Por baixo de tudo, somos apenas selvagens
Escondidos atrás de camisas, gravatas e casamentos
Como podemos esperar qualquer coisa afinal?
Nós somos apenas animais ainda aprendendo como engatinharSavages
— Não conte para Benedict.
Fora tudo que Hande dissera desde que entrou no carro.
Obvio que levaria ao tumulo tudo aquilo. Talvez nem chegasse ao seu terapeuta.
Toto mordeu a língua, concordando em não dizer.
— Hande, só apresente-se na empresa amanhã com boa saúde, caso contrário, me ligue e espere. Não quero outra surpresa.
— Desculpe. Até amanhã.
Quis desesperadamente segurar sua mão e perguntar algo estupido para poder se arrepender no dia seguinte. Senti-la mais uma vez antes do adeus. Dispersar horas ao lado dela porque valia cada centavo. Ter tempo o suficiente para descobrir o quão bonita podia vir a ser ao sorrir exclusivamente para ele.
Toto queria ser mais que um segredo.
— Até.
Ele só retornou para transito quando teve a certeza que Hande entrara no prédio e ficaria segura. Felizmente aquele era um bairro adequado que dispensava seguros de vida e tentativas de sequestros. Era bom saber que o apartamento dela ficava alguns metros do seu. Não era luxuoso, porém adequado.
Torger passara no seu restaurante favorito antes de dirigir para sua velha casa. Enviou uma refeição saudável para Hande, e levou uma consigo.
Nos primeiros meses de divorcio, sua mente demorou a se acostumar com a ideia de que aquela não era mais a sua casa. Todos os dias precisava fazer o longo retorno e seguir na direção do apartamento. A sensação de perda o matava mais que o colesterol alto. Não tinha cura para aquilo.
— Veio jantar conosco por livre espontânea vontade? – Susie o recebeu da maneira mais calorosa que ela conhecia, porque eram amigos. Nem sempre foi assim. Havia noites em que ela esperava na sala por horas, e assim que o via entrar ficava irritadíssima. As desculpas estavam cada dia mais escarças.
— Trouxe o jantar.
— Eu fiz salada de brócolis.
— Parece péssimo.
— Papai! – Jack gritou ao vê-lo na sala.
— Você cresceu!
Pegou-o no colo, ouvindo-o rir e dizer que á era um adulto. Ele nunca seria um adulto para Torger. Jack permaneceria sendo o pequenino que segurou com tanto carinho ao vê-lo pela primeira vez. Era bom ouvi-lo rir, contar suas histórias, saber que ainda gostava de pintar tudo de bonito que via, mas principalmente, era bom vê-lo feliz na vida que Toto buscava proporcionar.
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Mastermind ✔
FanfictionUm dia ele manipulou sua entrada no mundo real, e nunca mais parou. O controle total era seu único aliado, melhor amigo e parceiro. Não importava quantas pessoas perdiam pelo caminho, ou quantos amores apodreciam. Nada nem ninguém era capaz de supor...