João Neves
Ela foi-se embora, e quando eu saí todos ficaram a olhar para mim.
Neguei apenas e saí do quarto sem dizer mais nada, não tencionava beija-la, nem tencionava dizer que a odiava, odiava-a por fazer-me apaixonar por ela, odiava-a por estar apaixonado e sem hipóteses de voltar atrás e apagar aqueles sentimentos, odiava-a por gostar de uma rapariga que obviamente nunca vai gostar de mim.
Ódio é uma palavra muito forte, mas por mais insano que pareça, eu sentia aquele ódio por ela, não era porque a odiava mesmo, era por ama-la e saber que nunca a poderia ter para mim.
Apaixonei-me pela única rapariga que não quer nada comigo, apaixonei-me pela Mulher que claramente odiava a minha existência e sabem o que é engraçado, e estar apaixonado pela Mulher que desejei nunca ter.
Bato sem querer numa senhora.
- Desculpe! - digo.
- Anda mal de amores! - Olho para a Senhora. - Posso ler-lhe a mão?
- Tenho de pagar por isso? - Ela riu-se.
- Faço-lhe de graça, pela sua cara acertei. - disse. Afirmo com a cabeça e ela faz-me sentar no sofá, senta-se ao meu lado e eu estico-lhe a mão. - Vai ter um futuro promissor. Esconde um segredo que vai ser revelado. Vai haver um acidente. Vai encontrar-se com a sua alma gémea.
- Um acidente?
- É o que posso dizer! - disse e levanta-se.
- É só isto?
- Se quiser mais teria que pagar. - Ela saiu e deixou-me a pensar. Futuro promissor? O segredo seria qual? Qual acidente, mais valia ter ficado calado e ter negado aquela leitura!
Porra!
Regresso ao quarto e já estavam todos a dormir. O Edgar e a Mariana ficaram juntos, por isso fiquei na sala, abro o sofá e faço a cama com dois lençóis e um manta que ali estava.
Adormeci, apesar das insónias.
Acordámos quase todos ao mesmo tempo, arranjamo-nos e fomos tomar o pequeno-almoço.
- Vamos ao Topo da Serra a tarde, okay? - disse a Margarida para todos.
- Okay. - dissemos em Conjunto.
Alugamos um carro de 9 lugares e fomos passear.
Fomos ao Museu de Lanifícios UBI, que ficava ali perto, ao Museu do Pão e do Brinquedo, e por volta da hora do almoço almoçamos, regressámos ao hotel para mudar de roupa e subir a Serra.
Fui o primeiro a ficar pronto, andava distraído quando bato numa rapariga, conhecia.
- Margarida?
- João Neves! - Andámos juntos na escola.
- O que fazes aqui, Simões?
- Vou-me embora, vim visitar a Serra antes de ir para Londres.
- Em Londres não há Neve? A minha irmã diz que a muita.
- Há, mas os meus pais quiseram ver. Gostei de ver-te! - disse.
O Rúben junta-se a mim.
- Estás melhor daquilo de ontem?
- Achas que pode ser ela a minha alma gémea?
- Poupa-me! A tua alma gémea é só uma, tem nome e mau feitio. - Aponta para a loira que estava a conversar com o André, nojo!
- Ainda vamos a tempo de tranca-lo no quarto.
- Deixa Estar... Não quero confusões com a Carolina.
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Erro No Sistema (João Neves E António Silva)
Ficção HistóricaApós um erro no sistema, tu e a tua amiga, vão ter que dividir um quarto com 2 craques da bola. Será que o primeiro encontro vai correr bem? CONCLUÍDA