ANPANMAN - Jikook

XXVII - Isso não é um sucesso

JIMIN NÃO SABIA COMO havia parado ali, e estava cada vez mais difícil escutar o que o homem de terno amassado e gravata verde dizia. Era um quadro de desafios, todos tinham uma única meta: conquistar dez clientes para três produtos do mural. Vinte participantes, e apenas duas horas para realizarem o teste.

Seria extremamente difícil conseguir aquela vaga, mas o salário era bom e não exigia um curso superior: apenas precisa ser bom em vendas, e nisso Jimin se garantia. Persuadir era mesmo algo dificil, mas não para ele. O teste se inicia, todos estavam digitando e realizando ligações, muitos estavam vermelhos de raiva com tantos telefones batidos em sua cara.

Jimin cruzou as pernas, tranquilo. O chão de madeira range com as batidas dos pés. Vinte minutos se passaram, o quadro havia mudado, seu nome estava em primeiro lugar:

Park Jimin

Minjy

Lee

Yejun

Última fase, agora haviam terminado as vendas. As palmas se sucederam naquela sala.

Park = 20

Yejun = 18

Minjy = 10

Lee = 7

Estava contratado para trabalhar com vendas na Susho, e o reconhecimento de sua capacidade quase o trouxe lágrimas aos olhos. Ansioso ao sair da empresa, mas quase se arrependeu pela pressa ao sentir o frio gélido arrepiar seu corpo por inteiro. Atravessa a multidão , desviando dos ombros alheios e chegando até o metrô.

Não seria tão longe, apenas duas conduções e com o tempo conseguiria comprar novamente um carro. Quando saiu do mercado com garrafas de cerveja e dois sachês de atum, sua animação havia mudado, nenhuma felicidade aprendia a durar tempo o bastante ao seu lado. Será que nunca mais seria o mesmo sem Jungkook? Queria tanto encontrá-lo naquele instante.

Não me abandone como todos fizeram.

Desceu do ônibus e avistou o prédio de longe. Quase batendo os dentes de frio, vê aquele mesmo estranho de capuz saindo das escadarias. Era ele! Sabia disso.

— Hei! Você ai! Espera! — exclama alto, apressando os passos para alcançá-lo.

Suas certezas aumentam quando o estranho ao notar que foi descoberto corre em direção a um carro e pula dentro em questão de segundos. O Park derruba sua sacola no chão, desnorteado, e antes do carro disparar para longe, consegue entrar na frente.

— Quem é você?! Por favor, vamos conversar...!

As luzes do farol alto dificultavam sua vista, mas podia ver um rosto feminino, traços suaves e lábios cheios. Não conseguiu enxergar mais do que isso, e quando fecha os olhos já incomodados pela claridade, os pneus derrapam no chão e o estranho desaparece completamente na escuridão nebulosa.

Arfando, Jimin pegou a sacola no chão, uma garrafa havia se quebrado, mas as outras duas estavam a salvo. Tira os sachês e joga a bagunça no lixo, ainda tremia quando terminou de subir os degraus, assim que abriu a porta se deparou com um novo bilhete:

"Por favor, obedeça rigorosamente minhas instruções. Dirija-se ao local indicado na última linha e comunique que uma inesperada substituição resultou em sua chegada antecipada. Apresente o número de identificação 123658. É crucial que você mantenha uma postura firme e confidencial. Diga que é o engenheiro responsável. Você precisa salvar Jungkook"

Jimin havia feito de tudo para viver os últimos dias e aceitar que seu destino não era feito para a felicidade, e sua felicidade não pertencia ao mundo. Nenhuma perfeição seria cabível na natureza humana. Todavia, aceitou no mesmo segundo que era incapaz de suportar uma vida sem rever Jungkook ao menos uma última vez. Aqueles bilhetes eram os seus fantasmas, talvez fosse apenas uma loucura de sua mente doente. Se pudesse gritar, faria com todo o seu fôlego para que o mundo escutasse-o e, quem sabe, finalmente desse uma resposta clara para toda aquela dor e sofrimento.