27 - Aquele quando eles saem para beber.

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🎨 | Boa leitura!

Olive está me fazendo questionar muitas coisas

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Olive está me fazendo questionar muitas coisas. Já li uns bons trinta por cento do livro e estou me perguntando se todas as mulheres se fazem de cegas desse jeito. É óbvio que o Adam está apaixonado por ela, mas ela não percebe o que está na frente dos seus olhos. É preciso ser direto e dizer com todas as palavras?

Eu gosto de deixar tudo às claras, mas só para não haver qualquer confusão de interpretações. Não é como se algumas coisas não pudessem ser notadas com base nos comportamentos. O que a Olive pensa que o Adam está fazendo quando ele é gentil com ela e grosseiro com o resto do mundo? É óbvio que ele está apaixonado, por que ela está se enganando tanto?

Insegurança.
Ela acha que um homem como ele não se interessaria por alguém como ela, então ela não enxerga esse interesse e justifica que seja qualquer outra coisa menos isso. Olive está se autosabotando. E eu também.

Eu vi como a Dulce olhou para mim quando eu a beijei mais cedo. Vi como ela me olhou na primeira vez em que nos beijamos. É o mesmo jeito que me olha quando eu faço qualquer coisa gentil por ela, quando eu a elogio ou a apoio quando ela menos espera. E eu atribuindo isso a como ela é só uma pessoa boa. Ela não olha para mais ninguém assim.

Mas eu não quero fazer isso de novo. Acabei de sair de um relacionamento com um término terrível que me amargurou por muito tempo e me fez desacreditar da beleza do amor. Se no final eu vou me sentir como se tivesse saltado de um penhasco direto em pedras pontudas, eu prefiro nem me aventurar. Mas ainda assim, o que eu faço com isso que tem crescido dentro de mim? Já percebi que não dá pra simplesmente escolher deixar isso adormecido. Eu vou continuar sentindo cada vez que ver a Dulce.

E pela primeira vez desde que me mudei para cá, cogito ceder e ir embora. Eu deveria ir, dizer que ela venceu e que eu não posso mais morar com uma mulher que me faz pensar em viver todo o drama de relacionamento de novo. Não posso dar esse poder a mais ninguém, eu não suportaria. E seria ainda pior com a Dulce, porque o sentimento que está começando é mais descontrolado do que os sentimentos que já tive por qualquer outra mulher. Se acabar mal, vai ser dez vezes pior.

[•••]

Quando volto da academia, vou até a varanda dar uma olhada no Cheddar. Ele está bem, começando a sair da caixa e tentar voar. Consegue levantar alguns poucos metros e depois pousa perto de uma das plantas da Dulce. O ferimento já está totalmente curado, ele só precisa aquecer as asas de novo e nós poderemos deixá-lo livre.

Estranhamente, me sinto um pouco pra baixo ao pensar que teremos que soltá-lo eventualmente. É claro que eu nunca quis fazer isso e só ajudei a cuidar do passarinho por causa da Dulce, mas eu me apeguei um pouco a essa pequena criatura. Sento na rede da varanda e observo o pássaro bem curioso, bicando as folhas de uma plantinha. Deve ser mais fácil cuidar de um passarinho do que de qualquer outro bicho, por isso foi interessante. E saber que ele só está vivo por causa do que fizemos me dá uma satisfação.

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