Rise

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Serena On

Sinto um calafrio percorrer o meu corpo, uma sensação esmagadora de que algo está terrivelmente errado.

Ash...

Não sei como explicar, mas de repente é como se eu pudesse ouvir Ash gritar o meu nome dentro da minha mente.

O som é sufocante, repleto de dor, de desespero.

O meu coração acelera, quase saindo pela boca, e uma sensação de pânico puro toma conta de mim.

Algo aconteceu. Algo horrível.

Olho para Clemont e vejo que ele está paralisado, seus olhos fixos no Rotomphone de Ash, a expressão dele um misto de horror e incredulidade.

Serena: Clemont, o que está a acontecer? - pergunto, mas ele não responde.

A angústia devora-me por dentro...

Cada segundo parece uma eternidade.

Algo dentro de mim rompe-se.

Eu preciso de saber o que está a acontecer.

Eu preciso de encontrá-lo.

Diancie flutua na minha frente, tentando impedir-me, mas eu não posso ouvir mais nada.

Diancie: Serena, precisamos de confiar em Ash! Ele disse que voltaria.

Não consigo pensar em mais nada a não ser Ash.

Com um movimento desesperado, eu arranco o Rotomphone das mãos de Clemont e olho para a tela.

Os meus olhos fixam-se nas linhas e números, e leva um segundo para eu entender o que estou a ver.

Sinais vitais. São os sinais vitais do Ash.

O meu coração quase para.

Vejo os números mudar, cada segundo com uma nova queda, e uma nova onda de desespero tenta afogar-me.

Serena: Ash... - sussurro, com a voz a falhar.

Não... Não pode ser.

Ele está em perigo, está a morrer.

O terror que sinto é absoluto, um pânico tão avassalador que quase me paralisa, mas, em vez disso, ele impulsiona-me.

Não penso. Eu só corro.

Diancie: Serena!

Clemont agarra o meu braço com força.

Serena: Solta-me, Clemont!

Clemont: Eu prometi a Ash que se ele morresse eu te tirava da ilha antes que soubesses isso. Eu quero cumprir a minha promessa.

Nesse momento a minha raiva explode.

Acerto um soco na cara de Clemont, partindo os seus óculos e começando a correr novamente.

As minhas pernas movem-se sozinhas, e quase tropeço nos meus próprios pés enquanto corro na direção de Ash.

O medo é absurdo, e cada passo é uma luta contra a gravidade, como se o mundo estivesse a tentar puxar-me para trás, para longe dele.

Mas eu não paro. Não posso parar.

A imagem de Ash, ferido, a gritar o meu nome, persegue-me.

A ideia de perdê-lo destrói-me por dentro, e lágrimas começam a cair descontroladamente pelo meu rosto.

Estou controlado pelo medo, com dor. A dor não para.

Cada passo é um tormento, como se minhas pernas pudessem desabar a qualquer momento, mas eu não posso permitir que isso aconteça.

Legends: Ash [Vol.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora