35 - L u z e s

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Kehlani - Gangster

Eu preciso de um gangster

Para me amar melhor

Do que todos os outros

Para me perdoar sempre

Me acompanhar ou morrer comigo

Chery Baldwin

A noite estava agradável e o carro percorria as avenidas tranquilamente. Riley trocou o conversível prata por um SUV grafite fosco.

A Dream Night ficava no centro da cidade. Era uma boate movimentada e bem frequentada. O dono era um traficante de alto escalão na Filadélfia, e tinha mais cinco boates espalhadas pela Pensilvânia. Embora Tyler Flynn fosse investigado, subornar o FBI estava lhe mantendo fora da prisão. Nossa encomenda era Enrico Guzman seu produtor. Ele estava ascendendo na produção de drogas sintéticas e era o mascotinho de Tyler. Tinha passe livre para entrar e sair em todas as boates onde a droga era comercializada.

Enrico e os dois últimos na nossa lista eram os mais perigosos e eu sequer fiz questão de me questionar se deveriam morrer. Eu já havia entendido que embora Riley pratique um negócio sujo, ele não matava por esporte.

Estava claro que na nossa história, eu era a vilã.

Jacob é o motorista da noite. Ele acomoda o carro na vaga mais próxima da entrada do estacionamento privativo. Eu volto a arrumar o vestido com medo de perder a seringa com o veneno, mesmo ela estando bem presa. Abro a porta do carro e antes que eu saia, Riley a segura para mim e me estende a mão em apoio.

Eu não recuso. Não estou confiante em andar de salto sobre o chão de concreto, mas principalmente, não resisto ao contato direto com Riley. A mão calejada pressiona a minha com cuidado. Assim como em Rock Hall, sinto que esse é o momento mais confortante que já tive com alguém. Também sinto a mesma tristeza de antes por não conseguir dizer a ele o que me motiva.

Ele fecha a porta e Jacob liga o alarme. Riley guia o caminho e eu não faço qualquer movimento para me afastar dele, quando ele não o faz fico aliviada. Jacob não se distancia e permanece ao meu lado direito. Na calçada do estacionamento o movimento é extremo, o barulho de vozes é alto e nós passamos pela fila atraindo olhares. Na entrada Riley fala com o hostess controlando as pessoas. O homem olha a lista em sua mão, entrega três pulseiras para Riley liberando nossa entrada.

Alcançamos o centro do espaço amplo e sofisticado. As luzes brilham e a penumbra é pouco reconfortante. Está cheio de pessoas dançando e cantando ao som da música. Fico nervosa diante do amontoado de gente. Como eu vou matar Enrico sem chamar atenção?

Jacob põem uma das pulseiras no pulso direito.

— Eu estou indo pra pista e ficarei de olho em tudo. — ele diz olhando o local com atenção. — Me chame se precisar. — Ele volta a falar olhando para mim, para Riley e em seguida para nossas mãos unidas.

Eu concordo rápido e Riley se afasta de mim ganhando toda a minha atenção. Ele pega meu pulso esquerdo com cuidado e prende a pulseira verde fluorescente. Olho para Jacob para saber se ainda está nos observando, mas ele sumiu. Me espanto por não ter notado e antes que eu possa procurá-lo, Riley segura minha mão e volta a guiar o caminho.

Passamos pelas pessoas elétricas em direção a uma escadaria. Há um segurança próximo da escada que cumprimenta Riley com um aceno quando nós subimos para a área vip. Ao chegarmos, não há ninguém além de nós e dos funcionários do bar sofisticado do espaço. Há mesas com cadeiras e as mais próximas das paredes tem estofados. Riley caminha tranquilamente até a parede lateral à nossa direita, na direção de um sofá próximo do parapeito, então nós temos uma boa visão do que ocorre lá embaixo.

DESEJO ASSASSINOOnde histórias criam vida. Descubra agora