XI - Ao seu lado

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O SOL QUENTE atrapalhava a visão ao dirigir. O céu azul e límpido confirmava que o dia seria caloroso, mas mesmo assim, ninguém se poupou de sair às ruas. Jungkook pegou a saída à direita e ligou o ar-condicionado do carro, estava concentrado em se lembrar do caminho.

— Não foi uma má idéia concertar o vidro do meu carro... Estou tão confortável. Seria pior se fôssemos de ônibus... — diz Jimin, abaixando o banco e aproveitando um frappé de baunilha.

— Está quente hoje.

Ele o observa. Depois do beijo na noite anterior, Jungkook se comportava como um adolescente, e isso, Park achava até mesmo fofo, porém estava a fim de tocá-lo desde que acordara. Estava sendo evitado novamente, e nem parecia o mesmo que disse palavras tão bonitas na noite anterior.

— Esse é o caminho?

— Estou tentando me lembrar. — suspira, preocupado. — Acho que sim.

— E se não for?

— Se continuar falando, eu não vou me lembrar.

— Não tenho culpa se esqueceu o caminho de casa.

Jimin olha pela janela, o sol forte iluminando a paisagem que passava rapidamente.


— Sabe, Jungkook, você tem estado estranho desde esta manhã. Não consigo entender o que está acontecendo.

— Não é nada, Jimin. Apenas estou pensando.

— Pensando em quê?

— Em nós, em tudo isso.

— Em nós? — Jimin pergunta, a inquietação começando a crescer dentro dele.

Jungkook não o responde. Estava mesmo focado no que fazia, aparentemente concentrara todas as energias para isso. Havia decidido ir para casa encontrar seu pai e sua avó, dizer toda a verdade sobre a TECVision e esperar que tivessem provas boas o bastante para derrubar Kim Namjoon.

O plano parecia ótimo, mas não foi assim que aconteceu.

Duas horas e vinte minutos se passaram, com apenas uma breve parada para beber água. A casa tradicional coreana permanecia em um bairro antiquado, mas estava completamente vazia. Os antigos moradores não haviam deixado nenhum vestígio.

Quando Jimin despertou no carro, sentiu um frio sutil. Estava sozinho, e o ar-condicionado permanecia ligado enquanto a playlist de verão tocava. Praguejou consigo mesmo ao perceber que havia dormido metade do percurso. Por que sempre dormia tanto? Nem sequer sabia onde estava. Esfregou os olhos para espantar o sono e conferiu seu rosto no espelho do carro.

Tirou o celular do bolso e constatou que já eram 15:23. Tinham saído do mecânico por volta das 12 horas e alguns minutos. Um suspiro alto, saudoso e solitário escapou de seus lábios, agravando ainda mais a sensação de solidão que o envolvia. Com pressa, saiu do carro, tropeçando em um galho no chão. As ruas, embora pavimentadas, mostravam sinais de antiguidade, com a força da natureza provocando rachaduras e criando buracos.

O ambiente ao redor era verde e natural, com casas semelhantes umas às outras. A atmosfera transmitia uma sensação de nostalgia e simplicidade, como se o tempo tivesse congelado naquele lugar.

Do outro lado, encontrou Jungkook parado, encarando o vazio por um período maior do que Jimin poderia imaginar. O silêncio pairava no ar, apenas quebrado pelos sons suaves da natureza ao redor. O olhar perdido de Jungkook sugeria uma contemplação profunda, como se estivesse buscando respostas em algum lugar distante.

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora