11 - Aquele com a namorada falsa.

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🎨 | Boa leitura!

Ela está do outro lado da sala parecendo discutir com seus pincéis e suas tintas

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Ela está do outro lado da sala parecendo discutir com seus pincéis e suas tintas. Estou vendo ela fazer misturas de verdes e ficar descontente com todos os tons, resmungando toda vez que precisa descartar a nova cor. E eu estou tentando ignorar e focar nas telas do meu computador, porque meu novo projeto é extenso e eu não posso deixar que essa mulher irritante atrapalhe.

— Ótimo, Dulce. — fala consigo mesma. — Coloque isso na tela e vai parecer que as árvores são feitas de vômito! — ela solta um dos seus rosnados de raiva.

— Dá pra calar a boca? Atrapalhe apenas o seu próprio trabalho.

— É essa iluminação de merda!

— Eu não perguntei qual era o problema, só disse para calar a boca. — solto um suspiro entediado.

— Eu misturo os tons na paleta e fica ótimo, mas aí eu vou passar para a tela e fica uma merda! — continua, ignorando meu último comentário. — Prometi para a Maite que terminaria esse quadro hoje e eu preciso fazer isso se não quiser atrasar a coleção. Eu tenho um contrato e preciso cumpri-lo. — olha para o teto como quem fala com alguma divindade. — Era melhor eu vender os meus quadros no centro, não? Ser uma dessas artistas de rua sem contratos e sem prazos, pintando a vida no meu ritmo, com a iluminação que eu quiser!

Continuo em silêncio mesmo que agora ela tenha resolvido olhar para mim. Dulce está esperando por alguma coisa, posso notar. Está com aquele olhar inocente de quando esconde sua face venenosa das outras pessoas.

— Já acabou com o monólogo? — desvio o olhar para o computador e começo a tarefa de ignorá-la.

— Podemos trocar só hoje? — pergunta com a voz tão inocente quanto sua máscara de falsidade. — Só preciso terminar esse quadro. É ainda mais difícil porque não tenho a minha música, então não me concentro como deveria. Posso ter pelo menos a luz do sol a meu favor?

— Não. — digo sem voltar a olhar para ela.

— Christopher, eu preciso terminar esse quadro hoje!

— Não é problema meu.

— Isso não é justo. Você não precisa da luz do sol porque trabalha no computador.

— Eu estou fazendo anotações. — ergo o caderno que estava na minha mesa.

— E você precisa de boa iluminação pra isso? Pelo amor de Deus, eu estou pintando um quadro! Quer mesmo comparar? — agora ela está buscando uma abordagem mais agressiva.

— Eu ganhei no cara ou coroa.

Ela bufa, volta-se para a sua tela e começa a voltar ao trabalho de novo, desistindo de debater comigo. Eu também tento, mas aí ela começa a cantar.

— Oops! I did it again... I played with your heart... Got lost in the game... Oh, baby, baby... Oops, you think I'm in love... That I'm sent from above... I'm not that innocent!

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