DESEJO ASSASSINO

20 - L i ç ã o D e C a s a

Camila Cabello - Used to this

E os calos nos seus dedos

Eu os admiro à distância

Agora eles estão na minha bochecha

Chery Baldwin

"Estou indo para a empresa."

Olho novamente a mensagem que enviei para Riley, logo após sair da universidade, e como de costume, apenas confirmo que ele não me respondeu.

Suspiro sentindo os ombros reclamarem. Eu não sabia que armas de longa distância poderiam ser tão complicadas. Tenho uma boa mira graças aos treinos intensos de Riley. Mesmo com dois dias de treino, ainda não consigo manter a arma posicionada por muito tempo.

Liam foi um bom professor, pelo menos no único dia em que me treinou. Selvagem e cafajeste conseguiam ser as palavras que lhe definiam. Tinha cara de poucos amigos e um sorriso conquistador. Apesar do que Riley disse, Liam interagiu apenas o suficiente para me ensinar a manusear a arma. Não consigo imaginar alguém sério como Riley interagindo com Liam e seu sorriso flertador e postura desleixada.

Samuel retornou um dia depois e devo admitir que senti sua falta. Eu lhe contei sobre as encomendas depois que ele assumiu meu treino, mas ele não comentou nada a respeito.

Fiz a lição de casa e agora estou aqui na empresa para contar meu progresso a Riley. Não vou negar que estou ansiosa para saber sua opinião, mas o desenrolar me deixa com medo.

Já que ele não me respondeu, espero encontrá-lo em seu horário de almoço.

Sigo pelo corredor equilibrando na mão esquerda uma sacola com uma porção de macarrão com queijo e suco. Uma outra com uma torta de maçã verde de sobremesa. Na mão direita um chá de camomila. Quando alcanço a recepção, Anya está concentrada separando alguns papéis, grampeando-os e pondo-os em pastas.

— Olá, Anya!

Ela ergue o olhar e sorri amistosa mostrando todos os dentes.

— Olá, Srta. Baldwin! — diz largando os papéis — O Sr. Donovan está em outro departamento.

Ela assiste o momento em que coloco o chá sobre sua mesa.

— O que é isso? — pergunta franzindo o cenho.

— Chá de camomila pra você. — ela abriu os olhos surpresa. — Para ajudar a acalmar. Sei que ele tem um péssimo humor.

Ela riu ficando vermelha e acho que acertei em minhas conclusões. Não importa o quanto Riley tente ser educado e amistoso, seu humor parece péssimo sempre.

— Eu vou esperar por ele lá dentro, tudo bem?

— Claro. — ela diz ao pegar o copo com chá. — Obrigada!

Ela ergue o copo e ri de novo, eu compartilho de sua risada e sigo para a sala de Riley. Depois de semanas acho que superei as barreiras da empresa.

Sua mesa está impecável com vários papéis empilhados e o notebook aberto. Sigo até ela deixando a sacola de papel com a torta de maçã. Depois vou direto para o sofá comer.

Descarto a bolsa e me sento no chão organizando meu pequeno almoço na mesa de centro. Pesco as pastas que ele me deu e volto a ler tudo o que consegui nos últimos dias. Adicionei mais informações a todas elas e fiz uma ampla pesquisa sobre as unidades de lojas da Deven e acredito ter conseguido uma conexão para todas as ações.