Capítulo 24

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Margarida Gomes

Pela primeira vez estávamos todos em cada e a jantar todos juntos, já não me lembrava bem há quanto tempo isso não acontecia, os barulhos dos garfos, e da comida a ser mastigada eram os únicos sons que se ouviam naquela casa, hoje precisamente faz 2 semanas desde os acontecimentos recentes.

O meu primeiro beijo com o António, e aquilo da Carolina e do Neves, que neste momento estavam mais preocupados a olhar um para o outro que a discutir, aliás já não era a primeira vez que os apanhava a olhar um para o outro, muitas vezes acreditava que ambos estavam nos seus mundos e estavam apenas a olhar para a frente, mas outras vezes quando o olhar deles se cruzava, ninguém se olha assim, a menos que haja sentimentos, não seria eu a dizer aquilo, se não havia bombas.

- Estás a olhar para onde? - Pergunta o Neves.

- Para a frente! - disse a Carolina, cá vamos nós. Eu e o António divertiamo-nos a brava a ver as discussões deles, muitas vezes, okay, a maior parte das discussões são sempre eles a insultarem-se e quem vê por trás, nunca repetem os insultos na mesma conversa, acho incrível.

- Hoje não me quero chatear, por isso cala-te.

- Foste tu é que começaste! - disse.

- Claro, e eu sou a Madre Teresa de Calcutá.

- Teresa não és de certeza, agora Madre....

- O que isso quer dizer?

- Ela chamou-te de mãe freira! - disse.

- Que simpática. Parva!

- Estronso fedorento!

- Começamos por aí?

- Não te insultei, só te descrevi!

- Já chega! Eu estou farto, vou sair.

- Cobarde! - Diz ainda a Carolina baixo.

- Pelo menos eu tenho namorada.

- E o que tenho haver com isso?

- Que vou traze-la para almoçar no Sábado. Quero-vos aqui todos.

- E quem te disse a ti que quero conhecê-la?

- Almoço no Sábado! Quem faltar não dorme nas noites adjacentes a esse acontecimento.

Ele saiu de casa e eu olho para a Carolina, tanto eu como o António sabíamos o que tinha acontecido, o beijo dos inimigos, o beijo mais intenso do mundo.

- Carolina... - Começo.

- Não Margarida. Não quero sermões a sério. - disse levanta o prato da mesa arrumo-o na máquina e vai para o quarto.

- Eles precisam de ajuda.

- O que queres fazer Tojo? Ainda acabas com o único relacionamento que eles têm. As discussões, pelo menos falam-se.

- Vamos tranca-los? - Oh Meu Deus! - Já sei, vamos fazer uma viagem e não vamos os dois...

- Podes parar de dizer asneiras! Isso só vai prejudicar, não vês filmes?

- Sim e muitos deles acabam com eles a beijarem-se.

- António não.

- O que fazemos então?

- Nada! Eles que se resolvam, já tenho demasiados problemas.. e não me olhes com essa cara, essa cara só trás uma palavra, Problemas.

- Tem calma eu não vou fazer nada!

Erro No Sistema (João Neves E António Silva) Onde histórias criam vida. Descubra agora