UMA GANGORRA ERA um verdadeiro desafio para o equilíbrio, as coisas só podiam dar certo se as duas pessoas estivessem em sintonia. Além disso, quando um cai, o outro poderia subi-lo, e vice-versa. Jimin era o único que podia fazer o lado de Jungkook descer, mas parecia uma missão impossível. Anpanman não era mais uma máquina, ele era um corpo humano ligado a um corpo de metal, estava doente e podia desaparecer para sempre.
Agora tudo que antes desejou oferecê-lo, ele tinha, mas não da maneira mais fácil: seu corpo não funcionava. Uma vez fora de Anpanman, ele era apenas uma presa. Nenhuma das alternativas o libertava, era como se o seu destino estivesse fadado a apenas suportar. A imagem em sua mente voltava o tempo todo, as duas versões, Jungkook preso em uma cabine e em uma cama hospitalar. As duas versões feridas.
Se o mundo fosse justo com os corações bons, ele não teria sido destruído pelo seu maior sonho> surfar. O surf não deveria ter sido a razão de sua queda. Jisso jamais aceitou as condições de seu filho, e agora longe dela, conseguia entender melhor o porque: era uma mãe desesperada. Uma mãe que sacrificaria sua própria vida para enganar-se com o ato honrável de entrega-lo aquilo que, uma vez perdido, jamais voltaria.
Namjoon não era o verdadeiro vilão da história, e isso sim o surpreendia. Imaginar que Taehyung estava mais perto disso do que o famoso e cruel presidente da TECVision o causaria arrepios se já não estivesse destruído demais para se impressionar com alguma coisa. Tinha elaborado um plano a noite inteira, e por mais que não tivesse se alimentado, vomitou água ácida duas vezes. Era ansiedade, ou estava mesmo doente?
Pan não deixava de segui-lo sem parar, e já havia ração no pote. Entendeu um pouco depois que talvez seu corpo estivesse mesmo doente, já que diziam nos artigos que animais eram sensíveis a isso. A acariciou antes de sair e prometeu que voltaria para casa.
O céu estava da cor chumbo fervilhado, e o vento frio anunciava que choveria mais uma vez aquela semana. Estava sem nenhum tostão no bolso, então ainda eram sete horas quando saiu de casa para andar até o centro da cidade levando apenas uma garrafa de água. As ruas estavam como sempre movimentas, e foi punido com alguns empurrões no caminho, realmente reconhecia que andava mais devagar do que a maioria das pessoas.
O arranha céu surpreender estava mais a frente, o painel de dez metros não tinha como anúncio principal Anpanman, agora o vídeo abordava de tecnologias inovadoras, mas nenhuma tão impressionante quanto ao belíssimo homem que aparecia ali, chamando atenção da cidade inteira. Jimin lamentou por não ter nem mesmo um relógio para conferir o horário, mas parou na entrada do prédio, parado ao lado do porteiro bem quando começou a chover.
— Quanto tempo o CEO Kim Namjoon demora para chegar? — perguntou, fungando o nariz.
O homem de terno, sentado em um banco alto e não muito animado, o olha por um tempo demorado. Jimin imaginou que suas olheiras deveriam mesmo estar bizarras.
— Ele está atrasado quinze minutos.
— Graças a Deus... — murmurou, suspirando aliviado.
O segurança continua a encará-lo, e então se retira, voltando pouco depois com dois copos de café na mão.
— Garoto, aqui... Você parece estar precisando.
— Ooh... Muito obrigado! — aceita de imediato.
Sentiu um arrepio percorrer sua coluna quando o líquido quente alivia a garganta. De alguma forma aquele pequeno gesto o deixou um pouco melhor diante das coisas.
— O que faz aqui tão cedo? — o segurança pergunta, devia estar na casa dos quarenta, mas a calvície piorava as coisas.
— Estou tentando consertar algo, mas... Estou tão ruim assim? — acaba rindo.
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ANPANMAN - Jikook
FanficTRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=1zgTL05zJw4 Jeon Jungkook tinha uma vida inteira pela frente, até sofrer um acidente e o sonho do surf ser deixado de lado, assim como todos os outros, ao ficar tetraplégico. Pelo menos era assim que sua mãe...