029. molly parte dois

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ʟᴇᴏɴᴀʀᴅᴏ's ᴘᴏᴠ

De longe consigo perceber as duas iniciando uma discussão. A expressão corporal de Molly ficando agressiva e a de Kitty mais ainda. Não vai demorar pra elas se acabarem no tapa, então eu preciso intervir à tempo.

— Pronto, ele tá aqui. Quer falar alguma coisa ou seu negócio é só encarar, mesmo?! — Molly debocha com a minha chegada.

— Não tenho absolutamente nada pra falar pra vocês. Agora aquieta essa bunda, sua filha da puta-

— Ok, chega vocês duas! — interrompo. — Já tem gente olhando.

— Isso é o fim pra você, né? — Catarina ri sarcástica.

— Olha essa idiota, Leo! — Molly tenta ir pra cima de Catarina, mas eu à seguro.

— Dá pra parar?! — fico no meio das duas.

— Eu tô no meu canto, quem tá me perturbando são vocês. Procurem um motel ou qualquer outro lugar, sei lá! — Catarina resmunga, eu me viro pra ela.

— Sua-

Molly, cala a boca!

— O que é, hein?! — elas tentam se atracar de novo, à essa altura já está uma galera em volta olhando.

— Chega! Ei! — seguro Cat pelos pulsos, ela me sonda com seus olhos castanhos meio avermelhados. — Calma... — minha voz sai num sussurro, ela relaxa seus braços e eles caem junto aos meus. — Não precisa disso tudo. — a morena pisca de forma lenta, seu estresse é nítido.

— ...Leonardo! — Molly chama a minha atenção após longos segundos silenciosos.

— Peraí, Molly. — peço.

— Não, peraí não! — ela surta.

— Eu vou embora. Me solta. — Catarina ordena e eu faço, assim ela pega seus saltos e sai.

As pessoas vão se afastando e voltando ao que faziam antes, enquanto eu paraliso.

— O que foi isso, Leo? Você conhece ela? Fala logo! — Molly surta mais uma vez.

— ...Molly. Me faz um favor? — pergunto após um suspiro aborrecido. — Não enche a porra do meu saco.

Foda-se. Não tenho sangue de barata, também.

— Tudo bem. Eu tô indo, então. — ela sai também, completamente ofendida.

Quando me certifico de que Molly foi embora mesmo, vou até a saída de emergência, a qual não tem movimento algum — imagino que a minha stripper favorita saiu por ali. Ao abrir a porta, vejo Catarina sentada na calçada com seus sapatos de lado.

— Sai daqui. — pede, eu me sento ao seu lado. — Sai daqui, Leonardo. Você já me irritou o suficiente. — ela levanta bruscamente.

— Se eu não te irritasse, não seria eu. — rebato, levantando também. Seus braços se cruzam. — Que foi? Tá passando mal de novo?

— E o que te importa? Vai lá atrás daquela aguada! — gesticula.

— Te incomoda tanto assim que eu esteja com ela?

— Me incomoda o fato de você vir aqui toda hora trazendo a desgraçada, só pra ficar me enfrentando. Se achando o superior. — ela cospe as palavras. — Não achou o bastante ter me feito de palhaça?!

— Para de falar como se fosse inocente, Catarina! Você é a menos honesta daqui. Me manipulou direitinho pra conseguir as duas coisas que você mais ama: sexo e dinheiro. É só pra isso que você serve-

Sou interrompido com um soco no meu rosto. Um soco extremamente forte, juntamente com a dureza gelada de um anel meio pontudo. O que é o provável motivo dessa linha de sangue que escorre do meu nariz.

— Fica quieto que você ganha mais. — Catarina murmura. — Eu tenho nojo de você, Leonardo. Nojo!

Uma raiva sobe instantaneamente.

— ...O que você quer de mim?! — aperto seus braços com força, chacoalhando-a enquanto ela não para de gritar e me xingar.

— Me solta, imbecil! Eu te odeio! — Catarina exclama repetidas vezes.

Estamos possessos pela raiva e o esgotamento dessa noite, tanto que mal falamos coisa com coisa. Só despejando palavras negativas um pro outro.

— Para. Para! — mando e por um milagre ela para de lutar contra mim. Ficamos um segurando o outro.

Nossos rostos se acercando cada vez mais, meu cérebro recordando da sensação de ter o piercing da língua de Kitty roçando na minha. Eu não me contenho e puxo-a pra um beijo feroz — e molhado; de sangue.

Agora meu raciocínio é mínimo, mas depois, certeza absoluta que vou me orgulhar pelo fato da mulher ter retribuído na mesma hora.

— Leo... — Catarina me chama pelo apelido em meio ao beijo, como numa súplica gostosa.

Eu seguro seu rosto sujo de sangue e aperto a cintura dela contra meu corpo. Preciso senti-la. Preciso tê-la como minha ao menos uma vez. Sorrio antes de colar nossos lábios novamente, minha vontade de permanecer nesse momento pra sempre é imensa.

Coisa de outro mundo, papo reto. Tô nem aí pra dor.

— Me larga! — ela me empurra, creio que se dando conta. Respira fundo e dá um passo pra trás. — Você não vai me enganar nunca, entendeu?! — aponta o dedo na minha cara, cata suas coisas e vai embora.

𝐊𝐈𝐓𝐓𝐘, leonardo dicaprioOnde histórias criam vida. Descubra agora