045. videogame

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ʟᴇᴏɴᴀʀᴅᴏ's ᴘᴏᴠ

Estamos em mais uma festa. Fomos em várias só essa semana. Confesso que apesar de gostar da farra, eu estava relutante à princípio. Tínhamos acabado de fazer as pazes e Catarina pareceu ter mudado radicalmente.

Ela nem quis chamar seus amigos, o que é muito a cara dela. Também, o tanto que nós perdemos o controle nesses eventos é assustador.

Hoje eu desmarquei dois compromissos para sairmos, Agnes foi pra boate achando que encontraria a amiga lá e Cat vestiu uma meia-calça rasgada como blusa. Ela aplicou gel em seu cabelo curto e o penteou todo pra trás. Tá parecendo um personagem de videogame.

— Segura aqui. — pede ao me entregar seu copo de vodka.

Catarina tira outro cigarro da minha cartela e o acende em sua boca. A morena traga de ladinho e eu observo seu rosto, o achando mais bonito do que nunca. Beberico meu drinque e em seguida o dela.

— Ei! — reclamo quando ela pega seu copo de volta.

— É meu, Leo. — Cat faz uma cara de brava.

— Tudo que é seu, é meu também. — rebato, ouço ela rir logo depois. — Menti, por acaso?

— Você não tá bem, amor. — Cat passa a mão pela minha testa, checando se eu tenho febre ou sei lá.

— Eu tô ótimo. — passo a língua por dentro da bochecha. Catarina me sonda.

A música que toca é irritante. Não dá vontade de dançar, e sim de transar. É, talvez eu realmente não esteja muito bem...

Seguro a mulher pela cintura e ela imediatamente se aproxima mais. Ficamos colados, um sentindo o cheiro do outro. Eu deposito um beijo longo no pescoço de Catarina e sua respiração fica funda. Ela vira o rosto pra me olhar e me deixa puxar a fumaça de seu cigarro.

— Sabe que até seria bom se eu fosse demitida? — Cat comenta aleatoriamente, eu fico um pouco intrigado, mas respondo com um sorriso.

— Jura? — fito sua boca, ela lubrificando a mesma.

— Ou você podia trabalhar junto comigo. Vira um stripper, também. — brinca, eu reviro os olhos.

— Não fode, gatinha. — resmungo.

— Ué... — ela dá de ombros, se divertindo com minha reação.

Permaneço sério e isso à faz me dar um beijo intenso e lento. Seguro Cat pela nuca com força e ela ri. Nossos drinques se batem e terminam caindo no chão, se partindo e fazendo um barulho que mal é ouvido.

— Te amo tanto. — murmuro, separando nossos lábios por um segundo.

— Eu sei. — diz após me dar um selinho. — Mas eu te amo mais.

— Ah, tá. Beleza, então. — duvido.

— As mulheres sentem muito mais, Leo. Principalmente eu. — Catarina traga.

— Por que "principalmente" você? — questiono, ela dá de ombros outra vez. — Tá se achando, né?

— Sim. Algum problema? — gargalha gostoso, ela tá muito chapada.

— Tudo bem. Você pode. — nos beijamos de novo e em meio ao ato, eu tento tirar o cigarro da mão dela.

Cat resiste e eu à viro de costas pra mim. Rimos juntos quando eu tomo posse da coisa e fumo próximo ao ouvido da garota. Minhas mãos passeiam pelo corpo dela, que se mantém segurando meus braços. Esse carinho me enlouquece.

Em certa hora, uma música que já dançamos juntos começa à tocar. A gatinha me puxa e vamos até a aglomeração de pessoas não muito distante. Agarrados e com a luz bem forte sobre nós, eu vejo a sombra preta bem marcada nos olhos da mais nova.

Cat sorri lindamente pra mim e não demora muito pra que possamos ouvir barulhos de câmeras. Mas não tô nem aí, minha euforia é grande demais pra isso. E aliás, já passamos dessa fase. Por mim eu faria loucuras aqui mesmo, sem pensar nas notícias que sairiam depois.

O tempo passa e cá estamos, saindo da festa de mãos entrelaçadas. Catarina com sua maquiagem borrada, eu com os olhos avermelhados e nossas cabeças baixas até os paparazzis nos notarem e correrem em nossa direção.

— Leo, aqui Leo! — eles me chamam, eu aperto a mão de Catarina.

— Se divertiram bastante? — um paparazzi pergunta, em um tom nada sério.

— Sim, bastante. — Catarina não se contém e o responde.

— Vocês estão ótimos! — outro diz, os flashes na nossa cara.

— A gente sabe disso. — ela fala olhando pra câmera. Cat mostra a língua pra mesma, os fotógrafos riem com a cena.

— Leo, estão todos esperando por uma entrevista com vocês dois. Já pensou nisso?

— ...Já sim. Mas não é do nosso interesse. — eu digo, sem dar importância pra pergunta.

Paramos próximos à pista e eu levanto o braço, tentando chamar a atenção de algum táxi.

— Já pensaram no futuro? Se querem casar, ter filhos...

— Vocês realmente querem isso pra gente? — questiono de sobrancelhas juntas, eles assentem. — Por enquanto estamos bem do jeito que estamos, minha namorada e eu. — Cat me olha no mesmo instante, eu dou uma piscadinha pra ela e um táxi se aproxima.

— Tchau, Leo. Tchau, Catarina! Tenham uma boa noite, amamos vocês! — os paparazzis se despedem quando entramos no carro.

— Tchauzinho! — Cat atira um beijo pra eles.

𝐊𝐈𝐓𝐓𝐘, leonardo dicaprioOnde histórias criam vida. Descubra agora