04 - Aquele com o volume alto.

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🎨 | Boa leitura!

Fui até a loja de móveis e escolhi uma mesa para escritório e uma cadeira reclinável toda acolchoada com rodinhas

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Fui até a loja de móveis e escolhi uma mesa para escritório e uma cadeira reclinável toda acolchoada com rodinhas. Também decidi comprar uma estante para colocar todos os meus livros, relatórios e materiais de papelaria que utilizo no trabalho. Por enquanto, vai ser só isso. Depois que eu me estabelecer bem e entender como vai funcionar essa dinâmica com a Dulce, eu faço mais mudanças.

Os entregadores trazem tudo imediatamente, me seguindo com o caminhão enquanto dirijo de volta para o prédio. No apartamento, enquanto os homens alocam as coisas no lugar que eu indiquei – que obviamente é de frente à vidraça –, Dulce observa tudo de perto com um olhar julgador. Achei que ela iria começar a reclamar assim que me ouviu pedindo para colocar tudo bem ali, mas ela não disse nada até o momento.

Quando todos terminam, ela gentilmente oferece algo para os homens beberem e todos aceitam um suco. Fico vendo ela conversar com eles, perguntar sobre suas vidas como se estivesse interessada, elogiar as fotos dos filhos deles como se ela realmente quisesse ver isso. Uma coisa eu tenho que admitir, ela é uma boa artista quando se trata de atuação. Nunca vi alguém fingir ser legal de uma maneira tão talentosa, de modo que ninguém percebe a forçação de barra. Mas eu percebo, porque ela me mostrou seu lado maldoso e irritadiço e ele é muito mais verídico do que essa personalidade fofa.

Ela faz questão de acompanhá-los até a saída e se despede com palavras doces e sorrisos grandes. Mas assim que fecha a porta e se vira para mim, lá está a carranca vilanesca.

— Você é tão falsa que me deixa enjoado. — rolo os olhos.

— Mais enjoado do que quando se olha no espelho? — devolve de forma ácida.

— Disse a garota que me acha um gostoso. — desdenho dela.

— Você é desprezível. — estreita o olhar para mim. — Se me der licença, preciso começar a trabalhar. — ela vai em direção ao escritório e eu a sigo para garantir que não vai destruir as minhas coisas, mesmo que tenhamos combinado não quebrar nada um do outro.

Quando entro, vejo ela empurrar a minha cadeira para o outro lado e acomodar suas telas atrás da minha mesa.

— O que pensa que está fazendo? — franzo o cenho.

— Eu disse que o lado da vidraça é meu. Você pode colocar a sua mesa do outro lado depois.

Uso o indicador e o polegar para segurar a parte superior do nariz. Solto um suspiro e resolvo ser o adulto da vez.

— Não vou trabalhar hoje, então pode usar esse lado por enquanto. Mas amanhã, nem pense que vai achar as suas telas aí.

— Se tocar nas minhas coisas, eu uso o seu sangue como tinta no meu próximo quadro. — ela diz tão suave quanto quem cumprimenta alguém com um "bom dia". Ela é um raio de sol, mas um cheio de raios UV que vão descamar a sua pele.

Room HatersOnde histórias criam vida. Descubra agora