May I die, amen

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Scarlett (⁠=⁠^⁠・⁠ェ⁠・⁠^⁠=⁠)

Desperto com uma sensação estranha, como se estivesse presa entre sonho e realidade. Ao abrir os olhos, meu olhar se depara com Sebastian ao meu lado, um lembrete palpável da tempestade de emoções que compartilhamos na cozinha. A memória da intensidade da noite passada me envolve, e eu me vejo em meio a um turbilhão de pensamentos.

Ao sentir a necessidade de esclarecimentos, viro-me para acordar Sebastian, que permanece adormecido ao meu lado. A incerteza paira no ar, e a curiosidade sobre o que se desenrolará a seguir adiciona uma pitada de nervosismo à atmosfera tranquila do quarto.

Scarlett: Sebastian, acorde.

Sebastian, ainda meio sonolento, abre os olhos e me encara.

Sebastian: O que aconteceu?

Scarlett: Precisamos conversar sobre o que aconteceu na cozinha.

Sebastian: Eu... Eu não sei do que você está falando.- fala virando pro lado e cobrindo o rosto

Scarlett: Não podemos ignorar o que aconteceu. Precisamos esclarecer as coisas.

A tensão no ar é palpável, e a expectativa de como Sebastian responderá adiciona uma camada de complexidade ao diálogo iminente.

Scarlett: Sebastian, o que aconteceu na cozinha foi completamente antiético, especialmente considerando que você é meu psicólogo.

Sebastian: Eu sei, Scarlett. Não era para ter acontecido daquela forma.

Scarlett: Não podemos deixar isso passar como se não fosse importante. Precisamos lidar com isso de maneira adequada.

A seriedade da situação paira sobre a conversa, enquanto ambos tentam enfrentar a realidade desconfortável do que ocorreu.

Sebastian: Scarlett, se algo acontecer e você engravidar, eu assumo a responsabilidade.

Ele se levanta da cama, deixando um silêncio tenso no ar, carregado com as implicações da situação.

Como posso lidar com isso novamente? O peso daquele aborto, as cicatrizes emocionais que nunca realmente desapareceram... Será que meu coração aguentará mais uma vez?

Observo Sebastian se vestir, o silêncio entre nós ecoando mais alto do que qualquer palavra proferida. A confusão e a incerteza se entrelaçam, enquanto meu olhar busca respostas em seus movimentos contidos.

Sebastian quebra o silêncio, sua voz soando como uma melodia desconexa no espaço carregado de tensão.

Sebastian: Preciso ir trabalhar.

A afirmação, carregada de distância emocional, reverbera no quarto, adicionando uma camada a mais à complexidade da situação. O espectro do que aconteceu na cozinha ainda paira no ar, e a realidade de nossa relação, agora manchada por linhas éticas borradas, se desdobra diante de nós.

Envolvida pelas cobertas, percebo Sebastian se vestindo, e uma sensação de vazio se instala. A intimidade compartilhada na cozinha agora parece distante, substituída por uma aura de desconexão. Enquanto observo seus movimentos, uma sombra de desconforto se projeta sobre mim, deixando-me com uma sensação de vulnerabilidade e dúvida em relação ao que aconteceu entre nós. A realidade do momento pós-intimidade traz consigo uma mistura de emoções complexas, e a percepção de ser usada começa a se infiltrar, lançando uma sombra sobre a experiência que acabamos de compartilhar.

Scarlett: Sebastian, fecha a porta ao sair, por favor.- murmuro, tentando mascarar a turbulência de emoções que se agita dentro de mim. As palavras são pronunciadas com um misto de assertividade e vulnerabilidade, enquanto busco preservar um resquício de dignidade diante da complexidade da situação. O pedido simples carrega consigo a necessidade de estabelecer limites, de criar uma barreira simbólica entre o que foi compartilhado na intimidade e o mundo exterior, agora marcado pela incerteza e pela reflexão.

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