08 - Aquele com o banho de corante.

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🎨 | Boa leitura!

O grito que sai da minha garganta é agudo e me deixa sem fôlego

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O grito que sai da minha garganta é agudo e me deixa sem fôlego. No primeiro momento, imagino que algum rato ou outro animal pequeno ficou preso nos canos e morreu de algum jeito sanguinário. E a sensação de nojo que me tomou quase me fez ter um colapso. Mas eu não posso desmaiar nua e cheia de sangue no banheiro, então apenas pulo para o outro lado do box, longe dos jatos vermelhos que agora estão pintando o azulejo branco.

Respiro fundo e então começo a sair do meu torpor e finalmente perceber o que está acontecendo. Olho para os meus braços, as linhas vermelhas manchando tudo. Não é sangue. É tinta.

— Filho da puta. — trinco meus dentes ao xingar.

Pego uma toalha e saio do banheiro pisando firme até chegar onde sei que ele está. Abro a porta do meu estúdio – que ele insiste em chamar de escritório – e paro até estar diante da sua mesa. Ele ergue a cabeça no mesmo instante e eu percebo quando pressiona os lábios tentando segurar a risada.

— Tinta? Sério? — questiono irritada.

— Não é tinta, é corante.

— O que!? Então não vai sair! Puta merda!

— Claro que vai sair, depois de uns quatro banhos e muito sabonete.

Abro a boca para voltar a brigar, mas o meu celular, que está do outro lado da sala onde o deixei depois do trabalho do dia anterior, começa a tocar. Vou até lá e vejo um número que não está salvo, mas atendo mesmo assim.

— Alô?

Oi, Dulce? — a voz de um homem pergunta do outro lado.

— Sim, sou eu. Quem fala?

É o Nicolas. Sua irmã me deu o seu número, espero que não se importe.

Travo no lugar e sinto meu sangue correr mais rápido pelo corpo, subindo até a minha cabeça.

— Oi, Nick... Nicolas. — me corrijo rapidamente.

Você pode me chamar de Nick se quiser. — ele ri. — Vi a Maite ontem no escritório quando ela veio dar uma carona para o Poncho. Ela disse que você gostaria de uma segunda opinião sobre um problema que teve com o apartamento.

Ok, então ela não falou nada sobre encontros ou pegação. Claro que ela não seria tão atirada assim.

Podemos falar sobre isso em um jantar? É uma ótima oportunidade pra finalmente te chamar pra sair.

Bom, parece que ele é atirado, mas não vou dizer que não gostei. Eu gostei. Muito.

— Eu... — começo a aceitar, mas então vejo a palma da minha mão toda manchada. — Hoje eu não posso, tenho que resolver algumas coisas pessoais. Que tal amanhã?

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