Ash On
Quando entro no quarto, fecho a porta da casa de banho atrás de mim e deixo-me cair de joelhos.
A dor que sinto é tão intensa que mal consigo respirar.
Cada pensamento é um golpe, cada memória uma lâmina que me corta por dentro.
Olho para o espelho embaçado pela água quente que jorra da torneira.
Vejo o reflexo de um rosto cansado, marcado pelas cicatrizes do passado e pelas batalhas que travamos.
As minhas mãos tremem enquanto tocam o vidro, e sinto o peso de cada lembrança, de cada erro.
Penso em Charizard, que quase perdeu a perna.
A dor que ele sentiu, e eu, impotente, incapaz de protegê-lo.
Lembro-me das noites em que ele gemia de dor, e eu só podia segurar sua pata, sentindo o peso de minha incapacidade.
A cicatriz que agora tem é um lembrete constante do meu fracasso. A cada vez que o olho, sinto-me pequeno, inútil.
E então, vem a imagem de Infernape.
Aquele olhar heroico, talvez o último suspiro, e a possibilidade de que ele tenha morrido.
A ideia de perder um amigo tão querido é uma dor que me atravessa o peito, fazendo-me gritar em silêncio.
O que eu poderia ter feito diferente?
Como poderia ter salvo mais uma vida?
Cada pensamento é uma faca que me fere mais profundamente.
O Sceptile. Desde aquele dia fatídico, ele nunca mais acordou.
O som do coração batendo no monitor, as máquinas apitando, e a vida dele se esvaindo diante dos meus olhos.
Durante 3 anos vi Krokodile todas as noites, a entrar no laboratório do Professor Oak, sentando-se ao lado do Sceptile, com as suas lágrimas caindo sobre o chão frio.
Cada gota de lágrima que ele derrama é um lembrete do meu fracasso, da minha incapacidade de salvar os que mais amava.
Eu bato com os punhos na parede, o vidro da janela estilhaçando-se com a força do meu desespero.
O sangue escorre dos meus dedos, mas eu mal sinto a dor.
A dor no meu coração é tão profunda que tudo o que posso sentir é um vazio imenso.
O som de Pikachu, do lado de fora da porta, é como uma âncora que me mantém agarrado à realidade.
Ele começa a bater na porta, sua preocupação evidente.
As suas pequenas patas batem na madeira, tentando entender o que se passa.
Eu tento levantar-me, mas a dor é tão grande que me faz cair de joelhos.
As mãos agarram o peito, e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
Cada pensamento, cada lembrança, é um peso insuportável.
O que posso fazer contra o destino?
O que posso fazer para evitar que mais amigos se percam, para que mais vidas sejam destruídas por algo que não posso controlar?
A dor do dia em que retornei ao laboratório do Professor Oak é uma cicatriz viva em minha alma.
Ver meus Pokémon, os seis mais fortes, todos feridos, quase sem vida.
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Legends: Ash [Vol.1]
Fanfiction• Após a viagem a Unova o protagonista parte para Galar com Pikachu e Charizard. • Contudo, tudo o que parecia uma nova aventura tornou-se um pesadelo. • Assim, três anos depois, Ash vai para Kalos, onde faz novos amigos, Clemont, Bonnie e Serena. •...