Capítulo 33

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Autora Notas

Poderia dizer isto no fim, mas vou dizer ao início, vocês são incríveis.

Andam a gostar da fic?

Quero agradecer a todos os que comentam e votam, e pelas visualizações, obrigado, isso ajuda-me a querer continuar a escrever.

🦋 Obrigado e Boas Leituras 🦋

*Musica do Capítulo Surrender- Natalie Taylor*

Carolina Dias
Algumas Horas Depois

Encontro-me com o João na entrada do Hospital da Luz, onde o meu pai ficou.

- Como estás? - Pergunta.

- Não sei dizer. - disse e roubo-lhe um sorriso pequeno.

- Eu sei o que é perder alguém, partilho a dor contigo, não sei o que é que sentes agora, mas estou contigo. - disse e eu sorri.

- Obrigado João Pedro.

- Assim pareces que estás chateada comigo! - diz.

- Não é o teu nome? - Ele afirma. - Então pronto. - disse. E olho para a entrada do hospital.

- No que pensas?

- Lembro-me de ter 6/7 anos e estar aqui neste mesmo lugar. - Ele deixa-me continuar.

- Lembro-me de olhar por 20/30 minutos para aquela porta de vidro, e pensar se tinha coragem ou não para entrar, muitas pessoas tentavam aproxima-se de mim, mas ninguém me perguntou o que estava ali a fazer, se estava com alguém, ou se precisava de ajuda, não esperei que o fizessem, não queria que o fizessem.

Ele olha para mim em silêncio.

- Senti-me abandonada, apesar de ter fugido do orfanato, para afastar essa sensação, nunca me senti acolhida naquele lugar era tudo escuro para mim, talvez fosse pela minha transparência e eu dava a entender que não queria ninguém, por isso inguém se aproximava-se de mim.

Olhei para baixo e mordi os lábios. Continuei.

-Mas tudo muda quando conheci a Margarida, ela era uma luz e todos os que eram amigos dela viraram meus amigos também. Desde que a conheço, nunca me senti abandonada ou excluída, até tu chegares, quando me insultas-te eu senti-me mal, e voltei a não querer ninguém perto de mim, por isso acho que demorei tanto tempo para perdoar.

- Ainda bem que perdoas-te! - disse e eu sorri.

- Não leves a mal, conheci amor pelos meus pais adotivos que tiveram que se esforçar tanto para eu me abrir que as vezes esqueço-me, que eu tenho que me esforçar para ganhar força para falar com as pessoas.

- Tu és corajosa, lutaste sozinha e agora és uma Mulher Guerreira. - Coro.

- Talvez escolhi pediatria por isso, porque consigo ver nas crianças algo em mim, o medo quando me vêem, e o sorriso e a coragem quando vão embora, vejo tantos bebés e tantas crianças que precisam da minha ajuda e esqueço-me um pouco de como eu era. Percebo a dor de quando estão sozinhos numa cama de hospital, mas depois vêm os pais e eles sorriem. Eu adoro o que faço, mas por vezes penso nisto e começo a chorar.

- É um trauma, mas tu vais ultrapassar. - disse e abraçou-me. Ele agarra na minha mão e entrámos no hospital.

Seguimos até a receção e eu tomo coragem para dizer.

- Boa tarde, o meu pai morreu há alguns dias e disseram para vir hoje.

- Nome do paciente?

- Pedro Carlos Martins Silva!

- Ele está na Morgue, os seus pertences eu vou buscar! - disse e eu afirmo. A mão do Neves aperta-me.

Ele olha para mim e sorriu francamente

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Ele olha para mim e sorriu francamente.

Dentro de um saco transparente estava alguns pertences do meu pai, uma pulseira de ouro com as minhas iniciais e da minha mãe, a carteira que encontraram a alguns metros do carro, e mais nada.

Ela guiou-nos até a morgue. E eu não quis ver.

- Temos que o tirar do hospital. - Eu afirmo. O médico faz-me assinar alguns papéis e depois deixa-me ali em pé com o Neves! Ele abraça-me com força quando eu comecei a chorar.

(...)

(Música Falling Like The Stars -James Arthur)

Quando cheguei a casa, sentei-me no sofá, e ele sentou-se ao meu lado.

- Vou preparar-te um chá! - Afirmo, vejo-o a fazer o chá, e observo-o.

- Somos amigos não somos?

- Claro que sim! - disse a entregar-me a chávena. Bebo-a e ele puxa-me para o seu peito, termino de beber o chá, e acabámos por nos deitar os dois.

Adormeço a ouvir o seu coração.

Acordo com várias notificações no telemóvel, quis matar o António, mas adorei a foto.

- Vou emoldurar esta. - disse a guardar a foto. - Nunca mais falámos daquele beijo! - disse a despertar.

- O que tem o beijo?

- Nada, o que sentiste?

- Então tem alguma coisa! - digo e ele riu-se.

- Sim tem. - disse e eu sorri.

- Eu gostei do beijo, só que não sei...

- Eu percebo, isto não é fácil, eu espero até estares bem. - Sorri, e tive vontade de beijar os seus lábios. Não o fiz. - Somos amigos, fico contente por isso.

- Quero...

- O que? - Ele olha para mim e eu sinto as pernas a tremer. - O que queres Carolina? - A voz dele ficou rouca e eu não desfaço o contacto visual. - Sim Carolina?

Beijo-o.

- Desculpa! - digo e ele sorriu.

- Tudo bem, já o queria fazer também. - Sorrimos envergonhados.

- Posso beijar-te outra vez?

- Onde está a amizade?

- No caralho! - disse e ele riu-se a puxar-me para um beijo.

O beijo foi parado pelas gargalhadas de ambos.

- Agora a sério, só amizade.

- Só amizade... - disse a morder os lábios, bato-lhe no peito e levanto-me.

- Adeus Neves.

- Não é João Pedro?

- Preferes isso?

- Não, prefiro amor da tua vida. - Gargalhei.

- Sonha querido.

- Todos os dias. - Coro e vou para o quarto. Quando cheguei ao quarto e fechei a porta, dei alguns saltinhos, porra, eu apaixonei-me por aquele maluco.

Erro No Sistema (João Neves E António Silva) Onde histórias criam vida. Descubra agora