Capítulo 10

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João Neves

Aquilo era um pesadelo, e acreditem, não estava nem perto de acordar.

Enquanto as duas estavam intretidas nos quartos, eu estava a jogar na sala, pensava que era desta que nunca mais a iria ver, mas para o meu azar, isso não aconteceu e agora eu vivia com a minha inimiga.

Quero chorar e não é de tristeza e de raiva!

O António sentou-se ao meu lado agora já vestido.

- Tiraram-te a privacidade princesa? - disse e ele nega.

- Posso andar nu!

- Iria adorar, já não era a primeira vez! - digo e ele manda-me uma almofada a cara. Fazendo-me perder. - Porra mano, perdi! - disse e ele riu-se.

- Podes dar-te bem com a Carolina.

- Nem pensar! Irrita-la é a cereja no topo do bolo. - digo a voltar a jogar. - Agora que tenho que conviver com ela, vou colocar a vida dela como se vivesse no inferno.

- Que simpático! - disse o António a encostar-se no sofá.

- Como sempre. - digo e ele começa a jogar comigo.

- A Margarida vai dormir comigo. - Admitiu.

- Uau, já posso sair de casa.

- Não, nada disso, eu gosto dela, mas ela só quer ser minha amiga. - disse e eu riu-me.

- Acho que não, mas tu é que sabes. - digo distraído.

- Achas que ela gosta de mim? - Encolho os ombros.

- Não percebo as mulheres. - admito.

- Grande ajuda João! - disse. - E nota-se! - digo. Coço o nariz com a mão e sinto o perfume da pulseira, acreditem ou não, aquilo tinha o perfume da Carolina, L'Interdit (Preto)  da Givenchy.

Já tentei lavar aquilo, mas o perfume não saí da pulseira, de maneira nenhuma.

- Já vi que colocaste a pulseira! - disse o António.

- Yha! - digo.

- Estás melhor?

- Saiu-me um peso de cima! - digo.

- Não confiaste nela.

- Pensava que ela nunca iria cuidar da pulseira, mas ela andou com a pulseira durante 2 meses e isso mostra o quê?

- Que não queria que perdesses a pulseira, não sejas tão duro com ela.

- Porquê?

- Porque os pais biológicos da Carolina morreram. E Ela é adotada, então não sejas tão duro com ela.

- Não sabia disso.

- Achas que ela iria gritar isso para todas as pessoas que conhecesse?

- Como é que tu sabes?

- A Margarida disse-me, mas pediu-me claramente para não te dizer.

- E tu és bom ouvinte! - digo irónico.

- Podes dar-te bem com ela? - disse.

- Vou tentar! - digo, ele sorriu e foi-se embora para o quarto, o perfume da Carolina ficou mais forte e eu vejo-a a agarrar um cobertor.

- Isso é para quê? - Pergunto.

- Não tenho uma cama, por isso vou fazer uma. - disse como se fosse óbvio.

- Podes ficar aqui no sofá. - digo.

- Prefiro dormir no chão. - disse.

- Tu é que sabes. - digo a voltar a jogar.

Erro No Sistema (João Neves E António Silva) Onde histórias criam vida. Descubra agora