Autora Notas
Poderia dizer isto no fim, mas vou dizer ao início, vocês são incríveis.
Andam a gostar da fic?
Quero agradecer a todos os que comentam e votam, e pelas visualizações, obrigado, isso ajuda-me a querer continuar a escrever.
🦋 Obrigado e Boas Leituras 🦋
*Musica do Capítulo Surrender- Natalie Taylor*
Carolina Dias
Algumas Horas DepoisEncontro-me com o João na entrada do Hospital da Luz, onde o meu pai ficou.
- Como estás? - Pergunta.
- Não sei dizer. - disse e roubo-lhe um sorriso pequeno.
- Eu sei o que é perder alguém, partilho a dor contigo, não sei o que é que sentes agora, mas estou contigo. - disse e eu sorri.
- Obrigado João Pedro.
- Assim pareces que estás chateada comigo! - diz.
- Não é o teu nome? - Ele afirma. - Então pronto. - disse. E olho para a entrada do hospital.
- No que pensas?
- Lembro-me de ter 6/7 anos e estar aqui neste mesmo lugar. - Ele deixa-me continuar.
- Lembro-me de olhar por 20/30 minutos para aquela porta de vidro, e pensar se tinha coragem ou não para entrar, muitas pessoas tentavam aproxima-se de mim, mas ninguém me perguntou o que estava ali a fazer, se estava com alguém, ou se precisava de ajuda, não esperei que o fizessem, não queria que o fizessem.
Ele olha para mim em silêncio.
- Senti-me abandonada, apesar de ter fugido do orfanato, para afastar essa sensação, nunca me senti acolhida naquele lugar era tudo escuro para mim, talvez fosse pela minha transparência e eu dava a entender que não queria ninguém, por isso inguém se aproximava-se de mim.
Olhei para baixo e mordi os lábios. Continuei.
-Mas tudo muda quando conheci a Margarida, ela era uma luz e todos os que eram amigos dela viraram meus amigos também. Desde que a conheço, nunca me senti abandonada ou excluída, até tu chegares, quando me insultas-te eu senti-me mal, e voltei a não querer ninguém perto de mim, por isso acho que demorei tanto tempo para perdoar.
- Ainda bem que perdoas-te! - disse e eu sorri.
- Não leves a mal, conheci amor pelos meus pais adotivos que tiveram que se esforçar tanto para eu me abrir que as vezes esqueço-me, que eu tenho que me esforçar para ganhar força para falar com as pessoas.
- Tu és corajosa, lutaste sozinha e agora és uma Mulher Guerreira. - Coro.
- Talvez escolhi pediatria por isso, porque consigo ver nas crianças algo em mim, o medo quando me vêem, e o sorriso e a coragem quando vão embora, vejo tantos bebés e tantas crianças que precisam da minha ajuda e esqueço-me um pouco de como eu era. Percebo a dor de quando estão sozinhos numa cama de hospital, mas depois vêm os pais e eles sorriem. Eu adoro o que faço, mas por vezes penso nisto e começo a chorar.
- É um trauma, mas tu vais ultrapassar. - disse e abraçou-me. Ele agarra na minha mão e entrámos no hospital.
Seguimos até a receção e eu tomo coragem para dizer.
- Boa tarde, o meu pai morreu há alguns dias e disseram para vir hoje.
- Nome do paciente?
- Pedro Carlos Martins Silva!
- Ele está na Morgue, os seus pertences eu vou buscar! - disse e eu afirmo. A mão do Neves aperta-me.
Ele olha para mim e sorriu francamente.
Dentro de um saco transparente estava alguns pertences do meu pai, uma pulseira de ouro com as minhas iniciais e da minha mãe, a carteira que encontraram a alguns metros do carro, e mais nada.
Ela guiou-nos até a morgue. E eu não quis ver.
- Temos que o tirar do hospital. - Eu afirmo. O médico faz-me assinar alguns papéis e depois deixa-me ali em pé com o Neves! Ele abraça-me com força quando eu comecei a chorar.
(...)
(Música Falling Like The Stars -James Arthur)
Quando cheguei a casa, sentei-me no sofá, e ele sentou-se ao meu lado.
- Vou preparar-te um chá! - Afirmo, vejo-o a fazer o chá, e observo-o.
- Somos amigos não somos?
- Claro que sim! - disse a entregar-me a chávena. Bebo-a e ele puxa-me para o seu peito, termino de beber o chá, e acabámos por nos deitar os dois.
Adormeço a ouvir o seu coração.
Acordo com várias notificações no telemóvel, quis matar o António, mas adorei a foto.
- Vou emoldurar esta. - disse a guardar a foto. - Nunca mais falámos daquele beijo! - disse a despertar.
- O que tem o beijo?
- Nada, o que sentiste?
- Então tem alguma coisa! - digo e ele riu-se.
- Sim tem. - disse e eu sorri.
- Eu gostei do beijo, só que não sei...
- Eu percebo, isto não é fácil, eu espero até estares bem. - Sorri, e tive vontade de beijar os seus lábios. Não o fiz. - Somos amigos, fico contente por isso.
- Quero...
- O que? - Ele olha para mim e eu sinto as pernas a tremer. - O que queres Carolina? - A voz dele ficou rouca e eu não desfaço o contacto visual. - Sim Carolina?
Beijo-o.
- Desculpa! - digo e ele sorriu.
- Tudo bem, já o queria fazer também. - Sorrimos envergonhados.
- Posso beijar-te outra vez?
- Onde está a amizade?
- No caralho! - disse e ele riu-se a puxar-me para um beijo.
O beijo foi parado pelas gargalhadas de ambos.
- Agora a sério, só amizade.
- Só amizade... - disse a morder os lábios, bato-lhe no peito e levanto-me.
- Adeus Neves.
- Não é João Pedro?
- Preferes isso?
- Não, prefiro amor da tua vida. - Gargalhei.
- Sonha querido.
- Todos os dias. - Coro e vou para o quarto. Quando cheguei ao quarto e fechei a porta, dei alguns saltinhos, porra, eu apaixonei-me por aquele maluco.
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Erro No Sistema (João Neves E António Silva)
Historical FictionApós um erro no sistema, tu e a tua amiga, vão ter que dividir um quarto com 2 craques da bola. Será que o primeiro encontro vai correr bem? CONCLUÍDA