ANPANMAN - Jikook

IX - Sem saída

TAEHYUNG TEVE COMO missão própria impedir que o Comando Especial continuasse. Não foi muito difícil; ele não era bom com armas e nem possuía condicionamento físico, mas seu diálogo era, de longe, muito convincente.

— Já sabemos como localizar o Anpanman, tentar agora seria colocar em risco a vida de todos vocês — explicou ele enquanto escondia as mãos trêmulas pelo nervosismo no bolso da calça. O medo e terror da possibilidade de ver Jimin ser acertado por um tiro minutos atrás ainda o perturbava. — Vamos estudar com profundidade o que pode imobilizar o BETA, e como disse o presidente Kim, não devem atirar ou destruí-lo. Ele nos interessa em total completude.

O comandante olhou o rapaz a contragosto. Era nítido como ele não gostava de nada do que havia observado naquela máquina. Internamente, o homem estava contra o Projeto 2000, imaginando o que poderiam fazer com algo imortal e sobre-humano. Seria essa a famosa guerra civil que todos diziam que aconteceria graças às máquinas?

Os atiradores compreenderam as novas ordens e, após se reunirem, voltaram para os camburões escuros que os levariam até a TecVision.

Taehyung sentia-se moído. A forma como Park olhou para o Anpanman conseguiu abalar o seu coração de forma dolorosa. Ele havia sentido o impulso de puxar o ruivo daquele lugar imediatamente, agarrá-lo e levá-lo consigo; entretanto, a última coisa que queria era despertar o ódio alheio. A batalha presente não requeria força bruta, mas inteligência.

Levaria o tempo que fosse necessário para vencer. Não, o tempo que ainda restava para Jeon Jungkook continuar com tudo aquilo.

O jovem engenheiro foi surpreendido por dois homens que acomodaram-se ao seu lado; eram os mesmos que faziam sua escolta.

— O que era aquilo? O cara parece humano, tipo aqueles heróis da Marvel... Igual o Superman.

Taehyung piscou, afastando seus pensamentos.

— Foi a nossa intenção quando o criamos — elucidou, saindo da distração que se iniciava inofensiva, mas que logo se tornaria um martírio profundo.

— É estranho... Tem certeza de que é apenas uma máquina? Sério, só vi isso em séries e alguns jogos do Xbox — um dos guarda-costas desconfiou.

— Tenho. Não esqueça de que fui o responsável pelo projeto.

— Sei disso! Mas pode estar escondendo informações de nós, tsc. — Ele deu uma risada curta. — Sei bem como funcionam essas grandes potências. Cheias de segredinhos da população mundial e sabem de coisas bizarras do outro mundo. O cara é um alienígena? Eu aposto!

— Não se preocupe com o projeto, ok? Só procure fazer o seu trabalho.

— Claro! Gosto do meu trabalho, mas sinceramente eu nem sei com o que estou lidando e se realmente dá para controlar aquilo! Vou pensar bem se irei mesmo fazer parte da equipe. Não pretendo lutar contra algo que possa me matar e não sabemos que atitudes esperar, ainda sou racional! Só que estou bem disposto a ouvir o que o presidente Kim tem a oferecer depois desse fracasso total.

— Então pense direito, pois a recompensa vai ser boa demais para algo tão simples.

— Simples? — O homem sorriu friamente, abaixando a máscara e revelando o rosto surpreendentemente bonito. — Percebi o quão simples é. — Havia ironia no tom de voz.

— Talvez as coisas só sejam um pouco mais complicadas do que imaginamos — respondeu Taehyung.

— Em qual sentido? — O segurança ergueu a sobrancelha.

Então, o herdeiro da TecVision voltou-se em direção à rua na qual se encontrava o carro, encarando os dois homens novamente.

— Ao invés de ficar debochando, por que não voltamos logo?