DESEJO ASSASSINO

41 - E n v e n a d a

Demi Lovato - Dancing with the devil

Eu estava dançando com o diabo

Jogando com o inimigo

Apostando a minha alma

É tão difícil dizer não

Quando se está dançando com o diabo

Chery Baldwin

Eu não dormi.

Gostaria de culpar meus pesadelos e meus sonhos distorcidos com Riley. A minha falta de controle era a culpada, minha mente traiçoeira passou todo o tempo possível, me fazendo reviver o beijo.

Não importa o quão apavorada e fora de mim eu tenha ficado quando aquelas malditas luzes se apagaram e eu fugi. Eu tinha certeza que naquele clube habitavam os mais variados tipos de mentes perversas. Meu impulso foi sair o mais rápido que era possível em meio a iluminação de emergência multicolorida.

Eu queria respirar algo que não cheirasse pavorosamente a álcool e sexo.

Eu queria voltar para Riley e pedir desculpa por não ter desistido, mas já era tarde demais para isso.

Quando o vi, o alívio foi como um oásis. Eu não sabia que queria beijá-lo até colar minha boca na sua e sentir meu coração parar de bater. Beijar Riley era como desligar, eu não sabia que precisava parar de funcionar até minha mente desligar e tudo o que restasse fosse Riley me beijando como se eu fosse seu ar, como se eu fosse tudo o que ele precisava para continuar.

Suspiro de novo me recriminando pela enésima vez por ter beijado um assassino que é meu inimigo. Meu rosto fica quente quando há uma porção de imagens minhas e de Riley povoando minha mente.

Chegamos em Nova York no meio da tarde.

A cidade é tudo o que falam, agitada e iluminada. Paro de avaliar a avenida movimentada pela varanda do quarto e olho para a única cama da suíte em que estamos. De acordo com a recepção do hotel do evento beneficente, eles não foram informados de que a suíte de Riley deveria ter duas camas. Tínhamos um banheiro e uma imensa sala com sofá, uma televisão e uma mesa. Por conta da pouca privacidade, Riley decidiu que ambos iríamos para o spa do hotel.

Mesmo cansada por conta da falta de sono e a viagem, não discuti com sua sugestão. Eu sequer conseguia olhar para seu rosto. Eu não sabia por onde começar a pedir desculpas se pela minha ineficiência ou pelo beijo.

Vou para a cama e calço os sapatos de salto. Não sei quando Riley saiu para o spa, mas já tem duas horas que voltei, e exatamente trinta minutos que estou pronta. Estamos atrasados e ele ainda não chegou. Sua mala continua recostada à parede.

Durante o dia ele permaneceu taciturno e silencioso como de costume. Não consigo decidir se isso é bom ou ruim. De toda forma, apesar do beijo ter sido o melhor beijo da minha vida, não parecia o mesmo para Riley. Ele é dez anos mais velho, meu beijo não deve significar nada na sua vida.

O pensamento me irrita e volto a apertar as mãos no vestido ao invés de alisar o tecido.

Me recrimino por ficar tão abalada com isso, preciso manter o foco. Tenho que relembrar tudo sobre essa noite para evitar fazer algo errado.

Jacob ficou para trás, hoje somos apenas Riley e eu. Eu não posso errar de novo.

A histórica Casa Nostra que à muito virou lenda, hoje é sofisticada e bem apessoada no meio social. A máfia americana está por todos os setores, desde os becos sujos aos padrões sofisticados da sociedade. Megan Elliott está no auge dos seus 58 anos, assumiu a máfia americana aos 32 sendo filha única do Dom anterior, se casou com um empresário do ramo de hotelaria, com hotéis de luxo espalhados pelo mundo.