XVII - Onde está você?

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A LUZ FLUORESCENTE irritou seus olhos, e demorou um pouco para conseguir olhar ao redor e entender que estava em cima de uma cama de hospital. Jimin tentou se sentar, mas a dor pontiaguda o impediu de terminar o movimento, e então apenas aceitou que deveria permanecer sentado.

O ambiente era misto entre o branco e o cinza, e o cheiro de medicamentos era inegável. Detestava agulha, mas tinha acesso em um dos seus braços, então evitou realizar qualquer movimento ali também. Olhou para a janela enorme, não sabia como havia parado ali, mas não era para pessoas de baixa renda ter o prazer de contemplar a vista.

— Jimin? — escuta a exclamação, e então sua mão é envolvida.

Olha para os lados e pensa por um segundo que estava morto, ou alucinando. Uma das duas coisas. Tudo, menos que seus pais estivessem bem ali ao seu lado, sentados o esperando acordar, a cara de cansaço de ambos era inegável de que já estavam ali há um bom tempo.

— Jimin! Graças aos céus! — sente o abraço o atrapalhado o causar dor, mas mesmo assim não recua ou reage.

Era mesmo real: seus pais estavam ali.

Yuna Parker deixava as lagrimas de medo escaparem, e não parava de acariciar os fios de cabelo ruivo de Jimin. Depois de todos aqueles anos, e apenas agora poderia abraça-lo em um leito de hospital. O misto de sentimentos continuavam cada vez mais intensos, estava começando a se lembrar o que havia acontecido, os tiros, a TECVision e Anpanman o beijando antes de tudo escurecer.

— Jungkook! — afasta Yuna e tenta sair do leito, mas é impedido.

— Não! Não! Jimin, você não pode se levantar!

— Me deixe em paz! Todos esses anos vocês nunca se importaram comigo, o que fazem aqui? — seus olhos expressavam raiva. — Vão embora, me esqueçam... Aposto que pensaram que eu iria morrer... O que podiam levar de mim? Algum dinheiro? — Sentiu o gosto amargo na boca.

— Jimin, não fale assim! Somos seus pais! — o homem se levanta com o olhar entre reprovação e mágoa — Procuramos você desde que se encontra desaparecido do trabalho, já fazem meses!

Fica em silêncio, sentia a respiração acelerar enquanto tentava compreender tudo à sua volta.

— Procuramos você no apartamento e não encontramos nada, fomos até a delegacia... Foram noites sem dormir! Finalmente recebemos a ligação do hospital de que você havia tomado dois tiros e precisava fazer uma cirurgia de risco! — exclamava, afoito — O que você tem feito da sua vida, Jimin? Tiros? Está se metendo com gangues?

— Me deixem em paz... — murmura, o coração cada vez mais dolorido — Por favor... Saiam...

— Não! — Yuna segura em sua mão — Não vamos sair! Passamos dias sem notícias suas...

— Eu esperei a ligação de vocês todos os dias...

— E nós esperamos a sua! — exclama.

— Não fui eu que escolhi sair de casa.... vocês... vocês me expulsaram...

A olha de soslaio por um segundo, mas fecha depressa os olhos ao sentir dor.

— Eu sinto muito. — o homem o olha com firmeza — Eu sinto muito, filho... Eu preciso que me perdoe... Eu e sua mãe iremos investir em uma terapia, podemos lidar com isso agora... Nós ficamos com tanto medo de te perder, e entendemos que você pode amar da sua forma e...

— Sim, Jimin... Nos perdoe, eu senti que ia viver uma calamidade... Senti sua falta todos os dias, eu nem tenho comido direito...

.— Não! — exclama — Por favor, vão embora! Me deixem em paz...

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora