Capítulo 50

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António Silva
3 meses depois

Tudo decorria bem e apesar de achar estranho, deixei passar, nada na nossa vida decorria assim tão bem, mas resolvo apenas aproveitar e guiar-me pelas boas energias que o universo dava.

A Margarida chegou tarde e pela sua cara, não estava bem, não questiono, sabia que precisava de alguns minutos sozinho.

Trancada na casa de banho, já há 10 minutos eu comecei a ficar preocupado.

- Magui? Estás bem?

- Acho que sim! - diz ainda no interior, eu fico atento a sua voz, mas foi imperceptível, demasiado calma.

- Amor, podes falar comigo! - Digo e ela abre a porta. - O que foi?

- Vou a New York! - diz e eu olho para ela.

- Vais ver os teus pais? - Pergunto.

- Vou!

- Pensava que íamos todos juntos em Junho.

- Vamos, mas vou mais cedo!  - Não a percebo.

- Vais 4 meses mais cedo? - Pergunto confuso e ela não me olha nos olhos.

- Preciso resolver umas coisas.

- Em em New York? Magui, o que não estás a contar? - Pergunto e ela respira fundo e eu tento perceber o que se estava a passar! - Magui, por favor, diz-me!

- Não posso dizer!

- Vamos resolver juntos, diz-me não fujas!

- Estou grávida! - Olho para ela e sorri.

- É uma brincadeira?

- Iria brincar com isto António?

- Não pode ser Margarida!

- Também não percebo! Mas não tenho o período à 3 meses, fiz o teste e deu positivo! Fiz o exame de sangue e estou grávida de 1 mês. - diz e eu sento-me na cama. Ela encolhe-se. - Olha António, eu também não queria, mas está feito, fazemos sexo, ambos sabíamos que isto podia acontecer.

- Não Margarida, se ambos tomamos as precauções isto não podia acontecer.

- O que queres fazer agora António?

- Isto só pode ser um erro!

- Um teste de farmácia pode dar erro, mas um teste de sangue é impossível dar erro. - diz e eu levo as mãos a cara.

- Logo agora? - digo. - Logo agora? Não pode ser não posso ter um filho agora.

- O que queres dizer? Eu não vou abortar.

- É um erro, somos muito novos Margarida.

- Não acredito que estás a agir assim. É demasiado. - diz e começa a arrumar uma mala.

- Onde vais?

- Embora!

- Porque?

- Porque não quero atrapalhar a tua carreira, já que é mais importante que isto.

- Não disse isto.

- Insinuaste! Fica com a tua carreira que aqui o erro vai-se embora! - diz e saí do quarto.

- Margarida! Por favor.

- Por favor digo eu! - diz. - Estás quase a pedir-me para escolher entre ele e tu.

- E se tivesse?

- Não tinha dúvidas, escolheria o meu filho! Sempre! - Eu olho para ela. - Já que achas que foi um erro, eu vou-me embora! Acabou António. Vais saber detalhes se quiseres saber dele ou dela, mas a nossa relação acabou! Espero que estejas ciente disso! - Ela foi-se embora e eu respiro fundo. Porra!

Margarida Gomes

Quando cheguei ao carro, comecei a chorar. Porra, porra!

A Carolina liga-me no momento certo, mas também errado, tento controlar o choro, mas com ela era impossível.

Atendo.

- Olá!

- Estás a chorar? - Merda.

- Não!

- Não me mintas Margarida! O que aconteceu?

- Nada! Não aconteceu nada!

- Não mintas por favor!

- Posso ir a tua casa?

- Estás bem para conduzir?

- Fala comigo! - Imploro.

- Okay! Sabias o que João descobriu ontem?

- O quê?

- Que o meu pai tinha cavalos! - disse. - E quis ir comprar um! Já tinha nome e tudo. - Sorri.

- Qual era?

- Maximus! Depois tive a explicar que era muito difícil cuidar de um cavalo e não temos tempo para cuidar de um, depois decidiu adotar 4 cães. E eu disse-lhe assim já temos um, cuida-te! Ele começou-se a rir e pronto.  - Já estava mais relaxada, e depois conduzo até a casa dela.

Assim que cheguei ela estava a minha espera, estávamos 2 semanas de férias o que era bom.

- Então amor? O que foi? - Pergunta assim que nos sentamos no sofá.

- Acalma-te okay!

- Estás grávida? - Olho para ela. - E o António acabou contigo?

- Como é que sabes que estou grávida? - Pergunto.

- O Shelby não se aproxima de ti, coisa que é estranha! - diz.

- E o António não terminou comigo, eu terminei com o António!

- Porquê? - Depois de explicar ela quis matar o António, mas eu não deixei.

- Vou para New York.

- Fazer o quê?

- Dizer aos meus pais.

- Estás de quando tempo?

- 1 mês!

- Não achas cedo dizer?

- Olha Carolina já não sei.

- Quanto tempo vais lá ficar? - Pergunta.

- Não sei! - disse.

- Espero que não por muito tempo! - disse e eu abraço-a. - Posso matar o António ainda!

- Não mates nem batas no António!

- Tu é que sabes, mas adorava fazê-lo.

- Claro! - digo. - Então o Neves quer ter um cavalo?

- Ainda aposto que sim, mas já lhe disse que teria que contratar alguém para cuidar dele quando não estamos, ele é completamente louco.

- Vocês podem não é?

- Acho dinheiro mal gasto, admito gostava de ter cavalos aqui, mas com meu o meu pai era diferente, ele tinha 7 cavalos, e iam para competições. - diz.

- Devias era ser veterinária, não pediatra. - Sorriu e ficámos a conversar até o Neves regressar, eu quis ir embora, mas ambos proibiram de o fazer, fiquei num quarto no 1 andar, e choro.

Porra!

Erro No Sistema (João Neves E António Silva) Onde histórias criam vida. Descubra agora