Capítulo 6

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Margarida Gomes
DIA 4

Acordo com uma mensagem do António, não queria que fossem embora hoje.

Visto-me depressa e fui até a saída do quarto.

- Onde Vais? - Pergunta a Carolina a acordar.

- Vou despedir-me do António, ele vai embora. - digo e ela afirma ainda sentada. - Vais despedir-te do João? - Provoco.

- Do João? Eu quero é que ele se vá lixar. - disse e eu sorri.

- Para quê tanto amor? - Ela ergue o dedo do meio na minha direção. E eu nego, saí do quarto.

Desço o elevador e cumprimento alguna deles, vejo o António sentado, ele sorriu para mim e eu aproximo-me dele.

- Pensava que estavas a dormir! Não me respondeste! - Pergunta a beijar as minhas bochechas.

- Não queria que fosses sem me despedir. - digo e recebo um abraço do mesmo, sinto o perfume dele invadir os meus sentidos do olfato.

- Vou ter saudades tuas. - diz e eu sorri.

- Eu também vou ter saudades tuas. - digo e ele abraça-me com mais força.

- O teu mau-feitio?

- Deitado! - digo ainda a abraçar-lo. - E o teu?

Aponta para o canto do edifício, com fones. Estava claramente aluado, mas o seu olhar mudou.

Vejo a Carolina, sair do elevador e o Tiago a dirigir-se a ela.

O João pairava o olhar sobre os dois, e tenho a certeza se o Tiago se aproxima-se demasiado, o João iria levantar-se e derrubar de propósito os dois.

Aquele ódio todo era amor puro, eles não queriam é admitir.

Despedi-me do António e quando dei por mim o João já não estava.

O Tiago aproximava-se da Carolina para a beijar nas bochechas, não o fez, os dois são separados pelo João.

- És cego? - disse a Carolina.

- Por acaso preciso de óculos! - diz o João a ir para o exterior.

- Vou voltar a ver-te Carolina? - Pergunta e ela deixa-se sorrir.

- Quem sabe! - disse, o Tiago acenou-lhe apenas e saiu.

- Achas que aquilo foi o quê? - Pergunto para o António que estava distraído com outra coisa.

- Ham? - Diz.

- Burguer. - digo, ele olha para mim. - Achas que aquilo foi o quê? - Pergunto novamente.

- Com o João? Já não sei! - diz. - Magui? - Chamou-me.

- Sim? - Ele beija o canto da minha boca.

- Fala comigo okay? - diz e eu afirmo.

- Sim! - digo, vejo-o entrar no autocarro.  

A Carolina estava no lado de fora a falar com o Tiago, que estava dentro do autocarro.

Ele desce para a cumprimentar, mas o Neves desce do autocarro por aquela porta.

- Então Neves, porra! - disse o Tiago.

- Esqueci-me de uma coisa. - disse o João.

- Falta de Respeito. - disse a Carolina.

- Olha queridinha...

- Olha o quê? Deves-te achar muito importante. - disse a Carolina.

- Por acaso até sou.

- Convencido. - diz.

- Nem sou.

- Credo, tu és insuportável. - diz a Carolina.

- Carol, depois falámos! - diz o Tiago.

Ela sorriu apenas e foi para dentro, o Neves já lá estava.

Vejo o António por fim a acenar-me.

Entro no autocarro, já que a maioria ainda não estava.

- Porque vieste tão cedo? - Pergunto a sentar-me ao seu lado.

- Porque assim tenho tempo de descansar um pouco! - diz a agarrar as minhas mãos. 

- Tenho sono! - digo.

Ele abraçou-me.

- Não queria ir embora, há tantas coisas que queria dizer! - desabafa.

- Diverti-me muito, mas tu sabes que vais esquecer-me! - digo.

- Não pretendo! A menos que tu o faças não te pretendo esquecer. - diz e eu coro. - Não sei porque mas sinto que vamos encontramo-nos mais vezes. - diz.

- Espero que sim! - digo. - Só espero não encontrar-te na mesma situação. - Ele riu-se, quando olhei a volta já o pessoal estava quase todo no autocarro. - Vou indo. - disse e ele afirma, ele beija as minhas bochechas e eu saí. Vejo o João a correr e a Carolina a mandar-me os sapatos a cabeça. Meu Deus.

- EU VOU MATAR-TE JOÃO PEDRO GONÇALVES NEVES! EU GARANTO-TE! - Ela foi agarrada pelos seguranças.

- Espero para ver! - Ela suspira e vai-se embora, eu aceno ao António e vou para a sua direção, agarro nos ténis dela e corro atrás dela.

Mas o que terá acontecido?

Erro No Sistema (João Neves E António Silva) Onde histórias criam vida. Descubra agora