02 - Aquele com o acordo.

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🎨 | Boa leitura!

Dulce e eu vamos juntos no meu carro até a imobiliária

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Dulce e eu vamos juntos no meu carro até a imobiliária. Conversamos sobre como encontramos o apartamento e o acordo que nós dois fizemos. Tentamos encontrar onde o erro foi cometido, mas nenhum de nós dois compreende o que está acontecendo.

— Eu falei com a Sally a semana inteira, ela parecia tão animada e tão disposta a assinar o contrato comigo. Disse que tinha mais algumas pessoas interessadas, mas que eu era a prioridade da empresa por causa do meu nome.

— O que tem o seu nome? — franzo o cenho.

— Eu sou uma artista. Minha última coleção fez um sucesso considerável e eu ganhei um dinheiro considerável. Foi quando decidi que deveria morar sozinha, ter o meu próprio espaço, sabe? Às vezes, a gente só quer ter um lugar no final do dia que seja separado do resto do mundo. — solta um suspiro. — Eu realmente não quero morar com ninguém.

— Eu também não.

— Eu morava com os meus irmãos e a minha avó. A casa sempre estava cheia e barulhenta. Meus irmãos têm muitos amigos, sem contar as senhoras que moram ao lado e que amam visitar a minha avó todo santo dia. Sério, eu amo todos eles, mas eu preciso me concentrar quando trabalho. As pessoas acham que pintar um quadro é fácil, que eu só preciso dos meus olhos e da minha mão. Mas não é bem assim, Christopher. Não mesmo. Preciso ser criativa, preciso do meu cérebro em sua capacidade máxima de concentração.

Quantas palavras uma pessoa consegue falar dentro de um minuto? Acho que Dulce falou umas dez mil. Essa mulher que eu não conheço está me contando sobre toda a vida dela da qual não dou a mínima. Talvez se eu ficar em silêncio ela fique também.

— E no que você trabalha? — pergunta.

— Engenharia de software. — respondo sem tirar minha atenção do trânsito.

— E o que é isso? Alguma coisa bem difícil, presumo.

— Sim, é difícil.

— Você trabalha com computadores, não é? Desenvolvendo alguma coisa super inteligente.

Uma explicação bem superficial, mas não estou afim de bater papo.

— Isso.

— Você é um cara das exatas, saquei. — ri. — Por isso você é tão sério. Eu sou artista, uma garota de humanas, então eu sou bem expressiva.

— Notei. — a palavra sai como um resmungo que é impossível de não ser percebido.

Dulce finalmente se cala, mas fica olhando para mim, avaliando alguma coisa em meu rosto. Quero que ela pare.

— Eu estou te incomodando? — pergunta cuidadosamente. — Me desculpa. Eu falo demais quando estou nervosa. Vou calar a boca agora. — se vira para a frente.

Room HatersOnde histórias criam vida. Descubra agora