II - O Anpanman

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PARK JIMIN ACABAVA de tomar o terceiro copo de café daquela tarde, afinal estava cada vez mais difícil escutar o discurso do presidente Kim Namjoon sobre o promissor Projeto 2000, o BETA do Anpanman que finalmente seria testado.

Por que ele estava sentado na arquibancada junto com os riquinhos e inteligentes do TI? A resposta repousava ao lado do presidente, e mais especificamente, ladeando o próprio holograma Anpanman, que girava ao mostrar todos os ângulos teoricamente humanos que o humanoide tinha.

A IA do androide estava especialmente bonita e o ruivo não deixou de reparar. Sua mente suja quase o fez cuspir o café ao imaginar, por um curto relance, como seria fazer sexo com um robô. Que seja, pois a verdadeira razão de estar ali tinha um nome: Kim Taehyung, o filho do presidente e o seu quase namorado.

Havia escutado boatos e histórias cabulosas sobre o Projeto 2000; às vezes Taehyung dizia que o humanoide era controlado por uma pessoa. O rapaz olhou o holograma mais uma vez e sentiu arrepios.

Jimin não era muito fã de máquinas, sendo assinante dos protestantes que juravam que aqueles robôs ainda iriam dominar o mundo.

— Tsc, eu só quero dormir... — murmurou, recebendo um olhar irritado do seu vizinho de cadeira.

Escutou-se uma salva de palmas e um Taehyung engravatado recebeu o microfone que Namjoon o entregou, mantendo o seu lindo sorriso quadrado. Os olhos procuraram por Park na arquibancada, e assim que o encontrou, deixou escapar um suspiro aliviado.

— Primeiramente, boa tarde a todos! Queria muito agradecer a presença de vocês, e como meu pai acabou de dizer, nada disso seria possível sem nossa engenheira do Projeto 2000. Então, antes de começarmos, faremos um minuto de silêncio para homenageá-la. — O rapaz afastou o microfone da boca e fechou os olhos.

Jimin retorceu os lábios e então fechou os olhos ao fazer uma breve prece pela alma da engenheira Jeon Jisoo. Acabou imaginando o quão infeliz seria realizar um sonho e morrer acidentalmente um pouco antes de vê-lo finalizado.

— Obrigado novamente. — Mais palmas se espalharam no auditório. — Agora serei eu a assumir o Anpanman e gostaria de provar o porquê de nosso BETA não só chocá-los, como também ter potencial para tornar-se um fascínio para o mundo inteiro!

E o holograma ficou mais translúcido, destacando o que o robô tinha por dentro. Era incrível como as luzes vermelhas pareciam veias, havia até mesmo um pulmão artificial. Park só não continuou admirando-o mais porque seu celular começou a disparar mensagens.

Quem estaria o importunando? Nem tinha amigos direito.

SMS: Park Jimin, preciso que vá agora para o sétimo andar.

O ruivo franziu fortemente o cenho, decidindo responder. O número era desconhecido e não deveria ser de Taehyung, visto que o rapaz estava ocupado demais apresentando o projeto.

Park Jimin: Quem é você??? :(

SMS: Por favor, preciso que vá agora.

Park Jimin: Mas eu nem te conheço!

SMS: Por favor...! Eu confio em você, Jimin...

Seja quem fosse, digitava muito rápido. Park cruzou as pernas e permaneceu daquele modo, pensativo e com a mão no queixo enquanto olhava para o filho do presidente. Será que ele tinha bolado uma brincadeira? O celular vibrou e o ruivo o tirou depressa do bolso.

SMS: Tem a ver com o Taehyung. Você o conhece?

O resultado foi sair e tentar não tropeçar nos pés de tantas pessoas. Aquele lugar estava mesmo super desinteressante; se fosse para preparar uma confraternização para Taehyung ou caso fosse um pedido dele, o ruivo escutaria sem medo. Passou pela porta do auditório e sorriu para o segurança.

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora