𝐊𝐈𝐓𝐓𝐘, leonardo dicaprio

019. nerd

ʟᴇᴏɴᴀʀᴅᴏ's ᴘᴏᴠ

Me sinto satisfeito agora que as coisas estão progredindo em relação à Kitty — Catarina. Aquela noite na minha casa surtiu um efeito surpreendente para ambos os lados. Agora conseguimos conversar. Ela está começando à se abrir, mesmo que minimamente pra mim, e eu me abro pra ela.

Eu sei que a intenção é fazê-la se afeiçoar à mim, mas se eu não passar pelo mesmo — ou quase, não vai funcionar. Isso soa extremamente babaca, o que provavelmente eu seja. Mas sendo bem sincero, eu só preciso ser eu mesmo perto da Catarina. Apenas omitindo uma coisa ou outra, isso aumenta a curiosidade e aflora a ansiedade.

Porém num todo, eu digo o que quero dizer, eu faço minhas piadinhas, eu flerto com ela, eu aperto seu corpo contra o meu, e ela gosta. Kitty já me olha com intimidade, por mais que ela negue até o fim. Eu já sou a exceção de todos os homens pra ela, aquele que ela pensa antes de dormir e enquanto se masturba no banheiro.

— Demorou, hoje. O que aconteceu? — pergunto quando ela adentra meu carro.

Um costume novo nosso — fazemos algumas vezes, já que eu sou bem ocupado. Eu busco ela quando acaba o que tem que fazer na boate e nós vamos pra minha casa. Mais uma vez vim me escondendo dos paparazzis, com um carro diferente e o disfarce mais preguiçoso de todos: óculos e boné.

— Tava falando com uma amiga.

— Sei. A Agnes? — questiono, sem tirar os olhos dela.

— Não. — Catarina responde com obviedade. — Outra stripper, você não conhece.

— Pior que não, mesmo. Só vim aqui até hoje por sua causa. — coloco as mãos no volante, ouço o "hm" malicioso da mulher ao lado.

— ...Já podemos ir ou você quer conferir o show particular da minha amiga antes? — Catarina provoca, eu escuto sério.

— Nem vou responder. — digo e ela ri.

Dirijo até minha casa e a de cabelos curtos entra pela porta saltitante. Tento acompanhar sua agitação, mas a minha mente só se pergunta se a história da amiga é verdade. Isso muda um pouco quando vejo Catarina tirar as roupas e entrar no banheiro do meu quarto.

Ela começa à tomar banho e eu paro pra assisti-la.

— Você nunca toma banho comigo... — a mulher usa seu dom de sedução mais uma vez.

— Tomei antes de te buscar. — respondo sorrindo.

— Sei. — ela passa pelo box e se enrola na toalha.

Desmancha o pequeno coque em seu cabelo e para em frente ao espelho, pra pentear o mesmo. Sinto o olhar dela sobre mim, creio que percebendo meu silêncio inquieto.

— O que foi? — Catarina vem até mim e eu pergunto, pra me fazer.

— Você não acreditou no que eu falei da minha amiga? — ela deduz, outro dom que tem.

— Acreditei, sim. Por que não acreditaria? — minto.

À essa altura, eu estou quase revelando meu ciúme.

— Pois é. — ela parece entender perfeitamente, até que... — Não temos nada sério. Eu não iria mentir se tivesse transado com outro cliente. — Catarina volta à se olhar no espelho.

Eu à encaro incrédulo, com vontade de mandá-la embora. Mas lembre-se, Leo: você é diferente dos outros caras, você se importa com o interior dela, você está se apaixonando.

— Isso já aconteceu?

— O quê? — se vira pra mim. — Ah, não.

— E vai acontecer? — persisto.

— ...Não é a minha intenção, por enquanto. — ela envolve meu pescoço com seus braços, eu vejo sua beleza por cima e passo a língua por dentro da bochecha.

— "Por enquanto"? — balanço a cabeça.

— Foi um jeito de falar, Leonardo. — Catarina resmunga. — Que foi? Já me considera só sua?

É apenas um joguinho dela. É uma brincadeira. Um flerte, se pensar bem...

— Eu sei que no fundo...você é só minha. Mesmo que transe com outros caras, o que eu não tô considerando como verdade. — murmuro.

— Acho que prefiro você como nerd romântico... — ela brinca, num tom manhoso.

— Não, não. Você prefere ficar no comando. Né? — faço carinho em sua nuca, ela fecha os olhos devagar.

Quando os abre novamente, Catarina me beija com força. Ela me faz esquecer da conversa chata em questão de segundos. Em meio aos toques e o calor entre nós que aumenta cada vez mais, coloco-a em meu colo, suas pernas abraçando minha cintura.

— Você sabe como fazer, DiCaprio. Meus parabéns, porque olha... — ela diz, comigo esfregando nossos narizes.

— Sabe o que eu vou fazer, agora? — pergunto, safado.

— O quê? — Catarina tira o pouco de cabelo que cai na minha testa.

Nessa hora eu à jogo na cama. A morena grita com o susto e eu não me contenho em rir.

— Agora se veste, pra gente comer alguma coisa. — digo antes de dar as costas.

— Idiota! — Catarina joga um dos travesseiros em mim, que corro gargalhando.

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