🎨 | Boa leitura!
O grito que sai da minha garganta é agudo e me deixa sem fôlego. No primeiro momento, imagino que algum rato ou outro animal pequeno ficou preso nos canos e morreu de algum jeito sanguinário. E a sensação de nojo que me tomou quase me fez ter um colapso. Mas eu não posso desmaiar nua e cheia de sangue no banheiro, então apenas pulo para o outro lado do box, longe dos jatos vermelhos que agora estão pintando o azulejo branco.
Respiro fundo e então começo a sair do meu torpor e finalmente perceber o que está acontecendo. Olho para os meus braços, as linhas vermelhas manchando tudo. Não é sangue. É tinta.
— Filho da puta. — trinco meus dentes ao xingar.
Pego uma toalha e saio do banheiro pisando firme até chegar onde sei que ele está. Abro a porta do meu estúdio – que ele insiste em chamar de escritório – e paro até estar diante da sua mesa. Ele ergue a cabeça no mesmo instante e eu percebo quando pressiona os lábios tentando segurar a risada.
— Tinta? Sério? — questiono irritada.
— Não é tinta, é corante.
— O que!? Então não vai sair! Puta merda!
— Claro que vai sair, depois de uns quatro banhos e muito sabonete.
Abro a boca para voltar a brigar, mas o meu celular, que está do outro lado da sala onde o deixei depois do trabalho do dia anterior, começa a tocar. Vou até lá e vejo um número que não está salvo, mas atendo mesmo assim.
— Alô?
— Oi, Dulce? — a voz de um homem pergunta do outro lado.
— Sim, sou eu. Quem fala?
— É o Nicolas. Sua irmã me deu o seu número, espero que não se importe.
Travo no lugar e sinto meu sangue correr mais rápido pelo corpo, subindo até a minha cabeça.
— Oi, Nick... Nicolas. — me corrijo rapidamente.
— Você pode me chamar de Nick se quiser. — ele ri. — Vi a Maite ontem no escritório quando ela veio dar uma carona para o Poncho. Ela disse que você gostaria de uma segunda opinião sobre um problema que teve com o apartamento.
Ok, então ela não falou nada sobre encontros ou pegação. Claro que ela não seria tão atirada assim.
— Podemos falar sobre isso em um jantar? É uma ótima oportunidade pra finalmente te chamar pra sair.
Bom, parece que ele é atirado, mas não vou dizer que não gostei. Eu gostei. Muito.
— Eu... — começo a aceitar, mas então vejo a palma da minha mão toda manchada. — Hoje eu não posso, tenho que resolver algumas coisas pessoais. Que tal amanhã?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Room Haters
Fanfictionㅤㅤ❛ 𝐑𝐎𝐎𝐌 𝐇𝐀𝐓𝐄𝐑𝐒 ❪ 🎨 ❫ + 𝟭𝟴 ₊ sejam bem vindos / 2024! 📍Houston, Texas ー O que acontece quando você encontra o apartamento dos sonhos e acaba sendo obrigado a dividi-lo com outra pessoa por causa de um erro de contrato? Você inferniza...