𝐊𝐈𝐓𝐓𝐘, leonardo dicaprio

024. inconsequente

ᴄᴀᴛᴀʀɪɴᴀ's ᴘᴏᴠ

— Eu não tô acreditando, Catarina... — eu mal cheguei em casa e claro, tive que contar tudo aos meus amigos.

— Pois é. — assinto, sentada no sofá e os dois de pé na minha frente.

Eu tô tão cansada. Que ressaca do inferno!

— Maldita hora que eu me afastei de vocês naquela balada. Sério, que ódio...! — Gabriel fecha os punhos, inconformado. — Catarina, você tem noção-

— Tenho, eu tenho noção. Feliz agora?! — o interrompo. — Se for me criticar, eu prefiro ficar sozinha. Não tô com cabeça pra isso.

— Você nunca tá, né? — Gabriel debocha.

— Sinto muito, amiga. — Agnes senta junto comigo e me abraça.

— Eu não. Não sinto nada além da ressaca. — não retribuo o abraço. — Ódio, talvez.

— Conta outra. Você tá de coração partido, isso sim. — Biel retruca.

— Cê não ouviu tudo o que eu contei, porra?

— Catarina, eu te conheço muito bem. — Gabriel se acomoda no sofá, também. — Você no fundo tava gostando do DiCaprio.

— Não. — minto. — O que eu fiz foi brincar com ele, assim como ele fazia comigo. — lembro do que o loiro me disse em sua casa.

— Bom, eu não sei quanto à ele, mas você tenho certeza. Amiga, se tudo fosse só essa maldita brincadeira que você insiste em dizer, você não hesitaria em nos contar. Contaria até os mínimos detalhes, porque você adora escancarar seu ego na cara dos outros. Principalmente se forem seus amigos.

— Mas você simplesmente dormia fora e nem um telefonema dava, Cat. — Agnes conclui, eu olho pra baixo e engulo seco.

— Isso já é do costume dela, mas sem a sessão fofoca? O que aconteceu com essa vadia? — Biel mexe minha coxa divertido, eu solto uma risadinha.

— Ontem nem sóbria eu ligaria, mas desculpem por eu não ter ligado nas outras vezes. — digo e eles sorriem.

— Tá desculpada. — Gabriel fala com uma cara de bravo.

— Esse ódio vai passar, fica tranquila. — Agnes me consola.

— ...Você vai se vingar do ator? — Biel solta essa.

— Quê?! — Agnes exclama, incrédula e ao mesmo tempo querendo rir. — Isso é coisa que se diga?

— Claro que sim. Eu quero me certificar. A Catarina é a pessoa mais inconsequente que conheço!

— Quanto amor, gente. Brigada. — coloco a mão no peito, dramatizando.

— Responde a pergunta logo, criatura. — Gabriel insiste.

— ...Se eu for fazer alguma coisa, não vai ser agora. Só isso que eu vou dizer. — saio do sofá e agora quem está de frente pro mesmo sou eu. Respiro fundo e recupero a pose. — Não vamos morrer por causa de homem safado, eles que se fodam.

— Pelo menos hoje não temos que ir à boate... — Agnes diz, amarrando o cabelo num rabo de cavalo.

— Mas eu tenho trabalho. Que droga! — Biel resmunga.

— Sem problemas. Quando você voltar, saímos os três. — afirmo, determinada.

— Pra onde? Eu não quero passar por esse sufoco de novo, não.

— Qualquer lugar. Estamos em Los Angeles, caralho. — puxo Gabriel pra me encarar. — E você vai esquecer o João Pedro, entendeu? — chacoalho seus ombros.

— Ih... — Agnes emite um som de confusão chegando.

Ela tá mais que certa.

— O que foi? — entreolho os dois, receosa. Eles ficam mudos e eu explodo. — Ah, pelo amor de Deus. Vocês reclamam de mim, mas isso que estão fazendo é um absurdo!

— Se você estivesse em casa, saberia, né?! — Gabriel responde, no mesmo tom.

— Fala logo o que aconteceu!

— O João Pedro vai vir pra cá.

— ...O quê? — minha voz fica calma.

Estranhamente calma.

— Calma, que não é pra ficar. Ele vem passar uns dias comigo. Conosco.

— ...E você concordou com isso, Agnes?! Vai deixar aquele desgraçado ficar na sua casa? — olho pra minha amiga.

— Ele não vai dormir aqui, Cat. Vai ficar num hotel, né? — Agnes concorda comigo, no fundo. Dá pra perceber na cara dela.

— Sim. — Gabriel sorri sem graça.

— Você é um trouxa, Gabriel. — passo por ele, indo até o banheiro tomar meu banho.

Coisa que eu devia ter feito assim que cheguei.

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