36 - Aquele no aniversário do Poncho.

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🎨 | Boa leitura!

É noite e Dulce parece muito mais feliz do que quando eu cheguei mais cedo

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É noite e Dulce parece muito mais feliz do que quando eu cheguei mais cedo. Tive que inventar que tinha uma emergência familiar para conseguir sair no meio da minha obrigação de trabalho, mas acho que valeu à pena. O dia não seria tão interessante se eu o passasse falando sobre programação. Nem em um milhão de anos eu imaginei que iria preferir fazer skincare e falar sobre Taylor Swift.

Dulce e eu estamos no sofá da sala assistindo Friends e comendo uma lasanha que eu preparei. Ainda estamos usando roupões e ela aplicou um creme preto na zona T do meu rosto. Eu nem sabia que o rosto tinha uma zona específica que merece tratamento especial. E eu também não tirei a faixa com orelhas de urso da minha cabeça, porque é estranhamente confortável, apesar de visualmente horrível.

É o episódio de Vegas, quando Ross e Rachel se casam depois de beberem demais.

— Eu já li tantos livros com essa temática. — Dulce diz. — É incrível como se casar bêbado em Vegas é uma coisa super popular, mas na vida real ninguém conhece alguém que fez isso.

— Talvez porque os noivos escondam muito bem quando ficam sóbrios e percebem a besteira que fizeram.

— Por que eles ainda permitem gente bêbada de terem casamentos reais?

— Porque casamentos reais pagam bem. Vegas é um ímã pra idiotas que querem perder dinheiro.

— A Rachel não é idiota! — ela me olha perplexa.

— E o Ross é? — sorrio de canto.

— Todo homem é. Está nos seus genes. — dá de ombros.

Solto uma risada e volto ao episódio. Quando Dulce ri, eu desvio minha atenção para ela, o que não é nenhuma novidade da minha parte. Não sei quando eu comecei a tratar essas conversas casuais como algo que faz parte da minha vida, mas eu estou aqui no meio da semana assistindo à minha série favorita com uma mulher que é tão fã quanto eu, mora comigo, transa comigo, mas não é minha namorada. Por que isso não parece estranho? Deveria ser estranho.

A campainha toca e eu deixo o meu prato na mesa de centro e vou atender. Apenas quando eu abro e vejo a expressão da Anahi mudar de normal para que porra é essa, que me lembro da minha aparência.

— Mas o que... — ela para no meio da frase e me olha de cima a baixo com a boca aberta.

— Cacete... — resmungo porque sei que ela vai falar disso para sempre.

— Isso é uma máscara facial? — aponta para o meu rosto. — Orelhas de urso? E está usando pantufas? Você tem pantufas!?

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