XIII - Código de Erro

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A RUA ESTAVA quieta, vazia e escura. Jimin suspirou, o vento gelado batia em seu rosto. Ele odiava fugir de situações sem um diálogo, mas naquela tarde foi inevitável. O que falaria para Jungkook? Haviam finalmente se beijado, e ainda podia sentir os lábios formigarem e um frio na barriga toda vez que se lembrava da sensação de pertencer-lhe em um momento o qual desejou que durasse pela eternidade.

E duraria em sua mente, pois se concentraria naquilo e esqueceria do resto.

O vento balançou e as copas das árvores se sacudiram, durante a noite aquele lugar era um pouco assombrado e assustador. Estava voltando para casa depois de ir em um restaurante que ficava meia hora dali, e foi o único mais perto que encontrou, deixou o carro estacionado e decidiu caminhar. Queria tomar um banho e descansar, e estranhamente sentiu falta da sua casa.

Quando voltou, decidiu que precisava encarar Jungkook, mas foi surpreendido ao abrir a porta da casa.

— ... então sua avó decidiu morar sozinha, mesmo nessa idade.

Os dois que se sentavam em volta da mesa olharam para Jimin. O homem com uniforme do trabalho virou-se para ele.

— Sente-se.

O Park sentou-se próximo a Jungkook, e para a sua surpresa o desconhecido deu um sorriso de boas-vindas. Entendeu então que aquele era o mais velho Jeon da família, e os traços semelhantes não o enganavam. Passou a estudar a doçura dos olhos, assim como o sorriso fácil que saía naqueles lábios.

Uma lágrima desceu dos olhos idênticos ao da máquina.

— Me desculpem, estou abalado com isso tudo... — e se levantou meio desconfigurado, indo desligar uma panela do fogo.

Jimin trocou um olhar rápido com Jungkook, mas o moreno estava focado em seu pai o tempo todo e não disse nenhuma palavra. Algo parecia errado, apesar de ser da consciência mundial de que o Projeto 2000 teria aquela aparência específica, e que talvez aquele homem estava ciente disso, não parecia tão impressionado.

Havia chegado tarde demais, talvez eles já estivessem falando sobre tudo muito antes.

— Nunca pensei que veria o ANPANMAN... Depois de tantos anos... — murmurava sozinho, trêmulo, enchendo uma xícara de café — Ji... Jimin... É assim que se pronuncia? Aceita café?

— Sim, eu aceito. Muito obrigado! — faz uma pequena menção de reverência.

— Ótimo.

Duas xícaras foram postas na mesa, ainda empoeirada, o ruivo não demorou em bebericar.

— Soube que foi você que o ajudou chegar até aqui, eu preciso agradecer por isso e... — dá uma risada curta — Pagar por isso.

— Não se preocupe, senhor... Eu fiz porque quis.

— Vocês dois são amigos? Como aconteceu?

Jungkook cruza os braços, suspirando.

— Pai, deveríamos falar sobre aquilo... O que aconteceu comigo? E o que aconteceu com a minha mãe...?

— Como fugiram?

Jungkook, apesar de relutante, aceitou no final aquela conversa.

O seu pai continuou falando, e seus olhos denotavam de uma saudade verdadeira toda vez que Jungkook o explicava a trajetória que fizeram para chegar até ali. Sentar-se para falar e escutar, e Jimin ficou em silêncio a maior parte do tempo, mas não conseguiu evitar rir quando o gato é citado.

— Ele diz que eu roubei, mas não acho que seja verdade!

Pouco a pouco, à medida que o tempo passava, Jimin começou a acreditar que tudo poderia estar começando a funcionar. Não estavam mais sozinhos, agora Jungkook teria a ajuda do próprio pai para combater a TECVision. Começou a acreditar naquela esperança resguardada dentro do seu coração, e estava feliz com isso.

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora