49 - Aquele onde ele conhece o Vincent.

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🎨 | Boa leitura!

Acompanho Dulce até o apartamento dela quando saímos da Times Square

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Acompanho Dulce até o apartamento dela quando saímos da Times Square. Poderíamos até pensar em fazer alguma coisa fora, mas ainda está frio pra cacete e eu ainda estou vestindo uma saia plissada. Foi engraçado ver os olhares de estranheza quando Dulce e eu passamos pelas ruas de mãos dadas. E no metrô quando trocamos alguns beijinhos, eu vi gente segurando o riso. Eles estavam tipo "o que essa mulher linda está fazendo com esse homem de peruca?" Sim, eu fiquei com a peruca, porque ela era meio quentinha e fazia meu rosto congelar menos.

Meu corpo inteiro parece comemorar em alívio quando entro no apartamento dela e sinto o aquecedor.

— Deus abençoe. — digo levando minhas mãos geladas à boca para soprá-las.

— Seu rosto está todo vermelhinho. — Dulce diz segurando minhas bochechas e fazendo um biquinho fofo. — Quer um chocolate quente?

Xim. — brinco fazendo uma voz dengosa.

Dulce ri, me puxa para perto e me beija. A boca dela está mais quente que a minha, e quando ela tenta se afastar, eu a puxo de novo, abraçando sua cintura, aprofundando e prolongando o beijo.

— Pode ficar à vontade. — ela diz quando nos soltamos.

Olho em volta enquanto vou até o sofá. O apartamento é bem padrão, acho que ela não fez nenhuma mudança. É estranho não ver nenhum dos quadros dela nas paredes do lugar em que ela mora. Assim como no nosso apartamento em Houston, aqui a cozinha também é separada da sala por uma ilha, possibilitando que eu a observe enquanto prepara o chocolate quente.

Começo a retirar os grampos da minha cabeça para arrancar a peruca. Dói um pouco, mas por fim eu consigo, deixando a cabeleira loira pousada no sofá. Olho para Dulce novamente, ela sorri para mim e eu sorrio de volta. Me sinto tranquilo, de verdade, mas ainda tem uma coisinha mal resolvida.

— O que vai fazer sobre o Vincent? — pergunto.

Ela ergue os olhos para mim e franze o cenho.

— Como assim?

— Bom, obviamente você não precisa mais dele, então como pretende descartar o coitado? — solto uma risadinha meio constrangida.

Por alguma razão, isso a faz arregalar os olhos e me encarar com certo horror.

— Por que eu faria isso!? — questiona em um tom de voz um pouco estridente.

— Eu estou aqui. — dou de ombros.

Dulce abre a boca algumas vezes, desistindo de falar em todas elas. Ela parece chocada, mas eu não entendo o motivo. Só estou deixando claro que ela precisa colocar as cartas na mesa e ser sincera com o cara. Eu não o conheço, mas acho que não é para tanto, afinal, ele acabou de chegar.

— Por que você está dizendo isso? É tão cruel! — coloca as mãos sobre o peito.

— Cruel? — franzo o cenho. — Você não pode mais sair com ele! Isso sim seria cruel.

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