XX - Máquina de guerra

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KIM NAMJOON CONDUZIA o carro, ao acordar solicitou que nenhum dos seus seguranças e nem mesmo o motorista particular o acompanhasse. Muitos burburinhos foram ditos naquele dia, mas não deu atenção a nenhum destes. Sabia que sua estrada seria diferente naquela manhã, e assim que viu o carro forte tomar passagem em sua frente, desacelerou por um instante, notou no retrovisor o mesmo modelo de carro que o seguia, e o sinal que foi feito não demorou em seu entendimento, passando logo a segui-los.

Era da sua expertise.

Não demorou para chegarem à estrada de terra, à mercê dos solavancos por quase uma hora, sentiu sua coluna doer infinitamente. Se inclinou para olhar o que estava escrito no muro protegido por eletricidade e arame farpado, e soube que haviam chegado ao local.

Dois soldados montavam guarda em frente aos portões maciços do complexo que, sem demora, abriu passagem para que entrassem.

— Céus... — murmurou, ainda dirigindo sobre o caminho ladrilhado.

A área do exército era uma extensão vasta de terreno bem cuidado, ladeado por soldados que patrulhavam as fronteiras do local. A tensão no ar era palpável, enquanto subia, avistou de longe uma paisagem de tendas, e as lembranças de seu tempo no exército vieram depressa. Todos com seus devidos uniformes e identificação pareciam ocupados em suas tarefas.

Namjoon estacionou o veículo junto aos carros fortes, estes os mais comuns dali, observando o oficial que estava o esperando em frente ao casarão antiquado, mas muito bem conservado. Ambos batem continência para se cumprimentar, e então o segue para o andar superior do local, encontrando o ministro de defesa na sala devidamente decorada com a bandeira do país e quadros de condecorações. Mais uma vez Namjoon bate continência, dessa vez sozinho, aonde o outro homem apenas assentiu com a cabeça e faz um sinal para que se sentasse na cadeira em frente a mesa do escritório.

O general estava fardado, usava seus óculos garrafais e mantinha a expressão de autoridade.

— General Junkyu, estou aqui conforme o solicitado.

— Soldado Kim, à quanto tempo. Está melhor da coluna?

— Estou. — assentiu.

— Então por que ainda não se sentou?

Engoliu em seco e fez o que era pedido, sentindo latejar as pernas. A viagem no carro havia o deixado dolorido, mas não estava afim de demonstrar algum tipo de fraqueza.

— Soldado Kim, fale sobre o Projeto 2000 e eu falarei minha proposta irrecusável. — salientou a última palavra.

Namjoon tremia, mas conseguiu apresenta ao general os documentos que carregava em sua maleta. Enquanto falava, não sabia adivinhar o que passava pela mente de Junkyu, que após escuta-lo por vinte minutos sem nada dizer, fixou o olhar nele e, por um breve momento, o silêncio pairou no ar.

— Você parece preocupado;

— Sinto muito, general. Eu realmente estou, as finanças não estão em ordem nesses últimos tempos.

— É por isso que não irá recusar minha proposta, faremos um acordo e ficarei com a minha divida limpa.

— Sua dívida?

— Sim. A minha dívida por ter salvo a minha vida naquela noite.

Namjoon abaixou a cabeça, e mesmo sabendo que não era o mais elegante a fazer em frente ao general, não conseguiu evitar a surpresa. Ele teve vontade dizer que faria tudo outra vez, e que aquele era apenas o seu dever como soldado, mas as palavras não lhe saíram da boca. Não ousaria agradecer ou dizer palavras para expressar sua surpresa pela gratidão, sabia que qualquer atitude parecida seria algo que, sem dúvida, Junkyu desaprovaria.

ANPANMAN - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora