XXI - Segredo

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JIMIN PASSAVA AS NOITES perambulando pelas ruas da cidade, seus pais sempre o encontravam durante o dia, Jihn tentava manter uma conversa agradável e desvendar o que havia levado Jimin até isso, e Yuna fazia fazia o almoço colocando sempre, sutilmente, a sua comida favorita no cardápio. Lamentavam por Jimin se esconder e sumir feito fumaça, mas continuavam a falar sobre a importância da família, independente de como ela seria feita. Tentavam realmente consertar as coisas, e com o passar do tempo não estava tão difícil assim, até o momento em que disseram precisar voltar para Busan e ver como estavam as coisas por lá. O medo dominou o Park no dia seguinte, porém, diferente de antes, seis dias se passaram e eles continuavam ligando no telefone.

As luzes da cidade pareciam turvas e desbotadas, decidiu não pegar o metrô e foi andando novamente até sua casa, não estava usando a braçadeira e sentia um pouco de dor no ombro, mas gostava de sentir aquilo: sentir alguma coisa.

Avistou uma loja de conveniência e decidiu entrar quando uma vontade inusitada cutucou seu peito. Empurrou a porta de vidro e olhou ao redor, era uma tentativa de aliviar o vazio que o corroía por dentro, ficar mais perto de Jungkook. Parou e ficou olhando fixamente para a prateleira de cigarros, suas mãos trêmulas.

— Boa tarde! Posso ajudá-lo? — surgiu em frente ao balcão um jovem, parecia ser menor de idade.

— Sim... — se aproxima — Eu quero um cigarro.

— Claro, qual? — olha para a vitrine e para Jimin, esperando que confirmasse.

— Menta.

— Qual deles?

Jimin travou um pouco, e deu de ombros.

— Qualquer um.

— Esse é bem recomendado. — tirou o maço e colocou sobre o balcão — Pode ser?

Assentiu depressa.

— Claro... Tem isqueiro?

— Sim. — aponta — Qual cor?

— Aquele violeta.

O jovem apenas coloca sobre o balcão, e Jimin entendeu que aquelas coisas não deveriam necessitar de sacolinha, apenas pegando-os com a mão após pagar. Sabia que aquela estava longe de ser a solução para lidar com a falta que sentia de Jungkook, mas apenas procurou o lado certo para acender, e levou até a boca, tragando. Não sabia fazer aquilo, mas continuou a puxar a fumaça como se estivesse fazendo certo.

Acabou rápido demais, e pensou em acender um outro quando estivesse no terraço de sua casa. Havia exagerado na caminhada, e se rendeu ao pegar um ônibus. Descendo no ponto, seus olhos se encontraram por um momento infinito com pares castanhos e carinhosos, a mulher tinha os cabelos curtos, mas não podia ver o seu rosto muito bem graças ao enorme capuz da blusa que usava, aparentemente muito maior que ela mesma.

Sentiu uma aflição incompreensível no semblante da mesma, e antes que pudesse vê-la outra vez, o ônibus já havia partido levando-a junto. Franziu o cenho, confuso, e caminhou em direção a escadaria do prédio, ainda pensando nisso. Abriu a porta da casa com facilidade, e assim que ligou a luz notou uma carta no chão, provavelmente havia sido enfiada por baixo da porta. O carteiro não costumava sumir, deixava tudo no térreo.

Fecha a porta e se senta no sofá, pronto para ler a carta, assim que iria abri-la escuta o miado insistente.

— Pan?

E então batidas na porta igualmente insistentes.

— Quem é?

Os miados. As batidas.

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora