18 - Aquele com o elefante na sala.

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🎨 | Boa leitura!

Uma vez, ela me disse em tom de piada que eu tinha uma demência ainda não descoberta

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Uma vez, ela me disse em tom de piada que eu tinha uma demência ainda não descoberta. Agora tenho certeza de que isso é verdade, porque só estando muito louco para ter feito o que eu fiz. Tudo bem, não é a primeira vez que o meu corpo reage de forma imprópria por causa dela, mas agora isso passou do limite. Eu a beijei. Porra, eu a beijei. E ainda estaria beijando se parte de mim não fosse lúcida o bastante para me fazer parar.

E eu nem sequer estou pensando em bater uma ao imaginar ela em cima de mim, seus lábios quentes dançando o mesmo ritmo que os meus... Eu só estou confuso e intrigado. E isso está me tirando o sono. Como vou olhar para ela de manhã? O que vamos dizer? Que caminho eu vou querer seguir? O caminho onde fingimos que nada aconteceu ou aquele onde conversamos sobre isso? Eu realmente odeio falta de comunicação, seja com quem for. Me pergunto se sentiria agonia demais se simplesmente deixássemos isso pra lá. Eu deveria tentar deixar pra lá.

Durmo muito mal e acordo com o corpo completamente cansado, minhas costas até estalam quando eu me estico ao levantar. Beijar a pessoa errada deve ser prejudicial à saúde.

Como não dormi direito, tirei a noite para pensar sobre todos os contras do que eu fiz ontem à noite.

Primeiro, Dulce e eu estamos brigando pelo apartamento. Eu realmente quero que ela vá embora e isso não abre espaço para nenhum nível de relação sexual ou emocional que pudéssemos ter. Até mesmo ser amigo dela é uma má ideia. Não vou mudar de ideia sobre morar sozinho e duvido que ela vá mudar também.

Segundo, nós somos muito diferentes um do outro. Ela é espalhafatosa, falante, feliz demais e desorganizada. Meu completo oposto. Como é dito em uma daquelas músicas da Taylor Swift que ela ama ouvir, isso acabaria em chamas. E incêndios fazem sujeira demais.
Devo acrescentar que ela também está me fazendo ter um conhecimento contra a minha vontade sobre as músicas pop ruins que ela escuta.

Terceiro, meu término com a Norah me fez questionar o quão disposto eu estou a me jogar em algo fadado ao fracasso de novo. E a resposta é: nenhum pouco. Zero. Sem condições. Chega de me enfiar em situações que têm tudo para dar errado. E chega de relacionamentos também. Prefiro focar em mim mesmo e viver a minha vida sem ter que me preocupar ou encaixar outra pessoa nos meus planos. Todo mundo acaba indo embora em algum momento, eu posso simplesmente escolher não lidar com isso.

E por último, tem o coach Aladdin, que ela jura que é um cara legal e que com certeza combina mais com ela do que eu só por sorrir demais. E tenho convicção de que ele não jogaria lixo em alguém no trânsito. Aposto que a Dulce aprecia a "boa educação" dele. Esse pensamento me faz rolar os olhos. Eu realmente não gosto do cara, mas não tem nada a ver com ela. Sei que ele é fingido, reconheço gente assim quando as vejo.

Enfim, reuni todas as razões pelas quais tocar na Dulce é uma péssima ideia. Ontem à noite foi apenas um lapso, porque ela é bonita e estava em cima de mim. Qualquer cara teria a beijado.

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