que está acontecendo.

O corpo dele fica desajeitado no chão e eu me aproximo com calma dela, sentindo uma raiva sobre humana tomar conta de mim, por simplesmente não poder torturar Enrico Guzman. Esfolá-lo vivo me traria imensa satisfação e isso quebraria minhas regras.

Ela está suada, com a respiração ofegante e os olhos parecem injetados e desfocados. Os joelhos estão sobre o peito e o tecido do vestido se encolheu deixando-a quase exposta.

— Chery? — Chamo com calma evitando tocá-la por conta do seu estado, não quero que ela se sinta violada sob qualquer circunstância.

— Riley... — ela suspira com força — você veio.

Seus olhos vagos me procuram e piscam com força. Sua voz é arrastada como se estivesse bêbada.

— Eu vim. — quero levantá-la e acolhê-la, mas antes, preciso cuidar de Enrico. — Preciso do veneno, onde está?

Sei onde está. Estive lhe observando por todo o tempo. Assistir ela dançando sedutoramente, pronta para matar o homem. Indiscutivelmente linda sob o tecido vermelho que eu a vi usando no provador. Eu estava deslumbrado vendo-a, até ela anunciar que estava sentindo algo errado.

Ela não mudou a caneta de lugar, mas eu jamais ousaria tocá-la a menos que ela quisesse isso. Seu cenho franze e seus olhos percorrem todas as parte do meu rosto. Em seguida olha para si mesma, passa a mão pelo colo, abdômen até alcançar as pernas e tirar da meia direita, a caneta com o veneno.

A mão trêmula se ergue e eu pego a caneta dela agradecendo com pressa. Vou até a jugular de Enrico, injeto o veneno e guardo a caneta no bolso da calça. Abro a porta da saída de emergência e arrasto seu corpo para fora. A porta vai para os fundos do estacionamento, próximo dos lixos, uma área escura e fedida.

Eu torturei uma pessoa, uma única vez. Foi como dar vazão ao lado mais visceral e irracional que existe no ser humano. Isso fodeu com a justiça que eu defendi nos meus anos de exército, me fez colidir com a moral do certo. Eu prometi a mim que nunca repetiria o ato. No entanto, nesse momento eu consigo me imaginar fazendo o mesmo com Enrico.

DESEJO ASSASSINOOnde histórias criam vida. Descubra agora